terça-feira, 13 de julho de 2010

MAIS UM FATO INEXPLICÁVEL DENTRO DA RAZÃO.

O HENRICÃO DA CARMINHA.
Este outro fato, que comigo ocorreu é bem interessante e possuidor de outras três pessoas, Azulão, o Testa e o Branquinho, eram os apelidos de meus mais chegados amigos da juventude esta nossa amizade começou na sétima série quando fui transferido do primeiro grau da Escola Prof. Plínio Paulo Braga, para atual Prof.ª Maria Angélica Soave, na verdade nós já nos conhecíamos antes de eu mudar de escola, por conta de morarmos no mesmo bairro, mas amizade só se tornou firme quando mudei para a mesma Escola destes meus amigos.
Assim esta amizade já contava com mais de dez anos quando este fato que irei relatar ocorreu: Precisávamos de um carro para nossa saída de sábado á noite, e o jeito foi o Álvaro pedir, o fusca novinho do seu patrão o dono da farmácia, o Álvaro dispunha da confiança do patrão e ele nos emprestou o carro, tudo combinado na casa do Testa (Ronaldo), era lá que Dª Geralda melhor nos recebia, não nada de mais é que ela só possuía filhos homens (Roberto, Ronaldo e Adauto) então a bagunça era mais tolerada.
Havíamos combinado após a novela das oito, e iríamos ao Bar Tia Redonda para azar alguém, uma vez que nenhum de nós estava namorando,l á ficamos até ás 2 horas resolvemos dar um role pela cidade e nada de bom nos aconteceu, achei que tínhamos bebido demais e que era tarde para gastar em outro lugar era muito melhor tentar no domingo lá na casa do Som, todos concordaram e assim feito tomamos o caminho de casa, quando percebemos que o cigarro estava acabando, e a esta hora não vamos voltar? Disse Eu, interrompeu o Álvaro – O Bar do pinhal! , este ficava em nosso caminho, Paramos na frente e o movimento era assustador, estava com gente até do lado de fora, aquele bar não possui as melhores referências, mas o vício é maior recolhi o dinheiro do Ministre do Azulão, o Free do Álvaro e Hollywood para o Testa e esperava ter naquela pocilga o Carlton que eu fumava. Neste momento o Álvaro sai do carro e diz – Deixa comigo? Preciso urinar! Bem lhe dei os deis cruzeiros e se foi, de repente o azulão começa a discutir com o testa que não queria dar lhe um cigarro, falei – Ei o Álvaro esta demorando não? E sai do Carro, recebi uma enorme surpresa quando um negro gordo que estava à porta do bar como se fosse um segurança grita em tom de alegria “Henricão! (Henricão da Carminha!).
Algo realmente tinha acontecido, pois neste momento deu para perceber que o Álvaro esta com um problema, ele foi trazido para fora sem os cigarros e num lance que nunca entendi tomei uma atitude inesperada e disse em tom de autoridade - Cadê os caretas? Os elementos que estavam com ele se dirigiram para mim e em tom de desculpa - Henricão! Eu só queria que o mano pagasse uma birita para nós? Retruquei de imediato - Vamos logo! Quanto é? Respondeu um deles - o troco dá! Interrompi novamente já colocando a mão no peito do Gordo nós fizemos uma fita errada e os homens tão atrás da gente! E ele Dizia algo assim - Cara volta para Boca! E eu novamente já olhando o Álvaro que entrava no carro, - Agora eu estou careta Tchau!
Dentro do carro o Álvaro se recuperava do susto, Azulão e o Testa tinham ficados brancos e eu ao velos comecei a dar risadas, esta situação só foi compartilha por meus amigos quanto já estávamos na frente da casa do Álvaro, onde me interrogavam sobre este meu desempenho de ator, a bagunça estava tão boa que seu pai nos expulsou e mandou que ele entrasse. Nunca nos esquecemos deste fato, pois ser parecido com alguém é possível até que seja confundido por varias pessoas mas, neste caso ser parecido, possuir o mesmo nome, e ter o nome da mãe já é para virar um causo.
Se desta vez os orixás estavam comigo e eu acredito que sim, talvez não os tenha percebido devido ao álcool, pois quando jovem sempre fui um duro na queda, pois poucas vezes me vi vencido pela cachaça, mas graças a nossas proteções estamos vivos para contar esta emoção aos nossos filhos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O PRIMEIRO CONTATO 41 ANOS ATRÁS...

O INICIO DE TUDO
Todos os fatos relatados aqui são verdadeiros, como os vividos por mim nestes anos de convivência com a espiritualidade, principalmente dentro do Candomblé, podem afirmar que fica difícil apontar qual foi o mais incrível, mas começo relatando como foi a minha entrada nesta seita.
Acabara de chegar de mais uma internação hospitalar, e meus pais resolveram encostar minha cama na janela já que eu não podia brincar, devido à grande fraqueza que a doença me causara (insuficiência cardíaca), de repente percebi que havia uma pessoa que me observava muito estranhamente, era uma senhora morena muito bem vestida com grandes argolas em suas orelhas, com muitas pulseiras, eu viria a me encontrar com esta senhora ainda naquela semana, ela procurou à vizinha Dnª Aparecida para lhe consultar sobre a religião de meus pais, descobriu que meu pai era um devoto de Nossa Senhora Aparecida, mas pouco freqüentador de igrejas, minha mãe já transitava entre a missa católica e as reuniões de mesa branca (kardecismo) e já visitara um terreiro de Umbanda levada por minha Tia Silvia, próximo ao Cemitério do Chora Menino conhecido como terreiro do Tenente Urbano.
Com estas informações ela procurou minha mãe e lhe relatou que o que eu tinha não era só um problema de saúde, e que se meus pais autorizassem, ela iria cuidar de meu problema espiritual, ela bem que tentou explicar ao meu pai que o problema era um encosto de um egum , mas ele consentiu após ela lhe explicar que o que iria acontecer era sete dias de reza em sua casa que era nossa vizinha, solicitou que para isto seria necessário: a compra de uma roupa branca e dois lençóis brancos e virgens com uma fronha.
Estes dias começaram com minha mãe me levando no colo apesar de meus nove anos a doença havia me debilitado a ponto de não conseguir andar aqueles cinqüenta metros que separavam a minha cama da esteira em que eu iria deitar, tomei um enorme susto quando adentrei naquela casa, pois defronte a porta havia um vaso com uma cabeça com pequenos chifres e um tridente de ferro cheio de sangue e coberto de penas, aliais, o nome da senhora era Dª Maria e seu oruncó (Omin Nabela), ela me conduziu a esteira que possuía um travesseiro com a fronha branca e o lençol sobre uma esteira, colocou em meu pescoço um colar feito de palha da costa chamado mocan e me ensinou a dar o Iká , pois a esteira estava de fronte ao iba de Oxum que ao seu lado estava sendo assentado o seu êre , sem que entendesse o que ocorria, ela começou a rezar em ioruba e eu comecei a sonhar e sentir meu corpo como se houvesse sido ligado em uma tomada 220 w, mas o sonho era tranqüilo, eu me aproximava de um belo lago e ficava em sua margem brincando como a um bebe muito feliz.
Quando acordei deste sonho encontrava-me todo molhado como que eu realmente estivesse adentrado naquele lago, mas era suor ela me cobriu não só com o lençol, mas com uma colcha branca que fiquei sabendo depois por minha mãe esta colcha pertencia ao enxoval da obrigação de santo de Dª Maria e que ela havia chorado quando a colocou sobre mim, me deu de beber água da quartinha e me disse que prestasse atenção em meus sonhos foi quando lhe contei o que tinha acabado de sonhar e ela riu, minha mãe me abraçou e fomos embora.

domingo, 4 de julho de 2010

DEDICO ESTA A TIA MÃEZINHA SAUDADE DOI

Apresento também uma pagina extraída deste mesmo livro, onde se relata uma parte da criação e de seu fundador da Roça Nagô chamada de Sítio do Pai Adão, para que nos sirva de exemplo quão é importante a nossa integração não só com o nosso orixá, mas com os nossos semelhantes dentro do culto tem que ser uma família.
“Entre os pais de terreiro, Pai Adão é, sem dúvida, o mais destacado, Todos os outros o tem em conta de um grande Babalorixá, e si em voz baixa falam mal de sua importância, não é sem grande respeito com que o cumprimentam. É Filho de africano de Lagos, e tem atualmente cerca de sessenta anos. Do seu pai Herdou os fetiches que possui e se fez Babalorixá. Desejando conhecer a pátria dos seus antepassados não mediu dificuldades: Tomou um Cargueiro para Lisboa, dali outro para Las Palmas e um barco Inglês alcançou Lagos (1906) O conhecimento da Língua que lhe fora ensinada pelo seu pai lhe fez familiar a religião e permitiu que se aperfeiçoasse na Liturgia do Culto. Não se livrou contudo do sincretismo católico. Referiu-me mesmo que em Lagos, mercê da volta de muitos antigos escravos, outros mesmo libertos já de nascença, o culto Yorubano se faz assim mesclado em muitos terreiros. De volta ao recife, tempo depois, instalou o seu terreiro. Estevê antes na Bahia e em Maceió. Seu porte é o de um grande chefe, arrogante e trata os médicos do S.H.M de igual para igual. Deixa, porem, ás vezes transparecer a sua gentileza em cumprimentos Assim “Só sinto alegria e só o dia é belo quando vejo você. Etc...
Durante o dia, sentado numa velha poltrona de jacarandá, costume de brim branco muito bem engomado, fumando bons charutos, recebe os filhos de terreiro que lhe vão pedir a bênção ajoelhada ou conselhos para resolverem negócios, etc..... Julga-se um grande sacerdote, uma figura quase sagrada e não se nivela aos demais Babalorixá, os quais critica severamente pelas indiscrições em torno dos segredos do culto. Sua restrição á divulgação de assuntos ligados ao Terreiro é tal que, sendo amigo do Senhor Gilberto Freire se negou a participar do 1º Congresso Afro-Brasileiro,. Entre os diversos pais de Terreiro do Recife foi à única exceção. Na sala onde faz seu terreiro, ordinariamente é sala de jantar. Uma longa mesa bem posta, sempre convidada presentes, o ar patriarcal que inspira o ambiente é o clima em que vive Adão. Essa casa, no chapéu de Sol, linha de Beberibe, tem um Sítio esplendido, cercado de arvores frondosas. Por detrás da casa há um Iroko, Gameleira Sagrada que é venerada como santo Iroco, disse-me Adão, é o Páo encantado. A gameleira secular tem junto ao tronco montinhos de areia sobre os quais há varias quartinhas de barro cheias de água. Ali fazem sacrifícios de animais em dias determinados do ano, que não consegui saber.
Na ordem das invocações a toada de Iroco é cantada em quinto lugar no terreiro de Adão, Em poucos terreiros, nesta cidade, há semelhante adoração. Não sei si por falta de gameleira sagrada. Diversos pais de terreiro interrogados por mim respondiam evasivamente. Ao lado da casa Adão tem a sua Capela (Dedicada a Nossa Santa Ana) ali toda cheia de santos católicos, imagens e estampas no altar que toma todo o fundo da sala, bancos de madeira dispostos como se fosse a Igreja, fazem reza e terços. O mês mariano então é muito concorrido, sendo as orações tiradas por Adão.” Os orixás cultuados neste são: Exú, Ogum, Oxossi, Otim, Iroco, Oxumarê, Abaluaê, Nana, Yewá, Obá, Oxum, Yemanjá, Yamassí, Dadá, Baìanênyn, Onanminhã(pai de xangô), Xerê, Xangô, Oyá ou Yamessan, Orixá-lá, .
E Falando sobre Exú, divindade inquietante, disse-me Adão: “Falam que nas seitas africanas se faz bruxaria adorando o diabo. Isto não é verdade. Bruxaria assim quem faz não é o negro, e o Portugues e o Índio. Veja: donde é que vem o livro da Feiticeira e o Livro de São Cipriano? Nos não adoramos o Diabo. É verdade que temos Exú, que foi como um anjo que se perverteu, justamente como na religião Católica, que representa a mesma coisa nossa para o Branco. Mas não adoramos Exú procuramos é satisfazê-lo, acalmá-lo, para que ele não venha atrapalhar as coisas, não nos faça mal.”

Agora vou abrir detalhadamente as minhas experiências dentro deste culto, sendo alguns que vivi sozinho e outros acompanhados e alguns que ouvi de outros, mas todos relacionados a