sexta-feira, 30 de abril de 2010

Continuando O Cristo Ocidental..

dias que virão agora no meio do deserto mais inóspito da terra, palco de confrontos dos mais sangrentos da terra onde homens se mataram e o futuro diz que ali haverá por sua decisão uma guerra definitiva entre o bem e o mal que se passara ou existira por sua ação e esta será conhecida por “Armagedon” ou confronto final, para ele pesa à medida que a medida de seus passos humanos vai se clareando o que realmente ele teria conversado com seu pai e criador aqui chamado de filho do homem, mas em suas mãos o poder de “Deus”, não há o que ele não possa fazer em sua mente humana criada e vivida em trinta anos vagando neste mundo, convivendo com as criaturas pais simples e frágeis do universo parou, para observar um cacto do deserto cheio de espinhos finos quanto agulhas que mesmo assim esforçasse para florir e alimentar uma abelha que dali voa para carregar aquele néctar que virará um viscoso e perfumado mel, o solo pedregoso que ofende os pés é o mesmo que ira adoçar a boca do corpo.
É fácil de resolver quando não refletimos as conseqüências de que o universo é um emaranhado de pequeninas coisas e só se pondo a avaliar estas pequeninas, e que ele poderá decidir sobre o que seu pai verdadeiramente espera dele.
Precisa se encontrar com o pai mais já sabe que o pai não o aconselhara, a missão é sua e seu confronto é consigo mesmo ele não poderá reiniciar como o pai fez, no Gênesis também não poderá destruir parcialmente como no dilúvio, todas estas coisas agora abre em sua mente, seu pai já não teria tomado todas as atitudes corretas como poderia ele ser mais que o próprio, estive com ele no principio e o ajudei, o que será que agora é diferente para que ele confie em mim para a decisão final, será que fui eu que pedi ao pai esta incumbência, não terei eu sido arrogante diante de meu pai, como foi homem, até a poucos momentos o tempo existia e ele criava distancias inimaginável que agora posso sentir o frescor das palavras de meu pai inspirando a Isaias que escreve sobre mim, mas aqui revestido de homem já se passaram setecentos anos, não será esta a fragilidade, é que devo experimentar e então poder decidir. Assim vejo “Deus” não presente e sim somente sua criação começando comigo até o local em que me encontro tudo é ele em sua ação ativa.
Irei até a cidade me encontrar com minha família e me preparar sobre a decisão que deverei tomar afinal nos livros deve estar o que meu pai já determinou sobre tudo quanto deve acontecer devo simplesmente acompanhar os próximos passos desta missão, “João dize que eu era o cordeiro de Deus” no livro de Isaias diz que eu fui enviado aos meus e eles não me aceitaram, bem irei procurar homens que acreditem nestas para que possamos novamente pregar as palavras de meu pai, os doutos são arrogantes, então procurarei os simples os humildes para que conheçam não só a palavra, mas o amor de “Deus” é assim que sinto que ele deseja que eu aja, manifestando o amor e não mais a espada, pois ela pertence ao homem e não ao senhor, diante do amor não a poder a própria vida sem ele não tem razão, ele pode restituir a vida quantas vezes ele assim a prouver, mas o amor é único tanto para o senhor quanto para o homem neste instante são iguais, pois é esta a lição que meu pai quis que eu aprendesse, vejo isto no livro de Jó que colocado nas mais terríveis situações da vida humana abateu-se entristeceu se, mas nunca apontou a “Deus” como o culpado de seus infortúnios mesmo quando estes o chegaram à própria carne, sempre aceitando que havia um propósito para tal situação.

Na cidade ele se depara com os seus eleitos e entre os comuns os vai selecionando não com uma entrevista, mas com a intuição do divino (o propósito de “Deus”) é ai os escolhidos são pescadores, cobradores de impostos, médico, e dois discípulos de João Batista que indagam a João? - Mestre e este o Messias prometido? E a resposta é - Ele! - E agora é necessário que eu diminua para que ele cresça! Exclama João a esta pergunta é o que nos conta a bíblia.

A decisão tivera sido tomada, e estava iniciado com doze homens como o Horóscopo e entre eles mesmos não sabiam o que realmente ocorria foram chamados ao escuro e sem que pudessem questionar estavam seguindo um homem que nem todos haviam visto ser batizado por seu primo aceitando a nova proposta de abandonar a família e seguir verdadeiramente um desconhecido que parecia ter poder no que estava falando, em sua voz sentia-se autoridade de um homem que falava com “Deus” e que a pouco um homem que cominha gafanhoto e mel silvestre e se cobria com uma pele de animal presa por um cinto aos lombos e pregava o batismo nas águas do Rio Jordão e sua ira era voltada contra o Rei Herodes e sua mulher que se diga João o condenavam por ser ela sua cunhada, não era legitima assim realmente podemos aceitar que a vontade de “Deus” estava agindo sobre maneira, por que como alguém em sã consciência pode abandonar sua família e seguir alguém que a pouco conhecera, sem que esta possua grande poder de convencimento se não sentirmos a confiança em suas palavras.


Doutor? Sim! No que pensava? Neste momento estava pensando sobre algumas conversas telefônicas com o Prof. Mukanda! –Mukunda não foi o seu amigo de estudos e que sumira alguns meses? -Sim! Era sobre ele mesmo! - Mas o senhor parecia bastante absorto, pois quando percebi encontrava-me conversando com as paredes? –Desculpe Douglas é que de repente lembrei-me que ele estava pesquisando algo que me parecia sem nenhum propósito, - Do que se tratava esta pesquisa doutor? –Era algo nada muito cientifico, estava mais para místico ou mesmo gnóstico! –Ele tivera relatado algo ao senhor? –Muito vagamente! –E porque agora esta lhe chamando a sua atenção? –É que tanto eu quanto Makunda nos conhecemos ainda jovens e com um mesmo objetivo é claro seguimos carreiras diferentes ele acabou um antropólogo famoso custeado por Universidades mundo afora e eu um simples professor, -Ora o senhor não tem um título de Dr. atoa!, -Mas é diferente sempre fui um homem de livros, como dizem de escrivaninha enquanto o meu colega um homem de campo!

Este é um Romance a ser acabado! Título Provisório O Cristo Ocidental

Este começa partir dos estudos que fustigam meu ser sobre a nossa crença do mundo ocidental, dentre ela a que permeia este é a cristã, partindo de um sonho ou visão e buscando aos tanto já lido, vejo-me de fronte com um grande enigma que pode parecer uma bobagem dentre tantas que povoam a respeito do nosso mestre Jesus ao estudar a sua astrologia, me deparo com algo que não esperava, apesar de muitos não acreditarem que a hora de nosso nascimento já se desdobra em nossa hora de morte, mas porque é tão difícil aceitar esta condição será que até esta queremos atribuir a “Deus” ora esta mentira e tão fácil de ser desmascarada que desde que aceitamos a Bíblia como livro de cabeceira esta lá que ao homem criatura feita à semelhança de seu criador recebia o dom da vida através de um sopro divino até então não conhecia o homem a morte, logo adiante são criados duas situações cruciais para esta um Anjo que iria se tornar seu algoz e a árvore da vida ou saber na qual o senhor adverte se dela comer certamente morreras.
Parece claro que aqui de uma maneira sutil vemos a vida surgir e seu desdobro em morte, pois como pode alguém que não conhece algo determinar a profundidade desta informação, mas não estou querendo discutir esta pequena situação já estabelecida em nossas vidas, mas sim que de alguma maneira “Deus” nos deixou varias pistas para que ficássemos sabendo que aqui viemos por algum tempo e só ele senhor desta pode alterá-la, em seu livro vimos isto varias vezes acontecer, gosto particularmente no livro de Reis onde o profeta Elias,
Ressuscita o menino, claro que invocando o poder de “Deus” e nessa encontraremos passagens onde ele se quer deixa que seus protegidos sejam tocados por ela em Daniel a fornalha se quer chamusca os cabelos de Sedraque, Mesaque e Abdenego, na cova dos famintos leões Daniel os acalenta, e assim temos a certeza que a vida é importante, pois tem um propósito quanto à vontade de “Deus” sem este propósito você pode dispor de seu livre arbítrio e você não sabe como ele surgiu então vou lhe refrescar ele surgiu segundo a Bíblia na diferença do homem com os Anjos e ai torna se uma confusão, pois dizem que os anjos possuíam, mas não sabiam deste direito, mas acredito que é como o do homem ele só tem validade depois que for aprovado sem aprovação você pode pular de uns trinta andares e nada lhe acontecera se a vontade “dele” não autorizar, este tema também complexo para se debater quando quem esta do outro lado, ou seja, a figura central detém o poder absoluto ele é o poder.
Ciente que muitos devem estar atrás de livros procurando encontrar uma maneira de me contradizer, deixará vocês com suas tantas duvidas e continuarei com meu estudo e procurando provar que antes que ele tenha morrido e não assassinado ai não sei se com 36 anos ou com 72 anos, mas sua missão terrena não acabou com 33 anos, ou seja, com sua crucificação,
Creio que após sua retirada para o deserto para o processo de expiação, onde a “Bíblia” nos conta que ele foi tentado três vezes, vêm de encontro o que afirmo que a partir do batismo é que ele passou a ser o cordeiro e assim começaria a tomar ciência de sua responsabilidade, alias estes processos se praticam em varias culturas onde não se utilizam os simples testes de coragem como dos Massais tribo de corajosos guerreiros Africanos, onde um jovem que munido de uma lança tem que caçar um leão para provar ser um guerreiro, esta prova que Jesus enfrentara se aproxima mais dos Hindus que devem enfrentar seus medos numa caverna escura e dela trazer suas respostas, assim vejo o homem maduro procurando conhecer seus limites, de fome sede e solidão e a mercê de todas as duvidas, que agora ele já conhecia como já tinha vivido trinta anos como um simples homem tenha visto o medo, a solidão, a alegria, o amor, ódio, guerra e todas as crueldades humanas, sobre estas coisas que agora tomavam uma super dimensão não de um homem limitado a sua vestidura, mas ao poder de dar um basta as estas coisas, tomava ele consciência abruptamente de que não seria tão fácil como o que estava escrito nos livros em que lia nas Sinagogas.
Começava ele ouvir vozes que não estavam neste mundo, talvez se forçasse pudesse até mesmo vela, com isso tornava-se um ser diferente, não diferente por seguir os ensinamentos dos sábios ou da família, agora sentia sobre seus ombros como uma mistura de não mais ser humano seu corpo ficava leve como uma euforia momentânea de poder este sim seu maior teste mesmo antes de suas tentações, neste momento o ardiloso dele se aproxima, pois sente Que, ainda o cristo não esta totalmente cristalina então este momento é tão importante, pois diante desta confusão seu pai dele não pode se aproximar, a fome e sede humana a descoberta dos poderes serão facilmente tentados e como homem, dele se aproxima para praticar sua ardileza e demonstra ao cristo que ele pode muito bastando que ele deseje poderá transformar toda esta situação, para isto que ele manifeste possuir o conhecimento de quem ele é e mude o seu propósito, que neste momento não me parece decisivo de salvar o homem ou de destruí-lo, pois se ele resolvesse destruir o homem, ele estaria absolvendo o Diabo, por isso a necessidade da ausência de seu pai e o disfarce do demônio que neste momento sabiamente tinha conhecimento que se tentasse se aproximar de cristo em toda sua magnificência ela despertaria a do próprio cristo que nesta situação encontrava-se adormecida, pois não poderia conviver com os homens e sua glória, o ardiloso com cuidado acaba se afastando esperando que ele enquanto revestido de homem ainda tropece mais adiante, esta é sua única esperança, pois ele de “Deus” já recebera a terra, mas não o homem como sua propriedade, diz o Senhor ao Demônio no livro de Jó “Ao homem tudo podes causar, levantar entre os seus ou subjuga-lo, mas advertido estas de que a vida é minha e nela não podes tocar”. Para muitos a passagem de confronto do cristo com o demônio só ocorreu nesta passagem, mas na realidade elas serão intensificadas nos passar dos anos, em ele retornando após ter recebido parte de sua glória quando reencontrou os anjos que o alimentaram com alimentos puramente humanos, pois é citado que os anjos trouxeram a sua presença água e pão e o alimentaram com sua paz dando-lhe forças para continuar seu propósito, porque seu propósito aqui tudo esta em suspense um ser meio homem e meio “Deus” que terá o destino de tudo em seus...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

ALIVIANDO TRAGO COISAS DO DIA Á DIA.

UM MOMENTO NESTA VIDA!

Pensando em minha vida, após de ter passado o dia desejando vela e poder cumprir o que lhe tinha lhe dito, como se já não soubesse que algo neste meu universo que parece decidir por mim, é como se eu dissesse algo que vou fazer para que algo providenciasse a lei de Marphy ou seja se à palavra tem de ser provada a cada instante
.
Tenho a certeza que agora às três horas da manhã chego a conclusão que apesar de falar inesgotavelmente sobre o amor, sempre tive medo em meu intimo de que elas nunca pudessem fazer nada pela minha felicidade, e o mais incrível foi que isto veio em minha mente assim de repente, quando pensei nas surras que tomava de meu pai um homem de uma honestidade a toda prova, mas que não aceitava que sua autoridade fosse questionada, assim vive durante muitos anos até que meu avo me levou para o sul e disse-lhe que animais lá no sul era permitido serem caçados portando não o aconselhava visitar aquelas parada sem ser convidado.

Sabe que tinha procurado ajuda de psicólogos para tentar descobrir o que sentia em relação ao meu pai sem nunca ter pensado em abordar o que significaria minha mãe neste contesto, e de repente você veio a minha mente trazendo uma esperança de que meu problema estivesse no meu relacionamento com as mulheres, que talvez a primeiro olhar possa ser definido como falso, é a pergunta que não quer calor? Mas, então porque tantos poemas a estas, simples tentar me convencer que não estaria contrariando uma outra máxima que tenho comigo que é respeitar o ser humano acima de tudo, este conflito talvez explique os atos de tentar compensa-las com estes versos.

Por quê? Não foram simples meninas dos meus tempos de escola ou colégio, se você acreditar em mim sei que poderá muito me ajudar não me abandone, sei que serei uma pessoa nova, veja o caso de algumas que possuíam condições de me proporcionar uma realidade que não dispunha aos vinte três anos como foi o caso da Tica, que imaginava poder ser casar comigo numa linda cerimônia na igreja e depois o cível a beira de uma piscina na casa dos seus pais e onde poderíamos construir a nossa própria casa e ela era linda apesar de ser cinco anos mais velhos que eu. Ou a miss Guarulhos (Angela) que também queria ela fosse morar junta, seu Padrasto chegou a puxar uma peixeira para mim se não fosse sua mãe Dª Maria me defender não sabe o que poderia ter acontecido,

A credito que às vezes vivi os 15 anos bem com a Karina. Talvez os olhos do Klebinho, é que tenha me conquistado e também por ser ela uma pessoa que precisasse de ajuda é claro tinha 20 anos e uma criança para criar problemas com os pais casou obrigada pela mãe com um homem na época drogado só durou até o nascimento do mesmo.

Nunca as levei a serio até uma professora de OSPB na 7ª série eu me envolvi, tive meu grande amor de infância aos 13 anos chama-se Elaine, que já ate casou-se com um cara muito legal que quando a trouxe para São Paulo-SP em sua 3ª gravidez descobriu-se um câncer, choramos muito juntos quando me contou e pediu que todos pudessem vela menos eu, acredito que ele estivesse certo.
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Apesar de não poder reclamar de minhas aventuras, sempre tive um pavor incrível de me casar talvez até hoje e não soubesse o motivo, acredito que nenhuma delas me trouxe segurança sobre algo que parecia platônico, ou porque não me trouxessem segurança que via em uma mulher passiva como era minha mãe que após ser eu tomar aquelas surras descabidas pegava uma bacia com vinagre e sal e passava aquela salmoura ali mesmo no banheiro onde eu pelado tomava um banho pois as vezes os cintos que ele exigisse que eu escolhesse para apanhar chegavam a cortar a minha pele além dos vergões que criavam na pele fina de uma criança de seis anos.

Pelo pouco que lhe conheço você é forte, determinada tem propósito e eu estou muito precisando. Por isso quero que fique perto de mim para que possa contar com sua ajuda e por esta ajuda prometo o que você quiser peça e eu lhe darei, aflito vivo agora crendo que você em muito pode me auxiliar, não pense que não creio em “Deus” alias creio que ele possui muitos nomes, pois em cada religião lhe batizaram com um! Assim
Os cristão de Cristo, os Judeus de Yhave ou Jeohva. Para os espíritas africanos de Olorum, para os Mulçumanos de Alá, mas na Bíblia cristã quando ele se encontra com Moises e este indaga –Mas aquém direi que me mandou? –Diga que eu sou?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

AGORA ALIVIAR E IREI POSTAR UMAS COISAS MAIS LEVES

Pequenas Poesias Colhidas na Estrada da Vida...


AS PERGUNTAS?

Ainda da vida tomei pouco?
Pouco porque curta é a vida?
Ama a vida? Pois quando se ama tolo se é?
Os minutos estes sim são curtos?
E estes curtos quando se ama são longos?
E sem você ficam Eternos?

AS RESPOSTAS!

Porque sou mortal!
Porque os braços não são os corações!
Porque o sentimento puro não morre!
Porque o amor é eterno!
Porque não há tempo para lembranças!
Porque a saudade dói...



PROSTITUTA

Anjo caído não seja perdido...
Tua existência minha alegria...
Guiara-me no escuro do desconhecido...
Já comigo estas e pouco ficar...
Abra tuas asas para me acomodar...

Desplumada estavas há ficar...
Você deve acreditar em destino...
Para poder descobrir o lindo...

Caminhar as trilhas do coração...
Sentir as dores do desconhecido amor...
Não desacreditar no passado...
Confiar em tudo no futuro...
Porque ainda podemos junto estar...



João Ninguém

Ninguém amou alguém
Assim se perdeu
Foi tão fundo que estremeceu
Errar e acertar até hoje não aprendeu
João Ninguém acha que sou Eu?



Pureza de teus Olhos

Procurando teus olhos, os encontrei!
E estes brilharam quando me aproximei!
Nossas mãos se encontram e criaram um caminho
Mas nossas bocas mudas permaneceram
Até o primeiro beijo se desejar
A aproximação de nossos corpos se fez
Transpiração excitação deflorar
E o sangue puro selar
Homem e mulher estes teus olhos fez
Tornar-nos.




Eu

Sou pássaro solto no ar
Vôo livre sem nunca querer pousar
Solo meu conhecido não pode me agarrar
O céu percorre sem limites deparar
Vôo, Vôo sem que rastro no ar encontrar.
Para não desmaiar volto a aterrizar.



Feto

Água ou acido...
Tudo misturado está me afogando
Isto é sangue, não me aperte...
Estão me expulsando, isto é meu...
Apertando e empurrando assim...
Morro estrangulado...
Cortando estão me separando...
Agora estou apanhando...
Alguém esta me chamando...
Há um calor bom aqui.
Acho que nasci.



Criança

Ousa os dias despertar para te envelhecer
Sem pensar as tuas ousadias só a sorrir
A como pode criar estas coisas deliciosas
No alto de uma balança grita empurra pai
Na gangorra leve como pena vejo o amanhã
A roda gigante leva nossas cabeças às nuvens
Ai no dangle, tudo pode acontecer e no amanhã te perder.
O sangue ferve um de alegria outro deste momento
Íamos aos agarrando mais e mais como você é importante
E esperando de uma vida que dela você nada saiba
Na ilusão da criança andando de carrossel
Pena que é como a vida a cada volta fica mais velha
Mas à tarde nos salvou, criança na minha vida plantou.
Em minhas mãos se agarrou.

terça-feira, 27 de abril de 2010

EGBORI
Este ebó e destinado para a cabeça da pessoa, ele tem a premissa de fortalecer a capacidade de discernimento da pessoa que o recebe, não esta associado à feitura de santo, mas é feito quando a pessoa deseja ser iniciada, até mesmo para que a pessoa tenha o firme propósito de que é isto mesmo que deseja, pois uma vez assumido o compromisso com seu orixá não haverá mais retorno.
Este bori é um pouco maior do que os ebós comuns, ele em minha casa de santo começava com a pessoa ficando um dia antes para descansar o corpo e enquanto descansava íamos buscar as folhas para preparar o seu amaci e seu colchão, após este é que realmente começava o ritu. Neste momento o roncó esta preparado com um colchão de folhas que por cima será colocado uma inim (Esteira de Juta) com um lençol virgem, a volta da esteira eram colocados todos os pratos (alimentos cozidos) de todos os Orixás, um obí, um Orobô[1] um fio de conta Branco para Oxalá, um pouco de mel, Sal, Azeite doce, água, Dendê e Vinho Branco Doce, uma pescada fresca que depois seria assada, um prato de frutas não cítricas um Bolo Branco uma Quartinha Branca e uma Tijelinha de louça Branca, um prato branco, uma vela de sete dias Branca, um rolo de algodão quatro Búzios abertos e uma moeda velha (Prateada) uma lobasa[2] e uma obé[3] duas folhas da costa e um Pombo Branco perfeito e um Ibi[4].
Esses pratos deverão ser passados da seguinte forma: a iaô deve estar sentada na inim de costa na parede o prato deve ser levado ao pé direito para o esquerdo, daí subir a altura do coração e daí para o lado direito e esquerdo subindo para a cabeça enquanto se entoa uma cantiga. A Confirmação de que tudo estava correto, se da com a lobassa sendo jogada no prato.
A feitura deste ato só ocorria após as 20 horas, demorava aproximadamente duas horas, ele iria fazer seu ajeum (janta) já com as comidas ali postas, e claro ficava na roça três dias comendo e bebendo em prato de ágata e caneca do mesmo material que deveriam seguir com ele até depois de sua obrigação ou pelo menos mais quatro dias que deveria respeitar o preceito em casa. Nada de sexo, nada de roupa escura, não deveria passar a porta de cemitério e tomar banho de amaci todos os dias. Suas atracações[5] só deverão ser retiradas após o sétimo dia, alias atracações são feitas da palha da costa trançadas e banhadas no abo e colocadas nos braços e uma grande na cintura chamada de umbigueira.
Quanto aos pratos arriados no roncó, este serão levantado após a saída da iaô e serão entregue na mata próxima a água limpa, ainda que alguns destes fossem consumidos pela iaô ou por pessoas que o visitaram ou mesmo que participaram deste ato na Roça.
Agora veremos algumas sintíses de orixás Yorubas:
EXÚ ORIXÁ
Exú é o Orixá sempre presente, pois o culto de cada um dos demais orixás depende de seu papel de mensageiro. Sem ele orixás e humanos não podem se comunicar. Também chamado Legba, Bará e Eleguá, sem sua participação não existe movimento, mudança ou reprodução, nem trocas mercantis, nem fecundação biológica.
Na época dos primeiros contatos de missionários cristãos com os Yorubás na África, Exú foi grosseiramente identificado pelos Europeus com a Figura do Diabo cristão e ele carrega este fardo até os dias de hoje. Este orixá é literalmente aquele mais próximo ao homem e carrega em seu arquétipo às qualidades e defeitos do homem, sua figura normalmente moldada é só o busto onde sobre sua cabeça existe um pênis em riste. Suas cores são o preto e vermelho seu dia da semana é normalmente as segundas feiras, sua arma é um porrete chamado ogó onde claramente se vê na ponta a cabeça de um pênis.
Quando se veste no barracão sua roupa é uma calçola, e uma saieta nas cores Preta e Vermelha com pequenas cabaças presas a saeta e com um gorro grande em sua cabeça e o Ogó nas mãos. É muito difícil, de se ver uma saída deste orixá devido a mística que se criou.
Suas oferendas ou Ebós são:
Cachaça - hoje em muitas casas passaram a oferecer Gim ou outras bebidas forte. Farofa - Ela pode ser feita com água, mel, dendê ou Cachaça com farinha de Mandioca. Pimenta – Fresca principalmente a conhecida como Dedo de Moça. Galo - Grande preto ou vermelho. Cabrito - Principalmente com chifres grandes. Búzios - De todas as qualidades. Obí - Noz de Cola. Velas - Não importa cor. Dependendo do objetivo poderá ser entregue em diversos locais, Rua, Avenida, Encruzilhada nas matas etc.
Cantiga de Exú: Ibara bá ou abou . Mougibá cuibaxé (bis) . Abou mougibá felebá ogum lonan.

Exú Tiriri Baraobébe tiriri seonan Exú tiriri barao ô Bêbe Tiriri lonan Exú oguim a...
OGUM ORIXÁ
Ogum governa o ferro, a metalurgia, a guerra. É o dono dos caminhos, da Tecnologia e das oportunidades de realização pessoal foi, num tempo arcaico, o orixá da agricultura, da caça e da pesca, atividades essenciais à vida dos antigos.
Assim, ele é muito próximo de Oxossi ou Odé e outros orixás caçadores, como Erinlé ou Ibualama, Logum Edé e Otim, que são os donos da vegetação e da fauna, detendo a chave da sobrevivência do homem através do trabalho. Orixá Oco divide com Ogum o patronato da agricultura, mas foi esquecido no Brasil, provavelmente porque aqui o Candomblé se formou como religião urbana.
E pelo sincretismo foi transformado em São Jorge, e protetor dos Policiais, Seu dia na semana é as terças-feiras, sua cor é o azul, mas suas contas são verde, Quando sai no salão usa capacete, espada, e escudo normalmente de latão, e em seu assentamento e um composto de muitas peças de ferro (bigorna, pregos grandes, ferramentas, facão), no Brasil possui muitas qualidades (Onirê, Ogunjá, Xoroquê etc..). Suas oferendas ou Ebós são:
Feijão Preto – Cozido (Sua festa Anual é chamada de Feijoada d’Ogum) Acarajé - Feijão fradinho pilado e misturado com camarão seco e frito Acaçá - Amido cozido e embrulhado em folha de Bananeira Cerveja Preto - Garrafa Inhame - Assado Galo - Colorido Cabrito - Colorido Colobo - Espécie de Cachorro selvagem (África)
Sua cantiga: Ogum hoi mariou bobel . Ogum hoi mariou bobel . Ogum hoi mariou bobel . A um bobô a um toú gomel E lê tona ta begé . A si baía odel oguim . A corvou bodel
Ogum clachau marou . Orixá zougum ou mariou . Mariou mariou . Oia ogum calachau Mara-ou . Gum-gum corrourá arau (bis).
[1] Fruta pertecente ao orixá xangô
[2] Cebola
[3] Faca tipo peixeira
[4] Caracol
[5] Fios transados de palha da costa

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mais um Capítulo de Coisas do Candomblé...

este artigo foi retirado devido algumas pessoas não terem entendido, que nele só possui o interesse de relatar o que pode acontecer quando tentamos realizar algo que não dominas totalmente o conhecimento para tanto. Assim passamos a ser dominados por a força do genio que libertamos da garrafa. espero não ter magoado ninguem.

sábado, 24 de abril de 2010

Continuando a Publicação do meu Livro Coisas do Candonblé...

OUTRO FATO O CORRIDO
Quando tinha meus dezesseis anos passei a estudar um material dos Rosas Cruzes e outros materiais de metafísica que me foi cedido por um arquiteto do Banco onde minha mãe trabalhava e nos conhecemos e ele também era feito de santo e possuía muita cultura e em seu apartamento possuía até muitas mascara africanas que sempre trazia de suas viagens a áfrica e solicitei aquele material para leitura e ele me advertiu que não tentasse praticar os exercícios que ficasse somente na leitura, mas meu espírito aventureiro não se conteve e entrei numa fria, que foi necessário a me recolher por catorze dias, nesta época ela morava na ponte grande num dos imóveis do prefeito De Carlos, lembro que estavam lá para ajudá-la a Ekedi Lucia, o Jô e uma moça que estava acompanhando o ato após os ebós que já tinham sido retirados era um obí[1] com água para esfriar o Orí.
Sei que era o mês de julho e aquele roncó[2]era uma geladeira, após ela me ajeitar às frutas em meu ori fui deitado com uma camiseta branca de manga comprida e enrolado com lençóis como a um recém nascido e mais algumas colchas após dormir um pouco acordei com um som peculiar que pensando um pouco descobri que aquele som era de búzios caindo sobre a mesa que estava a poucos metros de mim, pensei e disse se minha mãe (Oxum) se queria me dizer alguma coisa que me desse em sonho, pois ainda não sabia ler seus búzios, e quase que instantaneamente estava eu adentrando numa mata e seguia o som forte de uma grande cachoeira que quando pus meus pés dentro de suas águas às mesmas subiram e um grande estrondo se fez e as rochas da cachoeira viraram todas otás[3]e vieram mansamente se amontoar aos meus pés, dali recebi uma visão para cada um daqueles que estavam na casa, mas os dois que me lembro com clareza foram o que Oxum deixara para minha mãe de santo, que simbolizava que ela estava se afastando do orixá e se aproximando muito só de feitiços, o outro foi para a moça que estava acompanhando o Jô, neste Oxum me mostrava uma sala que parecia um julgamento onde havia uma menina e que esta menina sorria e abraçava a moça. A moça ficou muito alegre quando lhe contaram sobre o recado que o orixá lhe tinha deixado, pois ela morava no Rio e agora tinha arrumado emprego em S. Paulo e o pai da menina não queria que a menina viesse a morar longe dele, fiquemos sabendo que em juízo tudo sai como ela queria.
A Briga dentro da Casa de Exu
Eu estava vivendo um momento muito difícil em minha vida, e já havia feito tudo que Dª Maria tinha me pedido até um sacudimento na empresa, mas de nada adiantara a ponto que tive que me afastar da sociedade e, nada dava certo até um dia em que fomos fazer um corte para Exu e eu explodi:
“-Não agüento mais, esta acontecendo algo comigo? A senhora tem que me dar uma resposta! - Você tem que respeitar a casa de Exu!”, aonde eu já vinha sentindo uma fadiga imensa a cada ato que não conseguia si quer cantar durante as oferendas, nossa conversa foi feia, após eu ter me recuperado, com isto me afastei durante oito anos não só de minha casa, mas do Candomblé como um todo. Verdadeiramente queria esquecer aquilo que me aconteceu, mas o tempo é um santo remédio e um belo dia estava prestando atenção e sentia uma presença que se desfazia quando adentrava em alguma casa, era como se tivesse duas sombras, e retornando para o almoço já bem tarde algo como as 15h00 tomei uma atitude até estranha passei a mão numa caneca de alumínio e coloquei água e fui à rua saldar Exu, e perguntei - Quem me persegue? Três vezes e ouvi uma resposta Eu! Sem perceber a loucura respondi - Eu quem? –Baralaqueji[4]! Neste momento tremi, pois acabava de perceber que tinha ficado louco, dirigi-me a encruzilhada que ficava a duas casas de distancia e voltei a indagar o que ele queria e novamente ouvi - Voltar para minha casa! Neste momento pensei, como pode o Senhor dos Caminhos estar perdido, comprometi-me em levá-lo a sua casa já. Não conjecturei nem uma suposição sobre o que Eu estava fazendo, afastado há oito anos, Bem, mas estou aqui só para relatar o fato e não pedir que acreditem, O que ocorreu foi que nunca me questionei sobre as orientações dos Orixás sejam em sonhos ou quando Ifá[5] me orienta, fui à casa de minha mãe e relatei o ocorrido ela em primeiro momento achou graça que Eu estivesse falando com Exu, retruquei e lhe respondi que todos nós podemos conversar com os Orixás, o caso agora é que Ele foi que falou comigo, sua feição mudou quando ouviu o relato ocorrido, E assim contou, como ela própria não consegui cuidar dele e eu que o cuidava, ela achou por bem pagar a alguém para isto, é que ela o havia levado para a casa de Seu Zé do Oxossi já há dois anos”, Fomos buscá-lo e isto marcou meu retorno a Família do CANDOMBLÉ, mas não na casa de Omina.
Mais um fato relacionado a minha convivência dentro do Orixá, foi quando Omina Bela estava procurando uma pessoa para fazer um ato no qual ela não queria que eu sacrificasse o animal pelo mesmo foi a desculpa que ela me deu, sendo que nesta época eu não a questionava, fique aguardando curioso o porque não ser eu ora poderia ter muitos motivos, talvez a pouca idade?, Não talvez tivesse que ser do sexo feminino? Mas esperai ai e as pessoas que freqüentavam a casa ou mesmo os filhos da casa? As incógnitas eram muitas e já se passavam alguns dias quando minha mãe carnal Dnª Carmem a recomenda a um rapaz chamado de Edmilson de Oxumaré[6], até já o conhecia de vista, pois, morava próxima a nossa casa, mas o que fez lembrar se dele foi que ele possuía uma irmã daquelas que não dava para esquecer não sei onde Jorge amado se inspirou para criar a sua personagem Gabriela, mas sem dúvida que tivesse posto os olhos na Irma do Edmilson eu saberia quem foi sua musa inspiradora.
Bem ela me recomendou que passasse a casa do rapaz e lhe avisasse que ela gostaria de lhe pedir um favor, bem avisado o rapaz lhe aguardou, e sei que passados alguns dias, numa tarde de quinta feira ele pediu que eu estivesse em sua casa para o ato que iria ocorrer, lembro-me que estávamos em quatro quando o rapaz chegou só, minha Irma já havia preparado alguns pratos que seriam arriados aos pés d’Oxum eu havia já feito osse (limpeza consiste em preparo num pequeno alquidar prato de barro algumas folhas com cachaça ou gin) Bará e mesmo preparado os animais (isto no candomblé em que fui criado significa verificar que os animais não apresentam defeitos e que estão de acordo com aquém vão ser oferecidos, se estão bem acomodados e sendo assim devemos lavar: A cabeça, os pés, debaixo das suas asas, como também o seu curuchinho (bunda/rabo), após isto fui amolar a faca de Exu, esta posta ao seu lado fui buscar o seu Padê (farofa) que são servidas em alquidas sendo uma de Farinha de mandioca com cachaça, outra com farinha de mandioca com azeite de dendê, e a outra com mel, além destes três líquidos ao lado uma caneca com água, um pires com um punhado de sal, além de usar obí ela possui uma preferência por lobassa (cebola) bem arendondada que deveria ser descascada sem nenhum machucado após o ato quando para exu no solo.
O rapaz chegou e se pôs a disposição de omina Bela, nós também só aguardava-mos a suas ordem, pois até a água quente para depenar os animais já estava no fogo, mas nós já conhecíamos e sabíamos que antes do termino da novela das oito nada iria começar, o coitado fumou e conversou até que a novela acabou e ela o chamou para o corte, foi neste momento que tive mais uma de minha experiência, pois assim que começamos a saudar Exu ele pegou a obé (faca) e apontou para que eu lhe trouxesse o primeiro franco e sem nenhum de nossos rituais ele desferiu um golpe e decepou a cabeça do frango, me senti muito incomodado com aquilo como se um arrepio percorreu meu corpo, Omina Bela pelo jeito também, tanto que interrompeu e lhe deu as orientações que deveria tomar, pois este ato que ele praticara era comum em sua (Nação Angola) e não da nossa Ketu, ele ficou bastante chateado, mas terminou os atos de acordo com a orientação que recebera, mas não quis receber o dinheiro que tinha acordado pela sua mão. Neste dia foi que percebi que, as outras Nações que já ouvira ela comentar do candomblé, não era só o nome que era diferente e que eu teria muito que aprender.
[1] Semente/Nós de cola/fruto sagrado do culto
[2] Quarto de repouso para as obrigações
[3] Seixos que representam em assentamento orixás
[4] O nome do exu da casa
[5] Nome do oráculo/Jogo de Búzios
[6] Orixá importado da Nação jeje/Dan/Beleza e riqueza.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mais uma Experiência relatada no "Livro Coisas do Camdomblé"

Algumas vivências com Ominabela
Uma que presencie em sua casa foi uma grande discução entre Camarão e Daibo os dois só faltaram a se atracar, mas devido à interferência de omina não aconteceu, mas as ameaças só partiam de um lado dizia assim Camarão –Seu bosta quem você pensa que é para me afrontar? Resposta de Daibo -ele só dormiu lá em casa por falta de condução, e camarão –Sua bicha descarada quanto que estou lhe ajudando para receber esta traição! A omina tentava colocar um para fora e este era Daibo que parecia mais calmo, e assim se foi embora, mas camarão não se conformava com algo que em meus nove anos ainda não compreendia que se tratava de uma cena de ciúmes entre os dois homossexuais, e ouvi quando Camarão falou a omina sei que é seu amigo porque meu não é mais e te juro que a bicha vai morrer cagando se foi por ali que ele teve prazer é por ai que ele vai sofrer, omina tentava deçuadilo, mas imagine um negrão feio e bravo, e quando digo negro quero dizer aqueles azuis omina parecia uma criança perto dele eu acredito que batia em sua cintura ele espumava pela boca, quando proferiu a seguinte frase para você que pensa que estou brincando avise ele do que prometi, pois só vou voltar aqui depois que souber que ele Kufou[1], não lembro quanto tempo este fato demorou a acontecer, mas foi pouco tempo depois de meu aniversário de dez anos em janeiro de 1970, os vizinhos chamaram a policia, pois ele morava num cortiço ali no buraco quente e a izala [2] estava muito forte, dizem que quando a policia estourou o cômodo e cozinha ele estava morto há dias sentado na privada.
Assim foi que descobri que aquelas pessoas possuíam poderes ou conhecimento para nos ajudar como foi o meu caso ou manipular esses conhecimentos para praticarem o mal, como acabara de acontecer com o coitado do Daibo, pelo menos ao modo de ver de uma criança, quando comentei com omina ela me explicou que estes conhecimentos não são para ser usados assim, mas que quando possuímos e difícil mum momento de irá segurar, me contou que havia um rapaz que sempre subia no muro de sua casa para mexer com pai Gerson e este um dia quando ela o seguiu para a roça largou a trouxa que trazia a cabeça e dirigiu-se ao rapazola que hoje ele estava de bom humor, mas que outro dia se ele mexe-se com ele e o rapaz vise à trouxa cair o que quebrasse na trouxa assim também quebraria em seu corpo, aflito perguntei - Mãe aconteceu alguma coisa com o rapaz? –só quebrou uma perna e os dois braços! -E por quê? Disto indaguei –É que em nossa nação o poder esta na palavra proferida!
Houve o caso da vizinha que como omina vivia sozinha e que de vez enquanto recebia a visita de certo homem que numa destas visitas não a encontrou em casa e parou na casa de omina para tomar um café e o tempo se passou e a vizinha chegou e não gostou do que viu, dali passou a jogar gracinhas para omina não desconfiando que estivesse mexendo com a pessoa errada, e numa desta ela cruzou com uma ferrenha escudeira de omina a minha própria mãe que não se conteve e persegui a vizinha que acabou se enrolando numa colcha de pique que se encontrava em seu próprio varal foi o suficiente para que ela levasse uma bela surra, o que diga se de passagem não foi o suficiente, mas ouvi omina dizer que iria preparar uma zorra[3] para que ela se mudasse coisa que não demorou, mas o interessante foi que ela anunciou aos quatro ventos que na quarta-feira depois do almoço iria embora daquele inferno.
Parecia que iria acontecer algo, pois minha mãe tinha feito uma bela jarra de K’suco para nós que brincávamos a volta do caminhão e ela e omina que não tinha ido trabalhar tomavam uma cerveja ali no portão, daqui a pouco o caminha saiu e nos íamos saimos correndo a sua volta quando um grito unisso das duas nos impediu de continuar, mas deu para nós observar que na curva o caminhão havia tombado e os móveis haviam se quebrado ao cair do caminhão, minha mãe - Disse agora podem ir ajudar! Corremos lá e ela só falava que queria ir ao hospital para ver se estava tudo bem com o bebe, logo voltei para relatar o fato as duas, e ouvi seus comentários - Carmem a sorte dela foi que a bichinha esta grávida - Mas a senhora não tinha feito nada para matá-la, -Claro que não era só para que a vadia perdesse seus móveis! Disse minha mãe –Ainda que hoje seja dia de papai (Xangô o Deus da justiça) e omima respondeu –Ela ou eu tivemos muita sorte?.
Neste mesmo local onde Daibo morava havia um terreiro de Umbanda que a moça sim moça porque deveria ter uns 23 anos, linda morena, que viera acompanhada de sua mãe para um jogo de búzios e depois retornou sozinha para uma consulta com a formosa que era o erê de omina, o resultado disto e que passamos a freqüentar o Centro e a cada dia que íamos lá omina preparava alguma coisa até que chegou o dia da obrigação que foi muito linda, o santo da moça era um Oxóssi e sua saída no barracão cheio foi muito comemorada, o fato relevante aqui nesta história ocorreu quando um dia à tarde quando entramos no barracão a moça estava incorporada de êre e veio correndo se jogou aos pés de omina dizendo algo desconexo e o que pude observar seu quelê estava quebrado e todo esparramado pelo salão, enquanto me colocava atrás dela pude observar que ela dizia algumas palavras e tocava a cabeça e as curas da Iaô, neste instante adentravam algumas pessoas pelos fundos e presenciou uma cena bizarra a moça se rolava pelo chão como a um cão louco e após as pessoas pedirem que omina fizesse algo ela respondeu que Oxóssi estava batendo nela e que o orixá é soberano, nisto chamaram um homem já de meia idade que depois fiquei sabendo ser amante da jovem que tentou abraçá-la o que foi em vão ele caiu e ela agora de pé esfregava o seu lindo rosto contra a parede de cimento grosso já fazendo arranhões e o sangue descia manchando suas roupas, a mãe da moça implorou a omina que aquilo cessase, mas a resposta foi – quando parar ela pode me procurar! –Vamos Henrique que aqui não podemos fazer nada!.
Passados alguns dias lá estava à moça que não quis descer do carro, alegando sua mãe e irmã que ela não estava bem e que não era mais para omina subir no terreiro que todos inclusive o Agenor que era policial militar não tinha gostado daquilo que viu, respondeu omina –Eu só dou obrigação de quem tem orixá! E a mãe da jovem perguntou –para fazer o que fizeram no rosto de minha filha? Omina –A senhora não perguntou o que sua filha fez para que isto acontecesse! A velha calou e a irmã parecia querer falar algo, mas se conteve assim omina -disse sua filha vira aqui! e vai terminar seu preceito aqui nesta casa, já que ela disse que eu não posso ir até lá, mas veremos! Dois dias depois vi correndo pela rua como a uma criança fujona a moça com o rosto ainda marcado e entrou no corredor da casa de omina, seus familiares chegaram depois e trouxeram os apetrechos necessários para acomodar a jovem, mas sua saída de santo foi em seu barracão com omina a frente de um Oxossi digno de ser o Rei de Keto.
Outra passagem marcante com omina, e seus filhos foram quando saiu uma conversa na casa de seu Gerson o pai de santo de omina, uma história que tinha chegado aos ouvidos dele de que omina procurava outro pai de santo para dar sua obrigação de cinco anos, pois segundo a história ela tinha descoberto de que ele era feito no chamba e não no keto, nesta época este chamba era para ela uma espécie de umbanda e o que marcava esta situação era que este chamba só usava três fios de conta (Um branco, outro vermelho e o preto) Fugindo totalmente da pureza que até então ela ouvia do pai de santo que lhe tinha enganado a mandado ela fazer um ato a beira de um olho d’água que ela fez de bom coração, mas que na ora percebeu que estava era despachando sua cabocla Jurema isto lhe tinha magoado muito, mas quanto ao resto ela veio a descobrir que Quitéria era a responsável pela fofoca e esta jurava que não, mas omina chamara a estrelinha que era o erê de Nanã o orixá de Quitéria, e ela havia confirmado que seu cavalo gostava de fazer conversa com o pai velho que lhe ensinava muitas coisas.
Omina disse a minha mãe que iria cortar a indaca[4] de Quitéria para que nunca mais ela mentisse, o fato que em três meses depois de sua obrigação de um ano ela veio a falecer, sendo que lembro que ela já não conseguia se locomover pois suas pernas não se firmavam e antes ela sempre estava conosco na casa de omina, após este fato os outros filhos de santo abandonaram as suas visitas constantes principalmente as sextas-feiras dia de Oxalá ou aos sábados dia de Oxum, e sua casa passou a ser muito mais freqüentada por clientes para falar com formosa ou com Seu Boiadeiro e amigos da família do santo ou da policia os alibans[5], e já nesta época alguns políticos principalmente de Guarulhos.
Omina era avessa a aparecer em roças de pessoas que não fossem maiores que ela no santo, e principalmente em dias de Xirê[6], mas ela estava devendo a muitos convites recusados a Jô um filho de santo de Xeumã, cuja seu ori[7] Omolu[8] a quem ela possuía um grande xodó por este orixá, é seu junto[9], ela aceito ir ao um toque na roça de Xeumã que ficava em Pirituba-SP, e claro comigo a tira colo, quando chegamos o toque ainda iria começar e me adiantava para cumprimentar os mais velhos, quando ela me agarrou e me disse - Fiquemos por aqui! Respondi - Não podemos fazer isto a senhora é uma Yalorixá! Ela me enrolou, e que depois que começasse o toque ela iria até eles, e logo apontou para Genoveva - Quem é? Já emendando outra pergunta - O senhor pai de santo sabe? Respondi - Sim! É o grande esteio desta Roça, possui uma Iansã linda.
O toque começou e nós estávamos na segunda fila, até que chegou a cantiga para Iansã e só se viu Geno se debatendo e arrancando seu lenço da cabeça seus brincos, pois não tinha se afastado da porta da cozinha como que não se fosse haver um toque na casa, as ekedis a levaram para dentro e daqui a pouco esta lindamente vestida a rainha dos eguns, lá se foi cumprimentar os atabaques e deles a porta e ai aconteceu algo ela empacou diante de nós e a ekedi que a conduzia não conseguia demove La daquele lugar, interrompi aquela situação perguntando a Omina - A senhora não a tinha reconhecido, e ela veio dizer que também a reconhece! Quando Omina se levantou para abraça-lá pude ver a cara do Pai de santo saindo do salão e mandando que se prepare um lugar apropriado àquela senhora, foi uma grande vergonha que passamos, mas também uma grande lição, pois eu sei que existem varias qualidades de Orixás e mais importante é de que forma eles nascem no ori da iaô.
[1] Que a pessoa morreu
[2] Mau cheiro
[3] Feitiço/Pó
[4] Boca grande/fofoca
[5] Homens que utilizam farda/que possuem poder dado pelos homens.
[6] Festas no Candomblé/Toques/Saídas
[7] Cabeça
[8] Orixá da peste/Cura
[9] O segundo santo

Mais um capitulo de meu Livro "Coisas do Camdomblé"

Mais uma das tantas experiências já Vividas.
Foi em Março de 1986, numa sexta-feira lembro com clareza, pois estava todo de branco por ser dia de Oxalá[1]. Encontrava-me no ponto de ônibus, enfrente à Praça dos Estudantes que fica no centro do município de Guarulhos, a onde moro atualmente, mas o fato ocorreu quando eu e minha família estávamos morando no Bairro do Belém em S. Paulo-SP. Estava saindo da casa de minha namorada próximo ás 11:00hs e como todo homem apaixonado sempre pede um último beijo e perde a hora e depois sai correndo e foi assim que acabei sendo confundido com alguém que havia estado em uma briga e machucado esta pessoa.
Assim acabei me encontrando numa em rascada terrível, imaginem a cena que não sai de minha cabeça, ofegante cheguei ao ponto e fui abordado por dois elementos que cheiravam á álcool e me indagavam porque eu tinha feito aquilo, sem entender o que era, fui me preparando para uma briga, quando observei que as demais pessoas se afastavam do ponto claro elas perceberam que atravessavam a rua um bando de maloqueiros que até então se encontravam no bar conhecido como um ponto de venda de drogas, ao perceber aquela movimentação, refiz o meu pensamento quanto a sair dando bordoada, afinal às coisas tinham mudado de dois para oito e os tamanhos agora tinham configurações maiores, a conversa permanecia a mesma queriam me surrar, pois acreditavam que eu era o elemento que havia machucado seu amigo que pelo que entendi se encontrava muito bêbado.
Foi quando me dei conta que entre eles faltava alguém que iria decidir o meu destino, e porque isto não acontecia, eram eles em maior numero poderiam me surrar sem que eu pudesse oferecer qualquer perigo, ora era obvio eles pertenciam a uma gangue, e tinham que aguardar a chegada de seu líder, Enquanto me mantinha a espera deste, algo de muito estranho começava acontecer, um barulho aumentava lentamente como se estivesse aproximando, percebi que este era um toque de abertura do Xirê[2] e a toada que agora se fazia clara e me tornava em alguém com muita confiança era: Exu 3] marabo é mojuba, É Bara coché, Exu marabo é Bara lonan..., Durante esta cantiga percebi que somente eu estava á ouvindo, e me parecia que eu não estava mais naquele lugar, suas vozes tinham sumido como que eu ficara surdo, mas não estava para aquela toada, durante ela ouvi a seguinte ordem: “Não faça nada só olhe dentro dos olhos dele” esta foi repedida e quando acabou, voltei para aquela situação e eles falavam e eu já ouvia bem clara que “Julio” estava chegando um rapaz negro que apresentava possuir uns 25 anos, magro e com seu 1.80 m ele se dirigia seguido de mais dois moleques como em câmera lenta, parecia saber o que faria e eu o já fitava seus olhos grandes e negros que praticamente beijaram minha face, seu perfume carregado de desodorante barato e doce se misturavam com o cheiro de maconha e álcool, fazendo uma mistura inesquecível, mas em poucos segundos a situação desfez se como a uma nevoa, ele dera as suas costas e dava de ombros dizendo assim repetidas vezes” deixem o cara, não é o cara” e voltou-se para o bar e consigo levou todos seus comparsas que sem entender me olhavam.
Pude perceber que as pessoas não tinham ainda ido embora, pois voltavam ao ponto, mas com suas caras de espanto, com algo inacreditável, só esperavam uma pancadaria e no final não tinha acontecido nada, e para mim aqueles poucos minutos, foram uma eternidade, o ônibus passou em seguida e eu ainda me sentia com adrenalina de um atleta, e só baixou quando cheguei em casa e resolvi tomar um banho frio, e percebi quanto alguém gosta de mim em um lugar que não conheço.
Outro fato estranho: O HENRICÃO DA CARMINHA.
Este outro fato, que comigo ocorreu é bem interessante e possuidor de outras três pessoas, Azulão, o Testa e o Branquinho, eram os apelidos de meus mais chegados amigos da juventude esta nossa amizade começou na sétima série quando fui transferido do primeiro grau da Escola Prof. Plínio Paulo Braga, para atual Prof.ª Maria Angélica Soave, na verdade nós já nos conhecíamos antes de eu mudar de escola, por conta de morarmos no mesmo bairro, mas amizade só se tornou firme quando mudei para a mesma Escola destes meus amigos.
Assim esta amizade já contava com mais de dez anos quando este fato que irei relatar ocorreu: Precisávamos de um carro para nossa saída de sábado á noite, e o jeito foi o Álvaro pedir o fusca novinho do seu patrão o dono da farmácia, o Álvaro dispunha da confiança do patrão e ele nos emprestou o carro, tudo combinado na casa do Testa (Ronaldo), era lá que Dª Geralda melhor nos recebia, não nada de mais é que ela só possuía filhos homens (Roberto, Ronaldo e Adauto) então a bagunça era mais tolerada.
Havíamos combinado após a novela das oito, e iríamos ao Bar Tia Redonda para azar alguém, uma vez que nenhum de nós estava namorando,l á ficamos até ás 2 horas resolvemos dar um role pela cidade e nada de bom nos aconteceu, achei que tínhamos bebido demais e que era tarde para gastar em outro lugar era muito melhor tentar no domingo lá na casa do Som, todos concordaram e assim feito tomamos o caminho de casa, quando percebemos que o cigarro estava acabando, e a esta hora não vamos voltar? Disse Eu, interrompeu o Álvaro – O Bar do Pinhal! , este ficava em nosso caminho, Paramos na frente e o movimento era assustador, estava com gente até do lado de fora, aquele bar não possui as melhores referências, mas o vício é maior recolhi o dinheiro do Ministre do Azulão, o Free do Álvaro e Hollywood do Testa e esperava ter naquela pocilga o Carlton que eu fumava, neste momento o Álvaro sai do carro e diz – Deixa comigo? Preciso urinar! Bem lhe dei os deis cruzeiros e se foi, de repente o azulão começa a discutir com o testa que não queria dar lhe um cigarro, falei – Ei o Álvaro esta demorando não? E sai do Carro, recebi uma enorme surpresa quando um negro gordo que estava à porta do bar como se fosse um segurança grita em tom de alegria “Henricão! (Henricão da Carminha!).
Algo realmente tinha acontecido, pois neste momento deu para perceber que o Álvaro esta com um problema, ele foi trazido para fora sem os cigarros e num lance que nunca entendi tomei uma atitude inesperada e disse em tom de autoridade - Cadê os caretas? os elementos que estavam com ele se dirigiram para mim e em tom de desculpa - Henricão! eu só queria que o mano pagasse uma birita para nós? Retruquei de imediato - Vamos logo! Quanto é? Respondeu um deles - o troco dá! Interrompi novamente já colocando a mão no peito do Gordo nós fizemos uma fita errada e os homens tão atrás da gente! E ele Dizia algo assim - Cara volta para Boca! E eu novamente já olhando o Álvaro que entrava no carro, - Agora eu estou careta Tchau!
Dentro do carro o Álvaro se recuperava do susto, Azulão e Testa tinham ficados brancos e eu aos velos comecei a dar risadas, esta situação só foi compartilha por meus amigos quanto já estávamos na frente da casa do Álvaro, onde me interrogavam sobre esta minha desempenho de ator, a bagunça esta tão boa que seu pai nos expulsou e mandou que ele entrasse. Nunca nos esquecemos deste fato, pois ser parecido com alguém é possível até que seja confundido por varias pessoas, mas neste caso ser parecido, possuir o mesmo nome, e ter o nome da mãe já é para virar um causo.
Se desta vez os orixás estavam comigo e eu acredito que sim, talvez não os tenha percebido devido ao álcool, pois quando jovem sempre fui um duro na queda, pois poucas vezes me vi vencido pela cachaça, mas graças a nossas proteções estamos vivos para contar esta emoção aos nossos filhos.
[1] O senhor do pano branco/O pai dos orixás.
[2] Festa onde se toca para os orixás.
[3] O senhor dos caminhos/O orixá que tudo liga.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Continuando a Pulbicação de meu Livro...

O INICIO DE TUDO
Todos os fatos relatados aqui são verdadeiros, como os vividos por mim nestes anos de convivência com a espiritualidade, principalmente dentro do Candomblé, podem afirmar que fica difícil apontar qual foi o mais incrível, mas começo relatando como foi a minha entrada nesta seita.
Acabara de chegar de mais uma internação hospitalar, e meus pais resolveram encostar minha cama na janela já que eu não podia brincar, devido à grande fraqueza que a doença me causara (insuficiência cardíaca), de repente percebi que havia uma pessoa que me observava muito estranhamente, era uma senhora morena muito bem vestida com grandes argolas em suas orelhas, com muitas pulseiras, eu viria a me encontrar com esta senhora ainda naquela semana, ela procurou à vizinha Dnª Aparecida para lhe consultar sobre a religião de meus pais, descobriu que meu pai era um devoto de Nossa Senhora Aparecida, mas pouco freqüentador de igrejas, minha mãe já transitava entre a missa católica e as reuniões de mesa branca (kardecismo) e já visitara um terreiro de Umbanda levada por minha Tia Silvia, próximo ao Cemitério do Chora Menino conhecido como terreiro do Tenente Urbano.
Com estas informações ela procurou minha mãe e lhe relatou que o que eu tinha não era só um problema de saúde, e que se meus pais autorizassem, ela iria cuidar de meu problema espiritual, ela bem que tentou explicar ao meu pai que o problema era um encosto de um egum[1], mas ele consentiu após ela lhe explicar que o que iria acontecer era sete dias de reza em sua casa que era nossa vizinha, solicitou que para isto seria necessário: a compra de uma roupa branca e dois lençóis brancos e virgens com uma fronha.
Estes dias começaram com minha mãe me levando no colo apesar de meus nove anos a doença havia me debilitado a ponto de não conseguir andar aqueles cinqüenta metros que separavam a minha cama da esteira em que eu iria deitar, tomei um enorme susto quando adentrei naquela casa, pois defronte a porta havia um vaso com uma cabeça com pequenos chifres e um tridente de ferro cheio de sangue e coberto de penas aliais, o nome da senhora era Dª Maria e seu oruncó[2] (Omin Nabela), ela me conduziu a esteira que possuía um travesseiro com a fronha branca e o lençol sobre uma esteira, colocou em meu pescoço um colar feito de palha da costa chamado mocan[3] e me ensinou a dar o Iká[4], pois a esteira estava de fronte ao iba[5] de Oxum que ao seu lado estava sendo assentado o seu êre[6], sem que entendesse o que ocorria, ela começou a rezar em ioruba e eu comecei a sonhar e sentir meu corpo como se houvesse sido ligado em uma tomada 220 w, mas o sonho era tranqüilo, eu me aproximava de um belo lago e ficava em sua margem brincando como a um bebe muito feliz.
Quando acordei deste sonho encontrava-me todo molhado como que eu realmente estivesse adentrado naquele lago, mas era suor ela me cobriu não só com o lençol, mas com uma colcha branca que fiquei sabendo depois por minha mãe esta colcha pertencia ao enxoval da obrigação de santo de Dª Maria e que ela havia chorado quando a colocou sobre mim, me deu de beber água da quartinha e me disse que prestasse atenção em meus sonhos foi quando lhe contei o que tinha acabado de sonhar e ela riu, minha mãe me abraçou e fomos embora.
No dia seguinte, já me sentia bem melhor, mas minha mãe ainda me levou em seu colo, quando chegamos de pronta Dª Maria perguntou - Você sonhou? –Sim! - Lembra? –Sim! Contei o que havia sonhado: “Eu estava na via cruzes com uma sopeira e dentro dela havia como três pedras que à medida que Jesus se aproximava elas brilhavam, mas de repente uma delas se quebrou como um ovo e sua gema fora se transformando em sangue até cobrir as pedras”, neste dia ela não só colocou o mocan, mas vários outros fios de contas que pertenciam ao seu quele[7]·, em nosso terceiro dia ela manda avisar ao meu pai que no sábado eu irei subir o Morro do Buraco Quente que ficava de fronte as nossas casas e é uma subida em curva de aproximadamente um kilometro, e que apartir de amanhã eu poderia comer o que eu quisesse, já tinha a me acostumado a comer raspa de maça e arroz com mel.
O sábado chegou, e eu já brincava na rua com meus irmãos, quando avistei meu pai, lembrei que já devia ter tomado banho, corri e fui me preparar para me encontrar com ominabela, quando chamei , ela perguntou - Seu pai já chegou? Respondi que sim e ela já trazia nas mãos um coco seco que ela já tinha me avisado que eu iria lançá-lo bem alto, e ele iria explodir, neste dia vi meu pai chorar quando nos abraçamos, após meu retorno.
Foi assim que comecei minha nova vida, agora com um propósito de descobrir como uma pessoa podia olhar para alguém e descobrir que esta pessoa possuía uma doença que não era do corpo e sim da alma, minha vontade de conhecer tudo sobre o que era aquilo, que chegou a criar um ciúme em minha mãe, pois onde Dª Maria estava lá esta eu, aprendendo a tomar a benção até de cachorro, e bater a cabeça a qualquer um que fosse desta crença agora chamada de candomblé, e ela me ensinava tudo em uma língua africana chamada de ioruba[8].
Outro fato muito estranho foi que ela já havia me avisado que um dia eu iria fazer uma cirurgia, mas antes que fosse marcada eu deveria pedir um tipo de autorização aos Orixás, pois o aço não poderia ser utilizado para cortar qualquer parte de meu corpo ainda que fosse com minha autorização. Aquilo parecia muito estranho e até mesmo um pouco fantasioso, mas na época eu não liguei e deixei o tempo passar e vivia a minha juventude a todo vapor e evitando até mesmo de ir à casa de ominabela, pois lá se estive ocorrendo qualquer atividade seja com orixá ou um corte para Exu ela dava um jeito de me colocar de preceito[9].
Os anos passaram e eu já acumulava alguns desentendimentos com ominabela, principalmente quando eu resolvi que tinha conhecido a pessoa certa para encerrar a minha carreira de solteiro, minha noiva possuía certo temor quanto, a ominabela, mas acreditava que eu deveria cuidar da minha saúde e sendo assim prometi a ela que antes de nos casar eu iria fazer a cirurgia, só que ela não sabia da advertência espiritual, assim procurei uma maneira de efetuar a cirurgia com o seguinte pensamento se verdadeiramente tenho um orixá ele ira me proteger.
A operação foi marcada para o dia 13 de junho de 1996, neste dia solicitei que não gostaria de ver ninguém, mas a minha mulher desobedeceu a minha ordem e eu lhe contei chorando como foi o sonho que tive na noite anterior, já estava em jejum, após o almoço e quando a noite chegou me antecipei e fui me depilando todo com alguns aparelhos descartáveis tanto que quando o enfermeiro chegou já estava lendo o novo testamento em minha Bíblia e já se ia próximo a meia noite e ele terminou as minhas costas e fui me deitar sem poder tomar um gole d’água e assim venho o sono e com ele o sonho que foi o seguinte: “Estava caminhando pela av. Monteiro Lobato no centro de Guarulhos quando de repente havia uma multidão se se acotovelando para ver um bloco de afoxé[10]·, eu subi num desnível de uma loja que na época era de retalhos, e dali pude observar que eram como iaôs[11] negros numa saída quando já adochados [12] e catulados[13] com tinta branca enquanto eu os observava comecei sentir meu corpo formigar e percebi me vestido com uma roupa de ração branca e com um quipa[14]e ao meu lado estava o Chico filho da Celina muito amiga da minha mãe, que neste momento começava a se transformar numa mulher toda vestida de dourado tão brilhante que meu corpo vibrava e eu disse ó minha mãe eu não viro de santo e me ajoelhei aos seus pés quando ouvi - você pode não me considerar importante? - mas saiba que você é para mim! E, após isto um silêncio percebendo isto me levantou e só deu para ver o grupo de negros entrando na capela do Rosário, e avenida limpa para eu seguir em frente”.
Eu chorava muito, e minha esposa pensava que era medo da operação, mas não eu estava convicto que não possuía a humildade necessária para compreender os desígnios do Orixá, eu não fui a ele, mas ele veio a mim, e deixou claro nesta passagem quando após a operação eu não voltei com os dois primeiro choques para o resuscitamento.
[1] Espírito de um morto/Antepassado ou não
[2] Novo nome/Ganho após obrigação
[3] Colar feito de palha d’costa trançado
[4] Maneira masculina de se prostar diante de um mais velho.
[5] Local onde se assenta um Orixá/Vaso de cerâmica/Cabaça etc.
[6] Entidade que representa as crianças/Ibejis
[7] Conjunto de fios de contas utilizados quando da obrigação
[8] Não só a lingua, mas também um conjunto de coisas que ultrapassam até fronteiras geográficas.
[9] É uma serie de proibições que variam dependendo do ato praticado dentro dos ritos.
[10] Bloco carnavalesco próprio da Bahia.
[11] Recém iniciado no candomblé.
[12] Conjunto de folhas e outras misturas que são colocados no centro da cabeça do iaô numa de suas saídas no barracão.
[13] Pintado/Iaô quando de sua feitura.
[14] Tipo de gorro usado por pessoas do sexo masculino membro da seita.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CONTINUIDADE DA PUBLICAÇÃO DE MEU LIVRO...

A de se salientar que tem um livro (Xangôs do Nordeste, cujo o Autor Gonçalves Fernandes) que menciona que já em 1932 onde as casas tinham que ser autorizadas pela Policia e pelo Departamento de saúde Mental, e onde deveriam possuir suas normas por escrito e bem a mão citarei aqui um exemplo desta época em que calculo não estar desatualizado apesar dos 76 anos que nos separam e o texto é original sem qualquer correção ortográfica:
SEITA AFRICANA SANTA BARBARA - FUNDADA EM 21 DE AGOSTO DE 1931.
Compromisso para os filhos: Art° 1º - Para ser filho desta seita e preciso: § 1º Estar em pleno goso social. § 2º - Não ter nodoa que desabone sua conduta moral e social e não sofrer moléstias contagiosas. § com seus superiores, Paes , Maridos e etc. Art° 2º - Ser Proposto por um filho da seita ou em reunião julgado pelos demais filhos. § 1º O Orsé da sexta-feira é obrigatório para todos os filhos; os filhos faltarem sem motivo justificado são multados em Rs.500 réis, cuja multa não há perdão, sem excepção. § 2º - Nas mesmas condições os que faltarem as obrigações e aos toques. § 3º - É dever dos filhos serem unidos respeitar uns aos outros, terem ordem quer em dias de obrigações , diversas e nos demais dias. Artº 3º - É dever dos filhos fazerem odobalé nos pés de seu Babalorixá e Ialourixá, e dar Baxuxú aos irmãos mais velhos quando chegarem e na ocasião de dansar. § 1º - Ajudar a cantar e estar sempre em atividade, junto com mai pequena. § 2º - Comprar seus trajes de acordo com as cores do seu anjo de guarda. § 3º - Não fumar no salão quando estiver em obrigações, ou diversões e evitar bebidas alcoólicas. Artº 4º - Os filhos desta seita não poderão compartilhar em outra, quer em obrigações ou diversões a não ser com a autorização do seu superior. § 1º - Os que não cumprirem, serão punidos. § 2º - É dever dos filhos, serem constantes na seita, com especialidade nos dias de quinta, sexta, sábado e domingo, e os demais dias que for necessário. § 3º - Trazerem suas cotas marcadas, pagarem suas multas quando acharem em falta, trazerem velas, arroz e o necessário para os seus anjos de guarda. Artº 5º - As datas comemoradas por esta seita: 1 e 20 de janeiro, 1,6,13, e 24 de junho, último domingo de julho, 27 e 30 de setembro, 21 e 24 de agosto, de 4 a 25 de dezembro, 23 de abril, 19 de março e o mês de maio, e os demais são extraordinários. Artº 6º - Os filhos, desta seita tem que terem paciência com todos, tratar bem e com bons modos os crentes, evitar com delicadeza os abusos dos apreciadores. § 1º - Terem crença, fé e gosto com os encantos, cumprirem os preceitos da lei. § 2º - Trajarem branco nos dias de sexta feira, não comerem carne, e não adulterar da quinta para sexta, e nem nos dias de obrigações . § 3º - Os filhos e filhas que desrespeitarem os Artº e parágrafos deste compromisso serão punidos de acordo com as suas faltas. Artº 7º - É dever dos filhos e filhas, respeitar, e fazer respeitar as salvações de Eamesan, Xangôu, Orixalá, Obaluaê, sendo que no anjo de guarda dos paes, e de Eamesan, cumpre o que manda o Artº 3º.
Ass. José Gomes da Silva, Babalourixá. Celina Anunciada da Silva, Ialourixá. Alzira Francisca Mendes, Mãe Pequena. José Vieira Passos, Tacipa.

Como vocês podem ver as normas e costumes de nossa seita permanecem, pois uma família precisa destas normas aqui colocadas: respeito aos orixás, aos nossos antepassados e seus costumes, aos nossos pais e irmãos mais velhos, as contribuições que devemos doar são para nossa manutenção e de nossa Casa, Foi desta maneira e com estas normas que nossa seita chegou até nossos dias e observe que estou buscando estes dados em um livro, portanto sabendo que nossa crença é puramente de transmissão oral dá para supor que estas normas são muito mais velhas que ora se apresentam nestes 76 anos “Epárrei Belo ia”.
Apresento também uma pagina extraída deste mesmo livro, onde se relata uma parte da criação e de seu fundador da Roça Nagô chamada de Sítio do Pai Adão, para que nos sirva de exemplo quão é importante a nossa integração não só com o nosso orixá, mas com os nossos semelhantes dentro do culto tem que ser uma família.
“Entre os pais de terreiro, Pai Adão é, sem dúvida, o mais destacado, Todos os outros o tem em conta de um grande Babalorixá, e si em voz baixa falam mal de sua importância, não é sem grande respeito com que o cumprimentam. É Filho de africano de Lagos, e tem atualmente cerca de sessenta anos. Do seu pai Herdou os fetiches que possui e se fez Babalorixá. Desejando conhecer a pátria dos seus antepassados não mediu dificuldades: Tomou um Cargueiro para Lisboa, dali outro para Las Palmas e um barco Inglês alcançou Lagos (1906) O conhecimento da Língua que lhe fora ensinada pelo seu pai lhe fez familiar a religião e permitiu que se aperfeiçoasse na Liturgia do Culto. Não se livrou contudo do sincretismo católico. Referiu-me mesmo que em Lagos, mercê da volta de muitos antigos escravos, outros mesmo libertos já de nascença, o culto Yorubano se faz assim mesclado em muitos terreiros. De volta ao recife, tempo depois, instalou o seu terreiro. Estevê antes na Bahia e em Maceió. Seu porte é o de um grande chefe, arrogante e trata os médicos do S.H.M de igual para igual. Deixa, porem, ás vezes transparecer a sua gentileza em cumprimentos Assim “Só sinto alegria e só o dia é belo quando vejo você. Etc...
Durante o dia, sentado numa velha poltrona de jacarandá, costume de brim branco muito bem engomado, fumando bons charutos, recebe os filhos de terreiro que lhe vão pedir a bênção ajoelhada ou conselhos para resolverem negócios, etc..... Julga-se um grande sacerdote, uma figura quase sagrada e não se nivela aos demais Babalorixá, os quais critica severamente pelas indiscrições em torno dos segredos do culto. Sua restrição á divulgação de assuntos ligados ao Terreiro é tal que, sendo amigo do Senhor Gilberto Freire se negou a participar do 1º Congresso Afro-Brasileiro,. Entre os diversos pais de Terreiro do Recife foi à única exceção. Na sala onde faz seu terreiro, ordinariamente é sala de jantar. Uma longa mesa bem posta, sempre convidada presentes, o ar patriarcal que inspira o ambiente é o clima em que vive Adão. Essa casa, no chapéu de Sol, linha de Beberibe, tem um Sítio esplendido, cercado de arvores frondosas. Por detrás da casa há um Iroko, Gameleira Sagrada que é venerada como santo Iroco, disse-me Adão, é o Páo encantado. A gameleira secular tem junto ao tronco montinhos de areia sobre os quais há varias quartinhas de barro cheias de água. Ali fazem sacrifícios de animais em dias determinados do ano, que não consegui saber.
Na ordem das invocações a toada de Iroco é cantada em quinto lugar no terreiro de Adão, Em poucos terreiros, nesta cidade, há semelhante adoração. Não sei si por falta de gameleira sagrada. Diversos pais de terreiro interrogados por mim respondiam evasivamente. Ao lado da casa Adão tem a sua Capela (Dedicada a Nossa Santa Ana) ali toda cheia de santos católicos, imagens e estampas no altar que toma todo o fundo da sala, bancos de madeira dispostos como se fosse a Igreja, fazem reza e terços. O mês mariano então é muito concorrido, sendo as orações tiradas por Adão.” Os orixás cultuados neste são: Exú, Ogum, Oxossi, Otim, Iroco, Oxumarê, Abaluaê, Nana, Yewá, Obá, Oxum, Yemanjá, Yamassí, Dadá, Baìanênyn, Onanminhã(pai de xangô), Xerê, Xangô, Oyá ou Yamessan, Orixá-lá, .
E Falando sobre Exú, divindade inquietante, disse-me Adão: “Falam que nas seitas africanas se faz bruxaria adorando o diabo. Isto não é verdade. Bruxaria assim quem faz não é o negro, e o Portugues e o Índio. Veja: donde é que vem o livro da Feiticeira e o Livro de São Cipriano? Nos não adoramos o Diabo. É verdade que temos Exú, que foi como um anjo que se perverteu, justamente como na religião Católica, que representa a mesma coisa nossa para o Branco. Mas não adoramos Exú procuramos é satisfazê-lo, acalmá-lo, para que ele não venha atrapalhar as coisas, não nos faça mal.”

terça-feira, 20 de abril de 2010

CONTINUO A PUBLICAR MEU LIVRO...

Na África esta formula faz também seu sucesso, só que alguns que por varias razões deixaram seu pais para estudar por aqui chegaram e perceberam que tinham uma raiz aqui fincada ainda que disfarçada de muitas maneiras, e se aproveitaram de muita gente ingênua, e passaram a pregar conhecimentos que nunca possuíram, pois em seu próprio país estes Cultos hoje são Lendas, e nada puderam contribuir para a grandeza de nossa fé, não estou aqui generalizando, pois como em qualquer situação em que se lide com a figura humana sempre haverá os bem intencionados e os aproveitadores. Bem perceberam estes que no maior país Católico do Mundo antes destes irem a Missa de Domingo, já na sexta-feira acenderam sua vela, pois sexta é dia de Oxalá ou como diríamos na Bahia é dia do Senhor do Bonfim.
O Candomblé é uma família, que cresce a cada uma nova pessoa que sente a necessidade em seu íntimo de por qualquer natureza se aproximar de uma Roça seja para matar curiosidade, ou trazido por um amigo para jogar o Ifá (Jogo de Adivinhação) conhecido como jogo de Búzios, ou quando convidado a uma de nossas Festas, que na maioria de nossas Roças são em numero de 12 ao ano, exemplo: Águas de Oxalá, Festa de Oxossi, Feijoada D’ Ogum, De Yemanja, Yapete d’ Oxum, Orubajé de Omolu, De Ibejis (Cosme e Damião), Festa dos Caboclos, Festa da Casa, Do Orixá do Pai ou Mãe de santo, Muitas fazem Festa para Exu que me cabe ressaltar que nada tem a ver com o Diabo cristão, esta entidade esta mais ligada às distorções do comportamento puramente humano como as nossas falhas de caráter e nossa sexualidade, por isto é muito bem representado em seus fetiches com um pênis em riste sobre sua cabeça.
Assim a crença quando bem praticada é como uma família bem estruturada, e todos quando dela se aproximam só podem se sentir bem, assim sente que ali podem prosperar e em prosperando trazem seus amigos e ampliam esta família para uma comunidade e esta para o Mundo. Impulsionado por esta vontade de ajudar, ainda que com pequena contribuição, acreditem que todos podem doar um tijolo para esta grande obra, de criar uma consciência sobre a fé de um povo tão primitivo que não se tem conhecimento preciso de todas suas origens, estas dificuldades se devem por ser sua transmissão puramente oral e sua escrita muito pobre, e muito tonalizadas, esses acentos são muitos. Além de alguns não existirem em nossa língua como um ponto abaixo da letra torna se palavras diferentes, ainda que sua escrita seja a mesma. E neste sentido que todas as buscas são validas para que possamos a cada dia transmitir uns aos outros, conhecimentos desta riquíssima cultura que aqui apesar de se ter contaminado uma com as outras, e formarem uma nova e mais valorosa cultura para admiração do resto do Mundo.
Esses conhecimentos que aqui afirmo como curiosidades, foi adquirida nestes 38 anos de admiração a Crença maravilhosa dos Orixás, e também a leitura de vários livros dos mais diversos pesquisadores que como eu são apaixonados pelo tema. Entre esses meu querido Manoel Papai do Sítio do Pai Adão junto a Fundação Gilberto Freire, Universidade de Pernambuco, Rene Ribeiro, Reginaldo Prandi, Salami Sikura (King), em São Paulo, Pierre Verger, Roger Bastide, Agenor Miranda Rocha na Bahia, Fernandes Portugal no Rio de Janeiro e tantos como: Nina Rodrigues, Juana Elbein, Sergio Ferreti, Nunes Pereira outros que me perdoem não serem citados, ou que tão pouco aqui estou para buscar me assemelhar as estes, só bebo em seus trabalhos.
Aqui mencionarei tudo de mais comum que se tem na seita: tais como nomes de comidas e suas funções como oferendas a seus respectivos orixás, algumas de suas (ewes) folhas sagradas, Orixás e alguns de seus itas, Odu esse mistério que proporciona a seus praticantes desvendar à vida das pessoas, e palavras já integradas a linguagem de nosso dia a dia. Gostaria de salientar que em 38 anos de convivência com o Candomblé tive meus altos e baixos, como em todas as famílias, e existiram as brigas, e na minha não seria diferente e para ilustrar esses aperitivos vou lhes contar vários fatos que irei relatar no decorrer deste livro, mas primeiro gostaria de citar vários amigos que conheci nestes meus anos de paixão pelo Orixá:
Na casa de Ominabela, Camarão, Monakissimbi, Genador que vieram da Goméia, Seu Vavá Negrinha, Pai Valter de Logum-Edé, Danjita, Pai Zé do Oxossi, Pai Gerson de Iansã, Ogã Mauricio um homem que possuía uma elegância que cabe ressaltar, Omin makele, Obadoiê, Daibô, Pai Bobó de Iansã e Pai Samba de Oxum. Na casa de Xeumã muitas amigas como a Ekedi Lucia de Xangô, Mãe Sica de Oxum, Mãe Cida do Oxum, Jô de Omolu, Toninho de Logum-Edé, Genoveva de Iansã que Orixá Lindo, Ali também conheci Lojucam do Oxossi o pai de santo de Xeumã, e fui ate sua Roça Tombada em Belo Horizonte, lá conheci sua mãe de santo, Vó Lidia de Oxalá que possui sua Roça em São Caetano-BA, Sendo sua primeira mãe a finada Dachê, em sua própria roça mãe Izabel, Mariana além de muitos filhos que moravam nas proximidades de Belo Horizonte como Ronaldo de Iansã que acabou dando uma obrigação a Ekedi Lucia em sua roça.
Na casa de Pai Zé, Pai Baixinho e sua Filha de santo Nana onde toca uma bela Angola, Ogã Nicão, as Marias Helenas, Mogibe, nesta conheci uma pessoa que já nos deixou e a mim grande saudade, foi Valdelici de Nanã que tem Roça aqui em São Miguel, de seu Caboclo Tomba Serra, possui vários filhos de santo e sete filhas carnais, sendo Amélia sua continuadora, Isis de Logum tem sua própria Roça não muito distante, Eidi era ekedi na casa de Pai Zé, tem o Dida de Omulu, lá conheci o Ogã Pato Roco, Ogã Pulinho, Ogã Marlom com este tenho vários episódios muito engraçados que tem suas origens no Bate folha de salvador.
Na casa de Toninho do Oxum, conheci Pai Carlos filho de santo de Manoel Papai de Iemanjá do Sítio de Pai Adão, onde conheci tia Mãezinha, Ogã Valfrido, Dona Janda e suas netas que muita atenção me dedicaram, muitas saudades de todos. Hoje estou conhecendo o povo da Casa de Orixá Odudua (King) Salami Sikura na cidade de Santos-SP, levado por minha amiga Mãe Cidinha de Oxum Iponda que possui sua Roça em Guarulhos-SP, onde hoje conheço Nalva de Ogum, Estela de Iansã, Nil de Iansã, Ogã Romenil e Ogã Fabinho. A Família e Grande e não para de Crescer.
Outra máxima Gostaria de esclarecer que esta família para crescer forte e saudável, como em todas deve ter uma gestação que nas boas famílias demoram um pouco para acontecer, bem tenho dito, que há varias maneiras de se chegar à casa do santo, por motivo de saúde ou quando eventualmente a pessoa esta em uma visita e “ bola” no santo isto é quando o orixá toma a cabeça da pessoa é não quer ir embora, mas o comum é a pessoa passar por um período de convivência, durante este a mãe e os demais analisam as qualidades e defeitos desta, para que possam efetivamente conhecer a pessoa. Ou, seja não deve ocorrer como se vê hoje a pessoa chega à roça e quer saber quanto custa á obrigação, como se estivesse no supermercado em que esta comprando onde quer e escolhendo o produto pelo preço.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CONTINUANDO MINHA HISTORIA "livro Coriosidades do Candomblé"

Meu desejo é chamar estes que alimentam a curiosidade sobre esta minha Crença para virem a nos conhecer e saber que no mínimo somos uns ecologistas, pois, para a Crença que começa em seu primeiro mandamento a respeitar seus antepassados, e acreditando que verdadeiramente a Natureza é a mãe de tudo quanto habita neste planeta, e a prática de Fé nos Orixás necessita de Folhas e Animais, e estes para sobreviverem precisam de águas limpas e terra boa, com suas matas nativas criando assim um ecossistema integro e ativo cuja única atividade da parte humana é a de admira-la.
E foi assim que no berço do homem, onde a própria Ciência aponta ter ele surgido primeiro no continente Africano, é que creio que há milhares de anos esta civilização vislumbrou os seus “Deuses” que hoje pesquisamos como Orixás; já nestes nossos dias muito se modificou, mas, creio ainda naquele que antes via Olorum como personificação da totalidade sem a existência do bem ou do mal, acima de qualquer congequitura que possamos nos atrever, dada as nossas influências, a querer nos comparar a pureza daqueles que o definiu, assim estes mesmos foram atribuindo ou mesmo dividindo os poderes de Olorum para mais próximo de si. E dada a suas necessidades foi criando ou assemelhando forças naturais, portanto impessoais, a seus “Deuses” temos para exemplificar que antes mesmos destes passarem a possuir caráter uma qualidade puramente humana, eram eles definidos como: Raios, trovões, Tempestades que na Nação Jeje este atribuído a Hevioso ou a Xangô do Keto que nesta seria só o trovão e o Raio. A Mata como um todo estaria dividido por Ogum, Ossaim, Oxossi, e cada qual atuando de uma maneira, se Ogum a renova e revigora, Ossaim seria a cura que ela produz e Oxossi a integração da vida Mineral com a subsistência da vida Orgânica.
Mais tarde estes foram assemelhando características humanas para poderem trazer seus “Deuses” para mais próximos de si, e mesmo atribuindo a alguns antepassados a personificação de alguns destes para poderem colocá-los junto aos seus, foi ai sem dúvida que se criou o iawo ou a esposa do Orixá, que nos revela as pesquisas era uma Sociedade puramente masculina, em algumas localidades (Tribos) em outros locais a situação era puramente Familiar e só mais tarde é que se admitiu a participação feminina, esta cabe ressaltar que no Brasil ocorreu o inverso e só mais tarde é que foi admitido a iawo masculino, claro que o homem participava do Culto, mas nos cargos de Ogã, não estou querendo me aprofundar nestes, pois a origem é muito antiga e como qualquer religião sofre muitas alterações.
Não querendo contrariar aqueles que já falam de um Culto como cientistas ou pesquisadores (sem o vinculo da fé) Sociólogos e etc, portanto só se atentando no interesse da entidade já definida em um contexto humano e ai por si só possui N fatores como localizações geográficas ou mesmo sazonais pois, estas pesquisas podem ser dentro de uma Tribo ou uma Ilha ou mesmo dentro de um continente, em cada destas situações vamos nos deparar com novas informações e cada um destes irão nos trazer novidades, sem nunca admitirem que o começo em todas as partes do planeta o homem criou seus “Deuses” apartir de sua visão, do inexplicável ou sendo mais claro de seus medos, e a passar desta convivência foi confiando neles e os foi se aproximando a medida que esta crença ganhava mais adeptos.
Observemos que as grandes religiões atualmente nasceram à coisa de 2.500 anos e em locai de grande fluxo de pessoas vejamos o Budismo entre a Índia e China as duas maiores nações do mundo em população, o Judaísmo já se comemora mais de 5.000 mil anos e deste nasceram às outras três maiores religiões do mundo ocidental: o Cristianismo dividido entre Católicos e Protestantes e os Mulçumanos, todos seus fundadores utilizaram casey de sucesso, vejam os cristãos católicos quando de sua criação pregavam ser Pedro o primeiro Papa da Igreja e foram apoiados por Reis de toda a Europa, pois só eram reis depois de coroados pela a Igreja assim dominaram o mundo por 1.200 anos criando em todo os lugares seus Santos que revigoravam a fé de seus súditos, até mesmo quando Maomé instituiu a sua própria ou deu-lhe personalidade ao outro filho de Abrão e reuniu sobre a mesma todo os povos Árabes, e vemos hoje pela televisão seu marketing aos mártires que aqueles que enfrentarem os seus inimigos que são. Os infiéis de Alá, “Terão setenta virgens no Céu” é algo tentador até para nos de outras religiões, e por fim temos nos Protestantes do Século 17 entre eles Martin Lutero e Calvino para não estender a lista que prometeram aos Reis e Príncipes a máxima de “Jesus” dar a “Deus” o que pertence a “Deus” e a de “César” o que é de “César” isto os livrava dos pesados impostos cobrados pela Igreja.
A Igreja que mais cresce no mundo hoje são as protestantes, perguntemos o porque disto e a resposta e facilmente observada, nos idos dos anos setenta no berço da Civilização capitalista surgiram grandes oradores que perceberam o sucesso era levar “Deus” para o Rádio e Televisão assim Bil Gaham e muitos outros passaram a levar multidões a estádios e dela para a casa das pessoas através da televisão pregando a Bíblia dita a palavra de “Deus” hoje observamos nos paises do terceiro Mundo que a escola criada por estes pioneiros ainda é uma formula de sucesso.
Na África esta formula faz também seu sucesso, só que alguns que por varias razões deixaram seu pais para estudar por aqui chegaram e perceberam que tinham uma raiz aqui fincada ainda que disfarçada de muitas maneiras, e se aproveitaram de muita gente ingênua, e passaram a pregar conhecimentos que nunca possuíram, pois em seu próprio país estes Cultos hoje são Lendas, e nada puderam contribuir para a grandeza de nossa fé, não estou aqui generalizando, pois como em qualquer situação em que se lide com a figura humana sempre haverá os bem intencionados e os aproveitadores. Bem perceberam estes que no maior país Católico do Mundo antes destes irem a Missa de Domingo, já na sexta-feira acenderam sua vela, pois sexta é dia de Oxalá ou como diríamos na Bahia é dia do Senhor do Bonfim.
O Candomblé é uma família, que cresce a cada uma nova pessoa que sente a necessidade em seu íntimo de por qualquer natureza se aproximar de uma Roça seja para matar curiosidade, ou trazido por um amigo para jogar o Ifá (Jogo de Adivinhação) conhecido como jogo de Búzios, ou quando convidado a uma de nossas Festas, que na maioria de nossas Roças são em numero de 12 ao ano, exemplo: Águas de Oxalá, Festa de Oxossi, Feijoada D’ Ogum, De Yemanja, Yapete d’ Oxum, Orubajé de Omolu, De Ibejis (Cosme e Damião), Festa dos Caboclos, Festa da Casa, Do Orixá do Pai ou Mãe de santo, Muitas fazem Festa para Exu que me cabe ressaltar que nada tem a ver com o Diabo cristão, esta entidade esta mais ligada às distorções do comportamento puramente humano como as nossas falhas de caráter e nossa sexualidade, por isto é muito bem representado em seus fetiches com um pênis em riste sobre sua cabeça.
Assim a crença quando bem praticada é como uma família bem estruturada, e todos quando dela se aproximam só podem se sentir bem, assim sente que ali podem prosperar e em prosperando trazem seus amigos e ampliam esta família para uma comunidade e esta para o Mundo. Impulsionado por esta vontade de ajudar, ainda que com pequena contribuição, acreditem que todos podem doar um tijolo para esta grande obra, de criar uma consciência sobre a fé de um povo tão primitivo que não se tem conhecimento preciso de todas suas origens, estas dificuldades se devem por ser sua transmissão puramente oral e sua escrita muito pobre, e muito tonalizadas, esses acentos são muitos. Além de alguns não existirem em nossa língua como um ponto abaixo da letra torna se palavras diferentes, ainda que sua escrita seja a mesma. E neste sentido que todas as buscas são validas para que possamos a cada dia transmitir uns aos outros, conhecimentos desta riquíssima cultura que aqui apesar de se ter contaminado uma com as outras, e formarem uma nova e mais valorosa cultura para admiração do resto do Mundo.
Esses conhecimentos que aqui afirmo como curiosidades, foi adquirida nestes 38 anos de admiração a Crença maravilhosa dos Orixás, e também a leitura de vários livros dos mais diversos pesquisadores que como eu são apaixonados pelo tema. Entre esses meu querido Manoel Papai do Sítio do Pai Adão junto a Fundação Gilberto Freire, Universidade de Pernambuco, Rene Ribeiro, Reginaldo Prandi, Salami Sikura (King), em São Paulo, Pierre Verger, Roger Bastide, Agenor Miranda Rocha na Bahia, Fernandes Portugal no Rio de Janeiro e tantos como: Nina Rodrigues, Juana Elbein, Sergio Ferreti, Nunes Pereira outros que me perdoem não serem citados, ou que tão pouco aqui estou para buscar me assemelhar as estes, só bebo em seus trabalhos.Aqui mencionarei tudo de mais comum que se tem na seita: tais como nomes de comidas e suas funções como oferendas a seus respectivos orixás, algumas de suas (ewes) folhas sagradas, Orixás e alguns de seus itas, Odu esse mistério que proporciona a seus praticantes desvendar à vida das pessoas, e palavras já integradas a