terça-feira, 14 de junho de 2011

O BEM E O MAL

O BEM E O MAL
O bem e o mau esta intrínseco em tudo quanto conhecemos neste mundo visível e também se faz presente em todas as religiões é só pararmos e observarmos que pode ser no Taoo no Budismo apesar de que pregam que seus adeptos não devem praticar o ato de tirar a vida sem como meio de sobrevivência, mas no Kardecismo aprendemos que há espíritos não evoluídos (maus) na Umbanda também e por assim poderemos inúmeras todas indicando praticamente a necessidade de uma convivência entre os dois lados então a nossa maior obrigação e procurar manter o equilíbrio destas forças. Assim não é diferente em nossas crenças de origem Ioruba onde o texto abaixo faz uma boa explanação:
O universo Iorubá é dividido em duas metades. A direita que é habitada por forças benévolas e o esquerdo são habitados por forças do mal, conhecidas por Ajogun.
Estes guerreiros, ajoguns, têm oitos forças malignas importantes: Morte, Doença, Perdas, Paralisia, Problemas, Maldição, Obstáculo, Prisão e os males não mencionados. Como males não mencionados encontramos dor de estomago, lepra, dor de cabeça, AIDS e etc...
Estas forças formam um grupo de 200 divindades + 1, onde o 1 representa a possibilidade de aumento destes números. Que pode ser explicada por doenças novas, por isso o Universo iorubá é místico e elástico.
Como é possível então que as forças benevolentes convivam com as forças do mal neste universo (Cosmos).
O ponto principal é que existe um ponto de equilíbrio entre essas forças, que estam sempre em conflito. A força do mal estam sempre lutando contra os seres humanos por isto essa parte do cosmos está sempre em conflito. Os conflitos são a ordem do dia e não a paz.
Porque qualquer coisa que fazemos está provocando conflito. O nosso café da manhã, nosso almoço e jantar, não só cria conflito, como também tem a ver com alguma morte no Universo (cosmos), por exemplo, ao sair com seu carro à noite você pode ter matado alguns insetos no seu caminho, quantas mortes sua alimentação provocou?
Olhando por este ângulo como podemos ter paz?
Para a maioria dos africanos os sacrifícios existem a fim de manter a paz e o equilíbrio. Os sacrifícios têm que envolver todas as forças, tanto malignas como benignas e os seres humanos.
O sacrifício é nossa maneira de nos comunicar com as forças sobrenaturais e apresentar nosso problema. Uma vez que foram aceitos/recebidos, todas as forças se empenham em trabalhar para o ser humano e resolver este problema e alcançar a paz.
O nigeriano freqüentemente usa frangos, galos, galinhas e frangas em seus sacrifícios.
Por que isso?
Porque estes animais representam a galinha que acompanhou as divindades na sua jornada do Orun ao Ayè (do céu a Terra). A galinha foi responsável pelo primeiro adubo que foi lançado sobre a terra e o espalhou fertilizando o solo. Ela foi o primeiro habitante da Terra.
Por este motivo não há problema que ela não conheça ou testemunhou.
Ela conhece este quebra-cabeça. Ela termina com o mito de quem nasceu primeiro: ‘o ovo ou a galinha’.
O homem tem a tendência de fazer uso diário de coisas que dão bons resultados. Então quando enviamos mensagens para o céu, usamos a galinha porque ela se lembra que foi ela quem acompanhou as divindades em sua jornada para a Terra e é conhecedor de ambos os mundos, o visível e o invisível, portanto um bom mediador e mensageiro.
O sacrifício tem sido um tema de controvérsia entre muitos estudiosos, para não mencionar, outras religiões. Nosso sacrifício tem sido muito mal interpretado.
Para nós, cultuadores de Òrìsá, falar, orar e pensar não é suficiente para uma comunicação completa com as divindades. Como teremos certeza que Olodunmarè entende nossa língua e todas as línguas do mundo, digo nossa mensagem, “Como é que os animais que não falam, podem entrar em contato com Olodunmarè e levar nosso pedido?”
Pense nas formigas, se você coloca um pouco de mel em uma mesa, no dia seguinte estará cheio de formiga em volta do mel. Seu sentido, seu olfato é muito mais desenvolvido que o nosso, ela apareceu porque foi induzida através e uma mensagem. É por esta razão que devemos pensar que todos seremos nada sem uma mensagem perfeita.
Não sentimos cheiro de sal e açúcar, isso demonstra que somente oriki e orações não são suficientes para uma comunicação com as divindades.
Quando executamos um sacrifício a uma divindade e executamos outro ao Deus brincalhão (Esù), que compartilha os dois lados do Universo. Esquerda e direita e informa tudo a Olodunmarè, que tem 200+1 divindades malévolas como suas filhas, estamos buscando o equilíbrio e a cura de nossos problemas através de Esú e outras divindades também.
Podemos notar como é difícil nossa comunicação direta com os Deuses africanos. Não é como outra religião onde o contato com o Deus maior é direto. Além disso, devemos pensar que Olodunmarè tem como seus filhos as forças do bem e do mal e lhes deu o poder da energia vital (asè), podemos inclusive nos perguntar por que Ele fez isso. Porque todo lado tem duas versões, porque quando se fala do bem, temos certeza que o mal também existe e um não poderia viver sem o outro, daí nasce à noção de equilíbrio.
Podemos usar o exemplo de uma pessoa doente que sacrifica, este sacrifício deve ser dado tanto a divindade da direita como a divindade da esquerda, porém se Esù não participa não há como haver alguém que dialogue com os dois lados a seu favor. Feito isso com certeza teremos paz.
Esù usará isto para manter as forças da esquerda longe de você.
É deste jeito que a paz é alcançada, por isto sacrifício deve ser feito de uma maneira constante e consistente.
Esta maneira de convívio com o mundo invisível é de difícil compreensão pelos povos ocidentais.
A forma interessante de olhar este tipo de vida, implica que cada um de nós é, de certa forma, responsável pela sua prosperidade.
Então se você quer melhorar sua vida, tem que oferecer sacrifício, paz, tranqüilidade e prosperidade não são comercializadas.
Seja o que for colocado ou removido de seu caminho terá que ser através de sacrifício.
Isto pode estar ligado a sangue ou alimentos, como também podem estar ligado as suas ações.
Como uma mulher que limpa o apere de Ifá de 4 em 4 dias, cantando e dançando, dedicando seu tempo a divindade da sabedoria, isto é sacrifício.
A idéia de sacrifício Ioruba é uma grande contribuição ao pensamento religioso, mas freqüentemente é mal interpretada.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

EXÚ É CONDENADO A PAGAR O BODE

A ESPERTEZA DE EXU JÁ LHE TROUXE PROBLEMAS, QUE COMO ELE SENHOR DA ARDILEZA SOB TRANSFERIR AOS OUTROS PARA PAGAR A CONTA:

Este Iton nos lembra que tudo que fazemos dentro de nosso culto tem um porque, nada pode ser tirado da cartola como um passe de mágica, portanto lembrem-se que qualquer ebò (oferenda) tem uma finalidade e ninguém pode em nome de Deus tentar ocupar o lugar de Deus e ditar normas.
Foi à deslealdade do bode que o tornou vítima sacrificial para Èşu. Mais importante, todavia, o bode tornou-se a principal oferenda para ele por causa de um débito como Rei da Morte. Irosun- Irete revela como o filho de um Ọdu de Ọrúnm.lá chamado Imoton ou “sabe-tudo” aborreceu o Rei da Morte. Para testar o quanto de sabedoría ele realmente tinha, como seu nome indicava, o Rei da Morte deu-lhe um bode para criar para ele, ordenando-lhe que ele trouxesse, anualmente, os filhotes que ele gerasse. Enquanto isso Ọrúnm.lá tinha pensado em comprar uma cabra para viver com o bode. Èşu alertou-o que esta abordagem não seria aceitável pelo Rei da Morte. Èşu disse a Ọrúnm.lá que lhe desse o bode para comer e que ele saberia o que fazer quando chegasse à hora.
Quatro anos mais tarde, o Rei da Morte mandou uma mensagem ao filho de Ọrúnm.lá para que lhe trouxesse o bode e suas crias. Nesse momento, Èşu pediu que lhe comprasse outro bode que ele também matou e comeu, deixando um de seus membros e a cabeça. Ele usou a para marcar pegadas no chão, simulando o movimento de uma grande quantidade de bodes. Èşu também preparou cordas
supostamente usadas para amarrar uma quantidade grande de bodes. Èşu em seguida acompanhou Ọrúnm.lá para responder ao enigma do rei da Morte. Chegando lá, Èşu explicou que quando eles vinham vindos com as crias ao lado do bode, um grupo de bandidos armados os atacou, roubando o bode e seus filhotes. Para substanciar a história, Èşu mostrou ao Rei da Morte as cordas usadas para amarrar todos os bodes. Acrescentou que eles tinham matado o bode Original e por isso lhe tinham trazido a cabeça e a pata.
O Rei da Morte então se voltou para Èşu dizendo que ele teria de pagar pelo bode perpetuamente.
Èşu por sua vez, reuniu as duzentas divindades e disse-lhes que daquela data em diante, se elas quisessem paz e prosperidade deveria sempre lhe oferecer bodes para que ele resgatasse seu débito como Rei da Morte. Esse é o bode que todos nós pagamos a Èşu até hoje. Até onde este autor pode verificar, todas as divindades conhecidas recomendam a seus seguidores oferecer, periodicamente, sacrifício de bodes a Èşu.

OFUN MEJI NOS MOSTRA A VAIDADE.

COMO É LINDO NOSSOS ITÁS E SUA SIMPLICIDADE PARA NOS FAZER ENTENDER COISAS TÃO COMPLEXAS QUANTO A NOSSA VAIDADE, MERGULHEMOS NESTA SABEDORIA ANCESTRAL.


OFUN MEJI - COMO O ETU ADQUIRIU IMPORTÂNCIA NO CULTO AO SER ABENÇOADO POR OBATALÁ



Naquele tempo a galinha d’angola era inteiramente preta e vivia só e infeliz dentro da mata. Para resolver seus problemas de solidão, foi consultar o adivinho de Obatalá para que lhe indicasse um ebó que lhe permitisse conseguir uma companheira como todos os demais bichos possuíam. Chegando à casa do adivinho, o pobre animal não foi por ele recebido porque, sendo completamente preto, não poderia entrar numa casa onde o Orixá do Branco era cultuado, pois a cor preta era considerada como uma grande ofensa.

Desolado, o bicho que apesar de viver só era muito rico, reuniu uma grande quantidade de alimentos e saiu sem rumo, na esperança de encontrar em outro lugar qualquer, alguém que lhe fizesse companhia.

Depois de muito caminhar encontrou, numa clareira, um velho muito estropiado que gemendo, estendeu-lhe as mãos dizendo:

"Dá-me um pouco de comida e de água, pois estou exausto e já não posso conseguir alimento para minha própria sobrevivência".

Condoído, Etú serviu de seu próprio alimento ao velho e saciou-lhe a sede com a água que trazia dentro de uma cabaça.

Logo que acabou de comer, o pobre velho, de tão enfraquecido, caiu em sono profundo e, ao despertar muitas horas depois, deparou com Etú que preocupado, velava por seu sono.

Já refeito, o velho perguntou:

"Que fazes sozinho no interior desta floresta? Não sabes que ela é sagrada e que só os iniciados podem adentrá-la?”.

"Ando sem destino. Nasci só e sempre vivi só. Minha aparência é muito repugnante e minha feiúra impede que as pessoas permitam que me aproxime delas”. Replicou a ave.

"Tua feiúra exterior nada é, comparada com tua beleza interior. Aproxima-te mais e, como recompensa pela tua bondade, modificarei um pouco a tua aparência”.

Ordenou o velho.

Pegando pó de efun o velho, que outro não era que o próprio Obatalá, soprou sobre o corpo de Etú deixando-o, a partir de então, todo pintalgado. Reunindo alguns elementos sagrados, modelou um cone que colocou no alto de sua cabeça dizendo:

"A PARTIR DE HOJE, SERÁS O ANIMAL MAIS IMPORTANTE NA RELIGIÃO DOS ORIXÁS, NADA PODERÁ SER FEITO SEM A TUA COLABORAÇÃO E, COMO SINAL DESTA IMPORTÂNCIA, SERÁS O ÚNICO DENTRE OS SERES VIVOS A PORTAR O OXÚ, SÍMBOLO DA ALIANÇA FORMALIZADA ENTRE O INICIADO E SEU ORIXÁ. POSSUIRÁS, ALEM DISTO, TANTAS FÊMEAS QUANTAS QUISERES E TUA PROLE SERÁ NUMEROSA E SE ESPALHARÁ SOBRE A TERRA."

Por este motivo a galinha d'angola possui o corpo coberto de pintas e carrega sobre a cabeça uma crista cônica, assemelhando-se ao neófito durante o ritual da iniciação. Sua presença em todas as cerimônias iniciáticas é indispensável e todos os Orixás a exigem em seus rituais.

EXEMPLO DO CODIGO DE CONDUTA DE URNMILÁ

O código de conduta de Urunmilá


Colhido este texto do povo da Ilha RJ, Aqui transmito ao meus leitores pela clareza de como deve se portar aquele que ouve ser deste poderoso Orixá.



De maneira bastante interessante, todas as divindades têm características e tabus similares. Na dependência da variação do grau de agressividade, eles todos aceitam a imutabilidade das leis naturais, as quais teólogos e teósofos têm codificado dentro dos 10 mandamentos de Deus. Isto não é dizer que algumas divindades não mataram quando eles acreditaram ter fortes justificativas para fazê-lo, no momento em que códigos terrestres e celestes admitiram a punição capital como medida para sentenciar os ofensores capitais.
Sem exceção, todas as divindades também aceitaram a supremacia de Deus. No caso de Ọrúnm.lá, ele deixou na memória de todos seus apóstolos, discípulos, sacerdotes e seguidores que ele é apenas um servo de Deus, e no melhor conceito de Deus, este é o porquê ele é geralmente chamado Ajiboríşa Kpeero e Ukpin.
Ajiboríşa Kpeero significa a única divindade que acorda de manhã para ir saudar Deus na Reunião do destino, enquanto que Eleeri Ukpin significa a divindade que se sentou como testemunho do próprio Deus na corte do destino, quando o destino de todas as criaturas estava sendo designado.
Veremos mais tarde como Ọrúnm.lá foi nomeado testemunha de Deus quando Este começou seu trabalho criativo. Ògúnda-Meji nos revelará depois neste livro por que Deus ordenou a todas as divindades a retornarem para o Céu depois de fundarem a terra. Quando a terra estava em estado de desordem ele enviou Elenini para capturá-los todos e trazê-los de volta ao céu.
Eji-Ogbe, o mais velho missionário de Ọrúnm.lá, irá à seqüência revelar como ele retornou ao mundo sob o nome de Omoonighorogbo para ensinar ao povo do mundo como proceder em concordância com os desejos de Deus. Ele demonstrou pelos preceitos, exemplos e ações como viver e agir em concordância com as leis naturais e como viver em paz com Deus. Ele também demonstrou que a verdadeira felicidade vem apenas quando alguém devota um pouco do seu tempo de modo abnegado ao serviço dos outros. Ele também ilustra a virtude do amor ao próximo. Sem dizer que se alguém ama seu próximo, não poderá seduzir a sua esposa, matá-lo, alimentar rancor contra ele, roubar sua propriedade e enganá-lo.
Portanto como um filósofo prático, Ọrúnm.lá estima alguém que muito pode aumentar todo o amor por seu próprio vizinho, o lado bom muitas vezes está em ser recíproco. Entretanto, Ọrúnm.lá é extremamente contra retaliações e vinganças porque as divindades sempre ficarão ao lado dos justos.
A primeira obrigação de um homem com ele mesmo é preservar-se através da divinação e do sacrifício. Se uma pessoa forte está se envolvendo em alguma guerra aberta ou discreta contra alguém que carece de poder para combater estas forças invisíveis, Ọrúnm.lá adverte recorrer à divinação quando na dúvida e fizer algum sacrifício prescrito aos altos poderes. Uma fez feito o sacrifício, o receptador irá quase que imediatamente intervir nas maquinações do mal feitas pelos inimigos conhecidos e desconhecidas.
Ọrúnm.lá recomenda a seus seguidores a não se envolverem em preparados medicinais destrutivos, porque os mesmos podem conduzi-los a sua própria imolação. Contudo há alguns discípulos de Ọrúnm.lá cuja sobrevivência no mercado é a preparação de remédios, mas apenas com propósitos construtivos, de salvação e libertação.
Ọrúnm.lá é o melhor professor da eficácia da perseverança. Ele ensina que enquanto pode haver remédios que não sejam eficazes, não há paciência que fracasse em sobrepujar todas as dificuldades, porque as divindades irão ao final socorrer aqueles que perseveraram.

MAIS DETALHES DA CULTURA JEJE.

Mais detalhes da Cultura JEJE.


Para nós trago aqui em partícula o fato da conotação que estes VODUNS tem com a Cultura KETÚ, e a figura de OXUMARÉ com a de URUMILA observe os detalhes de cada Nação a sua riqueza.

Dan (Serpente) para nós, pertencentes a nação Jeje Mahi, é considerado o maior Vodun dentro do culto. A família de Dan é composta por muitos Voduns, todos eles com sua importância para os povos Fon. Dizem os mais antigos que, existem 3 reis e patronos da nação Jeje Mahi: Dàn Gbé Seén (Bessém), Sògbò e Azansú. Assim como Oxóssi tem sua importância para o Ketu, e Kitembo tem sua importância para Angola, esses três reis seriam a grande potência da nação, sendo reverenciados e cultuados por todos os filhos, independentes de seus voduns. Dentre esses três reis, se destaca Bessém por ser um dos primeiros deuses a existir e dele tudo nascer. Bessém é a serpente da vida, aquela cujo morder a própria cauda deu origem ao movimento de rotação e translação da terra e a partir daí, sendo possível a existência de vida no planeta. Os patriarcas da família de Dan é o casal Áídò Wèdò e Dàn gbállà. Àídò Wèdò seria a serpente arco-íris e Dàn gbállà seria seu reflexo nas águas. Logo Dan seria a origem de tudo no planeta, sendo um dos responsáveis por sua existência e por sua habitação. Dentro da nação Jeje, Dan é o maior vodun, e a serpente, seu maior símbolo, sendo a representação viva de seu poder. A serpente representa o movimento e o dinamismo, uma vez que consegue se locomover com extrema facilidade e habilidade sem ser provida de patas ou outros membros; representa também a transformação, a evolução e a metamorfose, uma vez que troca de pele e se renova com frequência para poder crescer e se expandir; além de ser uma hábil caçadora e algumas espécies serem detentoras de poderosos venenos, mostrando seu poder e ao mesmo tempo exigindo cautela e respeito por parte dos demais animais e até mesmo nós seres humanos. Dan não é só representado pela serpente mas também pelo arco-íris que da mesma forma, possui grande significado para os dahomeanos uma vez que, sua presença nos céus é presságio de que não irá mais chover além de encantar pela sua beleza. No antigo Dahomey, são inúmeras as lendas que mistificam a natureza dessa divindade, sempre enaltecendo sua grandeza, sua realeza e seu poder. Muitos são os voduns que compõe a família Dan, sendo Bessém (também chamado de Bafono) o mais conhecido e louvado, sendo seu nome sinônimo da própria Dan. Destacam-se também Frekwén ou Kwénkwén, Ojikún ou Dan Jikún, Bossá ou Bossalabê e seu irmão gêmeo Bosukó, Dan Ikó ou Dankó, Azannadô ou Azoannadô, dentre outros, cada um com sua particularidade e mitos. Na iniciação de um vodun Dan o sacerdote tem todo cuidado para inciar o vodun em sua fase humana pois, sua fase serpente é muito perigosa e incapaz de entender os sentimentos, sendo apenas invocada em rituais e determinados atos. A grande festividade para esse vodun é o Gboitá, ritual realizado no início do ano e que envolve todos os demais voduns, cada um recebendo as oferendas cabíveis e sacrifícios em seus Atisás (árvores sagradas com assentos). Após o Zandró, todos os voduns são invocados e já saem vestidos no arrebate, não existindo roda para invocá-los na sala. Seu presente, o gbòitá é carregado por Ogun e depois posto aos seus pés, iniciando assim o ano e agradecendo pela vida e por todo seu poder. O àndè (poço) é seu principal símbolo e é indispensável dentro de uma casa de Jeje. O poço simboliza a abundância (uma vez que enquanto tiver poço, se tem água e nunca faltará), além de representar um portal, entre o mundo subterrâneo e o nosso mundo, extraindo água do interior da terra, unindo de certa forma, ambos os elementos. Dan simboliza a riqueza, a prosperidade e a abundância. Une o macho e a fêmea, sendo sempre cultuado em casal e recebendo como sacrifícios animais de ambos os sexos. Dizem os mais antigos que serpente nunca anda só, onde uma está a outra está por perto, a espreita. Para os iorubás Dan é chamado de Òsúmárè, deixando de exercer função de rei para ser súdito de Xangô (divindade do fogo e trovões). Segundo os mitos iorubás, Oxumaré leva água para o castelo de Xangô, no alto das nuvens, representando a devolução, trazendo água da terra para o céu e vice-versa. Essa transformação de Rei para súdito se dá pelo fato de conflitos entre povos Dahomeanos e povos iorubás, onde ambos sempre tentavam invadir suas cidades e escravizar seus habitantes. O fato é que Dahomey e demais povos iorubás sempre guerrearam, gerando uma aglutinação de cultos e distorção de fatos. Dan é o grande Deus da transformação, senhor da vidência juntamente com Fá (vodun similar ao orixá Òrúnmíllá dos povos iorubás) englobando tudo o que se diz respeito ao presente, passado e futuro. Representa a sorte, a versatilidade e o conhecimento, sendo a divindade do raciocínio e da expansão. Tem como colares o brájá (feito de búzios devidamente encaixados lembrando escamas de serpente, representando a realeza e a riqueza) e o húnjèvè, sendo este dado apenas aqueles cujo processo de iniciação está completo, com suas obrigações pagas, representando a maior idade e sendo o único colar que vai com o neófito mesmo após sua morte, como se fosse uma espécie de "senha" para ser recebido no mundo dos Voduns. Seu simbolo é o Draká, seta adornada com duas serpentes mas, não é errado vermos alguns voduns Dàn com outras insígnias em suas mãos tais como Adaga, òfá, garras, ágbégbé. variando conforme conhecimento do sacerdote e caminhos do Vodun. Sua vestimenta varia conforme vodun, mas sua cor preferida é o branco, por simbolizar a união de todas as cores.
Alguns Voduns Dan
Dàn Gbé, Dàn Gbé Seén ou Gbesén (Bessém): o nome significa "adorar a vida", é o Ako Vodun (Vodun Principal) do povo Jeje Mahi, dono do Sejá Hunde. É o Vodun ligado a vida e a renovação.
Frekwen, Flekwen ou Kwenkwen: Feminina, irmã gêmea de Tokwen e ambos são filhos
de Aido Wedo e Dangbala. Guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda. Alguns dizem que é representada pelas cobras venenosas. Considerada pelos Jeje Mahi como a esposa (ou uma das esposas) de Bessém.
Dan Jikú, Ojikún ou Dan Jikun: Junto com Ewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da lua. É quem trás as chuvas e é considerada uma das esposas de Bessém.
Azannadô, Azannawodô ou Azonadô: Este é um vodun ligado aos voduns de morada na árvore, como Loko. Era cultuado em uma grande árvore no Bogun. É um principe e é o símbolo da fartura.
Bosalabe: Toquem (adolescente) feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Ewá. Muito alegre e faceira vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
Bosuko: Masculino, toquem (adolescente) e gêmeo de Bossá.
Dan Ikó: Ligada e por vezes confundida com Lissá e Oxalá.
Obs.: No Ketu, muitos destes voduns são considerados qualidades de Oxumaré.