segunda-feira, 21 de março de 2011

EWÉ A FORÇA DAS FOLHAS



Ewé! A Força que vem das Folhas!
(Texto publicado na revista “Candomblés”, da Editora Minuano – Fevereiro de 2011)
KÒ SÍ EWÉ, KÒ SÍ ÒRÌSÀ! Expressão no idioma Yorùbá que quer dizer: “Se não há folhas,
não há Òrìsà!” Esta expressão dá ao leitor o entendimento da importância das folhas dentro dos rituais de
origem africana, no entanto, queremos aqui ampliar este conceito, traduzindo por folhas os vegetais de
um modo geral, incluindo além de suas folhas, seus frutos, sementes, e até mesmo seu caule; e traduzindo
por Òrìsà, os diversos usos “mágicos” desses vegetais.
Na caminhada evolutiva do homem, que hoje a maioria dos estudiosos acredita ter começado no
continente africano, ele se valeu da observação da natureza para o desenvolvimento de habilidades que
até então ele não possuía e, naquele continente onde “tudo começou”, sociedades ditas “animistas” ou
“tradicionais” continuam até hoje vivendo em harmonia com a natureza, dela tirando ensinamentos para a
sua vida social. Animistas porque acreditam que “toda manifestação viva pressupõe a presença de uma
força vital, determinante do ideal de viver”, e que utilizando práticas específicas esta “força” poderá ser
utilizada em seu favor! E dentro deste conceito os vegetais representam um grande potencial de
possibilidades.
“Se para a medicina ocidental o conhecimento do nome científico das plantas usadas e suas
características farmacológicas é o principal, para os Yorùbá o conhecimento dos ofò, encantações
pronunciadas no momento da preparação das receitas e transmitidas oralmente, é o que é essencial.
Neles encontramos a definição da ação esperada de cada uma das plantas que entram na receita.” (Ewé,
Pierre Verger, 1995).
Bom, diante dessa referência concluímos que as plantas e seus derivados não são utilizados
aleatoriamente, visam atender necessidades específicas, ou seja, qual o resultado esperado? Ou ainda:
utilizar a folha certa no momento certo! Vimos também que a ação esperada dessas folhas está ligada ao
que vai ser dito no momento de sua utilização, o ofò, que nada mais é do que a utilização da palavra
enquanto transmissora de àse. Verger diz ainda que à primeira vista é difícil perceber nas diversas
“receitas”, que tem como ingredientes elementos vegetais, qual é a parte “mágica”, ou seja, aquela que o
efeito vai se dar pelo àse nela contido, e quais as virtudes testadas experimentalmente dessas plantas, ou
seja, ele diz com isso que muitas dessas plantas já tiveram suas propriedades farmacológicas
comprovadas.
Dentro desse contexto quero destacar o trecho de uma canção brasileira, interpretada pela célebre
cantora baiana Maria Bethânia:
“Salve as folhas brasileiras! Salvem as folhas para mim! Se me der a folha certa, e eu cantar
como aprendi, vou livrar a Terra inteira de tudo que é ruim! Eu sou o dono da terra, eu sou o caboclo
daqui! Eu sou Tupinambá que vigia, eu sou o dono daqui!” (meu grifo).
O que me chamou atenção nessa composição, e que destaco para o leitor, é que ela ilustra o trecho
acima de Verger, e mais ainda, a utilização das folhas está associada a um dos grupos indígenas
brasileiros, sugerindo que esses nativos, primeiros habitantes do nosso País, também conheciam essa
prática!
Ainda de Pierre Verger:
“Na língua Yorùbá, freqüentemente existe uma relação direta entre os nomes das plantas e suas
qualidades, e seria importante saber se receberam tais nomes devido às suas virtudes ou se devido a seus
nomes, determinadas características foram a elas atribuídas.” (meu grifo).
Como ilustração, transcrevemos o trecho de uma preparação Yorùbá para obtenção de dinheiro:
PÈRÈGÚN NÍ Í PE IRÚNMOLÈ L’ÁT’ÒDE ÒRUN W’ÁYÉ!
(É Pèrègún que chama os espíritos do além para a terra!)
PÈRÈGÚN WÁ LO RÈÉ PE AJÉ TÈMI WÁ L’ÁT’ÒDE ÒRUN!
(Pèrègún, agora vá e chame minhas riquezas do além!)
Nesta preparação encontramos referência a uma folha, conhecida pela maioria de nós: o Pèrègún,
cujo nome é a contração do verbo “PÈ”, que significa chamar, com a palavra “EGÚN”, que significa
espírito, ancestral, etc. Percebe-se então que esta folha tem a finalidade de “chamar (invocar) espíritos”, e
que a própria pronúncia de seu nome já funciona como um ofò! No caso da receita acima, a sabedoria
daqueles nossos ancestrais yorubanos que a elaboraram fez esse trocadilho: se Pèrègún pode chamar
espíritos, pode chamar a riqueza! Certa vez ouvi de meu “bàbá” que o negro yorubano tem sobre nós a
vantagem do uso corrente do idioma, enquanto nós aqui no Brasil ficamos presos a textos prontos, que
nos foram transmitidos ao longo do tempo.
Para algumas pessoas, principalmente para aquelas que não estão ligadas aos cultos de matriz
africana, pode parecer um tanto “primitivo” pensar dessa maneira, digo, esperar resultados a partir da
utilização de certas plantas, de sementes, etc., enfim de elementos da natureza, aparentemente
inanimados. No entanto, repetimos, existe por traz da utilização desses elementos uma questão cultural.
Eles se utilizam desses elementos da natureza acreditando que eles expressam as suas necessidades
perante o “Criador”, o destino final de seus pedidos:
“...Uma composição mágica parece ser considerada como uma coleção de coisas materiais, às
quais é dado um valor simbólico; juntas constituem uma mensagem...” (Ewé, Pierre Verger, 1995)
Entre os Yorùbá, os ofò são frases curtas nas quais muito freqüentemente o “verbo” que define a
acão esperada, chamado de “verbo atuante”, é uma das sílabas do nome da planta ou do ingrediente
empregado. No entanto, o elo entre o nome da folha e a ação esperada, invocada através do ofò, não se
limita apenas ao verbo, mas pode aparecer em uma frase curta ou longa, nesse caso estabelecendo uma
relação simbólica entre algumas “características naturais” daquela planta a as “necessidades” do homem.
Vejamos alguns exemplos:
ÀT’ÒJÒ ÀTEÈRÙN KÌ Í RE TÈTÈ
(Tètè nunca está doente, nem na estação chuvosa nem na seca)
Este ofò faz referência a uma folha conhecida popularmente por Bredo ou Caruru de porco, e
cujo nome Yorùbá é Tètè. É uma folha facilmente encontrada, tanto no meio urbano, nas margens de
calçadas, como no meio rural, e confesso que antes de conhecer o seu valor ritual, passava-me
despercebida, assim com muitas folhas que não conhecemos! Percebemos pela tradução que é uma planta
resistente às variações da natureza, permanecendo sempre saudável, e não é este tipo de força que
queremos para nossa vida?
OJÚ ORÓ NI Ó N’LÉKÈ OMI, TÈMI Ó L’Á LÉ
(Ojú oró flutua na água, eu também ficarei por cima)
Ojú oró é conhecida popularmente por Erva de Santa Luzia, é uma planta aquática, encontrada
em rios ou lagoas. Percebemos que nesse ofò evoca-se o poder dessa planta de conseguir manter-se
sempre por cima da água!
Em território Yorùbá, na preparação dos trabalhos ligados à obtenção de todo tipo de sorte, ou
para afastar algum mal, esses vegetais são pilados e misturados ao sabão africano Ose (oxé) Dudu, com o
qual toma-se banho, ou então são torrados, até a obtenção de um pó, que poderá ser misturado à comida, a
bebidas destiladas, ou até mesmo esfregado em incisões feitas no corpo, particularmente nos punhos.
Essas práticas quase não sobreviveram aqui no Brasil, por ocasião da reestruturação do culto aos Òrìsà,
no entanto há uma prática viva entre nós: o Oro Asa Òsónyìn ou Sassanha, como é mais conhecido, um
ritual realizado nas casas de raízes Yorùbá, que significa basicamente: Ritual de proteção de Òsónyìn.
Utilizamos o recurso dos “cânticos da folhas” para determinar que as oferendas sejam cobertas de
realizações, uma vez que esses cânticos possuem “verbos atuantes” que facilitam a comunicação entre o
povo e os Ancestrais Divinizados. No caso de uma Iniciação para Òrìsà ou “Feitura de Santo”, este ritual
é realizado para preparar a “esteira”, onde ficará deitado o iniciado e o “banho” para lavar todos os seus
objetos rituais, bem como para os seus banhos matinais diários.
Referências Bibliográficas:
- Monteiro, Marcelo dos Santos, 1960 – Curso Teórico e Prático de Folhas Sagradas – Oro Asa
Òsónyìn - Rio de Janeiro – 1999 – 59 p. (Biblioteca Nacional);
- Verger, Pierre Fatumbi – Ewé: o uso das plantas na sociedade ioruba – São Paulo: Companhia
das, Letras, 1995;

quinta-feira, 17 de março de 2011

Como Sàngó Adquiriu seu Poder



O Itá que Conta como Sàngó Adquiriu o Poder sobre o Fogo.

Sàngó havia conquistado o poder da cidade de Òyó e se tornado o seu terceiro soberano, governando com muita severidade e domínio total sobre seu povo, que não tentava irritá-lo ou ofendê-lo, pois ele era o possuidor do edùn àrá, a pedra do raio.
Seu símbolo de poder é o osé, um machado de lâmina dupla como representação de que “sua força é uma arma de dois gumes”, que equivale dizer que o mais distante habitante de Òyó não estava longe da autoridade de Sàngó ou imune aos seus castigos pelos delitos cometidos.
Embora consciente de seu poder, Sàngó buscava incessantemente novos meios de se fazer respeitado e temido por todos. Enviava seus mensageiros até os locais mais distantes de seu reino em busca de poções mágicas e amuletos, com o objetivo de aumentar o seu poder. Um a um iam chegando os elementos pedidos sem que satisfizessem os desejos de Sàngó. Decidiu ele, então, pedir a Èsù.
Enviou um de seus homens de confiança para as terras de Ìbàrìbá, onde Èsù se instalara, próximo à região dos Tápà. Lá chegando, o mensageiro declarou: “Oba Jàkúta, o grande Aláààfin de Òyó, enviou-me aqui para que lhe seja preparado um poder eficaz que cause terror no coração de seus inimigos.” Èsù perguntou: “Sim, isto é possível. Mas que tipo de poder Sàngó deseja?” O mensageiro respondeu: “Oba Jàkúta disse que muitos tentaram lhe dar o poder que ainda não tem, mas eles não sabem como fazê-lo. Tais conhecimentos pertencem somente a Èsù. Dê o que precisa que ele saberá o que fazer.”

Disse Èsù: “Sim, do que Sàngó precisa eu sei bem e eu lhe darei. Em troca quero receber uma cabra como sacrifício. O poder estará pronto daqui a sete dias; porém, você, mensageiro, não deverá ser o portador. Quem deverá vir aqui apanhar será a esposa dele, Oya.”
O mensageiro retornou para Òyó e contou a Sàngó o recado de Èsù, que concordou com o que lhe foi dito, e, já no sétimo dia, Sàngó instruiu Oya para ir onde estava Èsù: “Cumprimenta Èsù por mim. Diga-lhe que o sacrifício será enviado. Receba o poder que ele preparou e traga-o para cá rapidamente.” Em seguida, Oya partiu
Chegando às terras de Èsù, Oya cumprimentou: “Sàngó, de Òyó, enviou-me para apanhar o que foi preparado para ele. O sacrifício que você pediu por isso já está a caminho.” Em seguida, Èsù entregou a Oya um pequeno pacote embrulhado em uma folha silvestre, ewé ògbó, e lhe disse: “Tome cuidado com isto. Veja que Sàngó beba tudo.”





Pegando o pacote, Oya iniciou a jornada de volta. Mas a curiosidade começou a atiçá-la: “O que Èsù fez para Sàngó? Que espécie de poder pode estar neste pacote tão pequeno?” No longo do trajeto de volta, Oya foi pensando no assunto, quando resolveu parar para descansar. Como Èsù havia presumido que ela faria, Oya desembrulhou o pacote para olhar o que havia dentro. E o que viu possuía uma coloração vermelha. Colocou um pouco do poder na boca para testá-lo. Nem era bom, nem era ruim. Ficou pensativa por um instante e depois embrulhou de novo o pacote, seguindo viagem
Ao chegar a Òyó, foi direto para o palácio de Sàngó. Assim que o viu entregou-lhe o pacote. Sàngó o recebeu e perguntou: “Que instruções Èsù deu a você? Como é que eu tenho que usar este poder?
Oya disse: “Ele instruiu para ingerir o poder.” Nem bem começou a falar, faíscas saíram de sua boca. Sàngó entendeu que Oya havia testado o poder que lhe havia sido destinado. Sua ira foi violenta. Levantou a mão para bater-lhe, mas ela escapou do palácio. Sàngó a perseguiu, mas não a encontrou. Oya foi para um lugar onde muitas ovelhas estavam pastando. Correu entre elas, pensando que Sàngó não a encontraria. Mas a ira de Sàngó era terrível. Ele lançou seu grito, estrondos em todas as direções, a ponto de atingir as ovelhas, matando-as todas. Oya escondeu-se, então, embaixo das ovelhas mortas, conseguindo, assim, iludir Sàngó, que, cansado, retornou ao palácio onde uma multidão o aguardava. Todos suplicavam pela vida de Oya. “Sua compaixão é maior do que a sua ofensa. Perdoai-a.” A ira de Sàngó se atenuou. Ele enviou seus escravos para encontrar Oya e trazê-la de volta.
Sàngó não sabia, exatamente, como Èsù havia lhe destinado o poder. Assim, quando a noite chegou, Sàngó pegou o pacote com o poder e foi para um lugar alto contemplar a cidade. Lá, colocou um pouco do poder sobre a língua, e, quando expirou o ar, uma enorme chama saiu de sua boca, estendendo-se por toda a cidade. Sàngó passou a ter o poder sobre o fogo, que brotava de sua boca e de suas narinas, e, com isso, passou a intimidar seus adversários.

Obs.: Há um mesmo Ita com esta base, que nos conta que quando ele aplica este pleno poder em sua irá pela traição de Oyá ele queima todo seu reino, e assim desesperado por ter matado inocentes procura uma arvore que sobrará e se enforca.

quinta-feira, 3 de março de 2011

UMA HISTÓRIA SOBRE O REI DO PODER

Origem e História de xango:
Nem seria preciso falar do poder de Xangô (Sòngó), porque o poder é sua síntese. Xangô nasce do poder morre em nome do poder. Rei absoluto, forte, imbatível: um déspota. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os orixás, nenhum possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é o orixá mais velho, goza de certa primazia. Contudo, se preciso fosse escolher um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô para assumir esse papel?
Xangô gosta dos desafios, que não raras vezes aparecem nas saudações que lhe fazem seus devotos na África. Porém o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô.
A maneira como todos devem se referir a Xangô já expressa o seu poder. Procure imaginar um elefante, mas um Elefante-de-olhos-tão-grandes-quanto-potes-de-boca-larga: esse é Xangô e, se o corpo do animal segue a proporção dos olhos, Xangô realmente é o Elefante-que-manda-na-savana, imponente, poderoso.
Percebe-se que a imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por exemplo, lhe é devido por ter se tornado o quarto alafim de Òyó, que era considerada a capital política dos iorubas, a cidade mais importante da Nigéria. Xangô destronou o próprio meio-irmão Dadá-Ajaká com um golpe militar. A personalidade pacienciosa e tolerante do irmão irritavam Xangô e, certamente, o povo de Òyó, que o apoiou para que ele se tornasse o seu grande rei, até hoje lembrado.
O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois seu pai, Oranian, foi fundador da cidade e de sua dinastia. Ele só fez apressar a sua ascensão. Xangô é o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos e reconhecem que seu poder, antes de ser conquistado pela opressão, pela força, é merecido. Xangô foi o grande alafim de Òyo porque soube inspirar credibilidade aos seus súditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e, sobretudo, demonstrou a sua capacidade para o comando, persuadindo a todos não só por seu poder repressivo como por seu senso de justiça muito apurado.
Não erram, como se viu, os que dizem que Xangô exerce o poder de uma forma ditatorial, que faz uso da força e da repressão para manter a autoridade. Sabe-se, no entanto, que nenhuma ditadura ou regime despótico mantém-se por muito tempo se não houver respaldo popular. Em outros termos, o déspota reflete a imagem de seu povo, e este ama o seu senhor, seja porque nos momentos de tensão responde com eficiência, seja por assumir a postura de um pai. No caso de Xangô, sua retidão e honestidade superam o seu


caráter arbitrário; suas medidas, embora impostas, são sempre justas e por isso ele é, acima de tudo, um rei amado, pois é repressor por seu estilo, não por maldade.
Fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele expressa autoridade dos grandes governantes, mas também detém o poder mágico, já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na Terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o caminho. O fogo é a grande arma de Xangô, com a qual castiga aqueles que não honram seu nome. Por meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor.Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas, seria terra de origem de sua família materna.
Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.
Xangô sempre foi um homem bonito extremamente vaidoso, por isso conquistou todas a mulheres que quis, e, afinal, o que seria um ‘olhar de fogo’senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de flerte de Xangô?
Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua saída estratégica da vida. È com ela que divide o domínio sobre o fogo.Oxum foi à segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou.
A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu corpo por amor o seu rei.
Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre a sua vida (e sua morte) só ele tem o direito de decidir. Ele é mais poderoso que a morte, razão pela qual passou a ser o seu anti-símbolo.