sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Uma linda homenagem aos nossos Caboclos. Meus Parabens!!!
A idéia com esse post é falarmos de Caboclos e que todos participem com informações e nos ajudem a formar um entendimento coeso, independente, sério.
Os  Caboclos de Pena são genuinamente brasileiros, os verdadeiros donos dessa terra chamada Brasil. Relendo um livro sobre cantigas de Umbanda e candomblé, me dei conta de como é rica a liturgia aos caboclos em geral, a miscigenação cultural/litúrgica/culto entre o Indio, Negro e o Branco.  Seus espíritos e rituais estão espalhados em várias nações do candomblé, fortemente na Umbanda e até de cultos próprios pois não dependem de ninguém.
Os Caboclos se dividem em diversas nações: Aimorés, Tupis, Tamoios, Guaranís, etc. Cada uma caracterizada por uma combinação de cores em geral. Interessante são as legiões de Caboclos oriundos de várias linhas e cada linha é constituída de  sete legiões, cada uma com seu chefe. A linhas de Xangô que inclui as legiões de: Iansã, caboclo Cachoeira, Pedra Branca, Caboclo do Sol, da Lua, Treme-Terra e caboclo do Vento. Na limha de Oxóssi estão as legiões de: Araribóia, Guaranís (chefiada por Araúna) Cabocla Jurema, cabocla das Sete encruzilhadas, Pele vermelhas (chefiada por Águia Branca, Tamaios e Urubatão. A linha de Ogun inclui as legiões de: Ogun Beira Mar (praias), Ogun Delei (linha de Malei da Quimbanda) Ogun Iára (rios), Ogun Matinata (campos), Ogun Megê ( linha das almas na Umbanda), Ogun Naruê (linha das almas Quimbanda), e Ogun Rompe-Mato (matas). Na linha de Yemanjá estão as legiões de: cabocla Iansã (chuvas/raios) , cabocla Iára (rios/mares), cabocla Indaiá (lagos), Cabocla Janaína (mar), cabocla Nanã (fontes), cabocla Oxun (cachoeiras), e Sereia (mar). Existem ainda uma infinidades de caboclos ligados a essas linhas, falangeiros da Jurema, capanguinhas, etc
Os Caboclos conhecem todos os segredos das forças da natureza, por isso sabem como descarregar um ambiente cheio de energias negativas, nocivas e como curar uma pessoa atingida por males físicos ou espirituais, usando as energias benéficas que nos cercam e o seu próprio poder esperitual.
Os Caboclos começaram a se manifestar nos candomblés de caboclo e nas mesas de Jurema do Catimbó, mais tarde tornaram-se um dos mais importantes grupos de de entidades da Umbanda. Em uma sessão de Umbanda, os Caboclos atendem aos fiéis fazendo passes e defumações, além de ensinar os remédios e dar os conselhos adequados a cada caso.
Por ser genuinamente brasileiro, os pontos são cantandos e compostos em portugues, daí a participação cultural do Branco.   Há um ponto que ratifica sua condição de sobrerano:
"Brasileiro, brasileiro (bis)
sou brasileiro Imperador, mais eu sou filho do Brasil!
se meu pai é brasileiro, minha mãe é brasileira
brasileiro o que é que eu sou?
sou brasileiro Imperador!"
Iyá Gisèle Omindarewá,  em seu livro "Awô o mistério dos Orixás", faz uma pequena e excelente aluzão aos  Caboclos e seus ritos: Os caboclos possuem características muito diferentes dos Orixás, e não passam por um aprendizado definido. Eles se comportam de maneira mais violenta e primitiva, e o estado de transe é muito agitado. Como sua conduta não está rigorosamente codificada, é posspível que ajam de modo bastante imprevisível...As suas personalidades refletem fielmente a imagem tradicional do Índio do Brasil...Ao se observar certas cantigas percebem-se a influência cultural do Negro e em especial do povo da costa de Angola, a misceginação Índio/Negro em vários pontos:
"O Luandê, o Lunda, Luanda é terra de caboclo o Luanda"
"Pedrinha miudinha da arunda ê, lagedo tão grande da aruanda ê"
Muitas casas de candomblé cultuam caboclos, porém, não dão crédito algum, fazem de portas fechadas, desconsiderando uma cultura brasileira enraizada no nosso cotidiano. É difícil entender esse comportamento das nações africanas e seus zeladores, afinal a terra é do Índio brasileiro, com seus ritos, mistérios e soberania, tem que pedir licença (agô) para pisar na terra, um alguidá com frutas, um cuité com vinho, um charuto acesso, tem até Orixá que gosta. Okê Caboclo! É só um carinho com o sultão das Matas, no pé do juremeira.
Alguns pontos de caboclos mais conhecidos.
Cabocla Jandira
"Seu cocar é de pena branca
ela é quem segura a gira (bis)
Saravá sua linda banda,
Saravá a cabocla Jandira" (bis)
Cabocla Jurema
Minha senhora lá das matas,
me diga quem mada aí (bís)
Venha pra perto ver, Dona Jurema é do arirí (bis)
Caboclo Arranca Tôco
Oi saravá Seu Arranca Tôco,
saravá seu bambi Odé,
oi que bamba o clime,
Oi que bambi Odé (bis)
Caboclo Cobra Coral
"Todos caboclos quando vem da mata
trazem na sinta uma cobra coral (bis)
É do seu cobra coral
oi era uma cobra coral."
Caboclo Pena Branca
"Com sua flexa de ouro, com seu bodoque de prata,
Ele é seu Pena Branca, caninana não lhe mata".
Caboclo Pena Verde
"Ele veio da sua mata, veio saravá o gongá,
Suassuna é pena Verde, aqui em qualquer lugar".
Cabocla Jacira
"Na fonte da água cristalina,
uma bela cabocla se mira,
Dos cabelos correm pérolas doradas,
Tá na gira a cabocla Jacira".
Um outro segmento de caboclos, são os Caboclos Boiadeiros e suas variantes, com a sua saudação: Xetro marrumbaxetro! Intruduzido dentro das casas de Angola, dentro dos sambas nas rodas de caboclo(sambangola), eles vem na linda da Jurema (relacionada ao catimbó) suas cantigas apresentam muitas referências aos reinos míticos do mundo encantado do Juremal, como Aldeia Nova, Hungria, Águas  Claras, Lajedo, Jequiriçá, Junssara, etc).  Exemplos:
Caboclo Boiadeiro
-" Lá na Hungria, lá na Hungria,
Lá na Hungria seu palácio é real,
Lá na Hungria,  lá na Hungria,
Na Hungria Boiadeiro é real". (bis)
-"Lá na Vila Nova, Lá na Vila Nova,
Na Vila Nova do seu Boiadeiro,
Lá na Vila Nova" . (bis)
Ponto de chamada de seu Boiadeiro
"Seu Boiadeiro sou quem lhe chama
vem atender meu chamado,
seu Boiadeiro sou eu que quem lhe chama,
tu és meu advogado".
Ponto barravento
A minha boiada é de 31 (bis)
já contei trinta ainda me falta um."
Ponto de louvação final
-"Deus lhe salve essa casa santa (bis)
Aonde Deus fez sua morada.
Aonde mora o cálice bento.
E a hóstia consagrada"
Temos aí a nesse ponto a catequese católica, interessante que não é sincretismo, é miscigenação cultural de sobrevivência e de amor  aos caboclos cultuados no Brasil.
Bibliografia e pesquisa: Eneida Gaspar do livro Cantigas de Umbanda e candomblé. Awô o Mistério dos Orixás de Gisèle Omindarewá e acervo cultural do Axé Osolufon-Íwìn.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tenho lido alguns artigos e nunca tinha me atentado que todo material escrito sobre as diversas das condutas dos ODUS ou melhor falando sobre seus Itan, convergem para uma única instrução de nos fornecer maneiras de nos orientar nas situações da vida, e que só procuramos estas orientações isoladamente quando não encontramos estas soluções a nossas mãos. Então procuramos um amigo ou se já conhecemos as Religiões de origem Afro nos preocupamos em ouvir um Babalorixa para resolver os nossos problemas que parecem impossíveis de serem resolvidos. Mas a verdade é que este problema voce já convivia com ele a muito tempo sem voce perceber, ele fazia parte de sua vida. Estas situações estão em seu caminho muitas vezes representado pela sua conduta desavisada ou mesmo por acreditar que o literario de Ifá é algo a ser levado a sério somente pelos seus consagrados, não é bem assim os designos dos ODUS são para nós todos pois a nossa vida esta e sempre estara regida por ele que chamamos de caminhos, é muito comum ser comparado com nosso signo ocidental, não vamos descutir esta analogia e sim ponderar que é importante a nós conhecedores do corpo Literario de Ifá de procurar em nós mesmo sermos exemplo e explanifica-lo aos nossos (Yaos, Abians ou mesmo alguns mais velhos) e que o objetivo desta conduta pode em muito nos ajudar a mudar e nos tornar mais unidos e mais hulmides, Axé a todos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

QUEM É E QUAL SUA FUNÇÃO DE UM BABALAWO

Gostaria de apresentar a conversação de dois Babalorixa quanto a função e o cargo de Babalawo, que no final chegam a um acordo ambos aceitando a posição um do outro, quanto esta figura tão incerta e não aceita pela maioria de Babalorixas que não procuram estudar as nossas raízes.

Da Ilha said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 13, 2011 at 2:29 pm
In response to Michelly de Castro on July 13, 2011 at 7:35 am:
Da Ilha e Fernando… ” Por mais afiada que seja a faca, ela não pode riscar seu próprio cabo ” Essa frase soa como uma sentença fatal, enfim, temos que optar. Ou fazer bem uma coisa ou outra, não é verdade? E eu que estudo tanto e não vou jogar opele nem ser babalawo, claro [...]
Michelly, prepare o ÓLEO DE PEROBA, VOCE PODE JOGAR OPELÈ IFÁ SIM. Dentro do Culto de Ifá, uma mulher pode se tornar uma Iyànifá, com todos os direitos de um Babalawo, existem algumas restrições, como manipular Ikins e na iniciação tem um ritual qvc não faz, mas isso é outra história. Minha casa inicia homens e mulheres no culto de Ifá, desde Isefá ( Primeira mão de ifá, o inicio do caminho onde é montado o igbá de Òrúmìlá), Iyànifá que já lhe falei e Babalawo. Portanto seus estudos e sua estrada não param nunca, é somente uma questão de querer e ser escolhido por Òrúnmìlá.
A frase a que vc se referiu não é como uma sentença, é uma parabola onde cada um tirará o ensinamento que encontrar. Eu vejo nesta frase o freio para as pessoas que querem ser Deus, as pessoas que querem abraçar o mundo e fazer tudo e cada um vai se encontrar nela.
Ire o.

Michelly de Castro said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 13, 2011 at 7:35 am
In response to Manuela on January 22, 2009 at 2:36 am:
Conseguir informação de Orunmilá sobre a vida de alguém, é importante demais para ser deixado a um simples deitar do Opelé, 16 búzios, cartas de tarot ou qualquer que seja o sistema de adivinhação utilizado. De acordo com o pensamento tradicional, qualquer pessoa com um Opelé e um livro dos Odús pode andar por aí [...]
Da Ilha e Fernando…
” Por mais afiada que seja a faca, ela não pode riscar seu próprio cabo ”
Essa frase soa como uma sentença fatal, enfim, temos que optar. Ou fazer bem uma coisa ou outra, não é verdade?
E eu que estudo tanto e não vou jogar opele nem ser babalawo, claro que eu não teria a cara de pau pra sair por aí dando consulta com opele…rs…
Porque mulher não pode?
heimm?

Fernando D'Osogiyan said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 12, 2011 at 7:46 pm
In response to Manuela on January 22, 2009 at 2:36 am:
Conseguir informação de Orunmilá sobre a vida de alguém, é importante demais para ser deixado a um simples deitar do Opelé, 16 búzios, cartas de tarot ou qualquer que seja o sistema de adivinhação utilizado. De acordo com o pensamento tradicional, qualquer pessoa com um Opelé e um livro dos Odús pode andar por aí [...]
Da Ilha,
Por isso que: “Por mais afiada que seja a faca, ela não pode riscar seu próprio cabo”
Particularmente não concordo, é muita coisa para a cabeça de uma pessoa, estudar durante anos à fio os 256 Odús, itans, parábolas, liturgias e toda aquela confraria que tem que dar satisfação, $, aos Ogbonis, ainda depois se iniciar para Orixá!Até chegar através de obrigações, odun ijê e receber a cuia ou deká de Babalorixá. Uma coisa ou outra, ou bem seja um excelente Oluwò ou um excelente Olorisá. No Ketu/Nagô o Babalorixá apura o Orixá, descobre sua raiz, identifica e qualifica, passam anos aprendendo a entender porque se enrola o acaçá na folha de bananeira para Oxalá já que esta folha é de Exú.
“Mãos perfeitas e escolhidas para cada função”
Mo juba axé.


Da Ilha said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 12, 2011 at 7:05 pm
In response to Fernando D'Osogiyan on July 12, 2011 at 6:16 pm:
Da Ilha, Bem sabemos que o advinho que manipulava o Ifá era denominado por Babalawo de: Babá (pai) + Li ( que tem) + àwo (segredo) era a autoridade máxima do sistema religioso Yorubá, principalmente em Ifé, onde existiam os Babalawos Àwoni com seus irukeres, Opá Orèrè e até usavam Ekudidé, esse liturgia só existiu [...]
Bàbá Fernando, correto, mas é bom informar aos nossos internautas que o cargo de Babalawo puro e simples, sem iniciação em òrìsá não lhe permite mexer na cabeça de niguém.
Basicamente um Bori onde se invoca o Odu e o adimu, (comidas para os òrìsás), pois tem gente por ai iniciada em Babalawo, não é sacerdote de òrìsá e quer fazer iniciação por pura ganancia.
Portanto, o Babalawo tem que ter duas familias, a de òrìsá e a de Ifá, se não tiver é errado querer atuar nas duas frentes.
Mo juba Olorisá.

Fernando D'Osogiyan said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 12, 2011 at 6:16 pm
In response to Manuela on January 22, 2009 at 2:36 am:
Conseguir informação de Orunmilá sobre a vida de alguém, é importante demais para ser deixado a um simples deitar do Opelé, 16 búzios, cartas de tarot ou qualquer que seja o sistema de adivinhação utilizado. De acordo com o pensamento tradicional, qualquer pessoa com um Opelé e um livro dos Odús pode andar por aí [...]
Da Ilha,
Bem sabemos que o advinho que manipulava o Ifá era denominado por Babalawo de: Babá (pai) + Li ( que tem) + àwo (segredo) era a autoridade máxima do sistema religioso Yorubá, principalmente em Ifé, onde existiam os Babalawos Àwoni com seus irukeres, Opá Orèrè e até usavam Ekudidé, esse liturgia só existiu em Ilê Ifé. (antes que algum babalawo comece a usar o Ekodidé)
Segundo Willian Bascon, …o Babalawo era uma autoridade religiosa que deve ter conhecimento acerca de todas as Divindades Yorubá e não meramente daquela que ele pessoalmente reverencia, funcionando para a massa de fiéis e também para os outros sacerdotes de divindades diferentes. Ele ajuda os fiéis a tratar com amplo espectro de forças personificadas ou impessoais em que os Yorubás acreditam e a consumar, através da Divinação Ifá, os destinos individuais que lhes forem consignados por escolha própria desde o nascimento.
” Obé Ti o mu ki gbé kuku ará ré”
“Por mais afiada que seja a faca, ela não pode riscar seu próprio cabo”
Mo Juba omo-Ifá.

Da Ilha said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 12, 2011 at 4:33 pm
In response to Manuela on January 22, 2009 at 2:36 am:
Conseguir informação de Orunmilá sobre a vida de alguém, é importante demais para ser deixado a um simples deitar do Opelé, 16 búzios, cartas de tarot ou qualquer que seja o sistema de adivinhação utilizado. De acordo com o pensamento tradicional, qualquer pessoa com um Opelé e um livro dos Odús pode andar por aí [...]
Bàbá Fernando, ago, complementando com minha opinião, qualquer Babalawo, Oluwo ou Arabá (posto mais alto no culto de Ifá), pode e deveria ser iniciado no culto de òrìsá, pois esta experiência lhe daria um foco mais apurado do que ele já tem e lhe credenciaria a ir um pouco mais longe ao mexer com òrìsá. Concordo que na verdade o correto é o Babalawo ver caminhos de Odu e fazer os ebós no neófito e depois o Olorisá (zelador) cuidar da iniciação do mesmo.
A mão esquerda não se limpa sem ajuda da direita. Ogbe-meji.
Mo juba Olorisá.
Ire o.

Fernando D'Osogiyan said on O Opelé e os Búzios não são jogo de Casino
July 12, 2011 at 4:20 pm
In response to Manuela on January 22, 2009 at 2:36 am:
Conseguir informação de Orunmilá sobre a vida de alguém, é importante demais para ser deixado a um simples deitar do Opelé, 16 búzios, cartas de tarot ou qualquer que seja o sistema de adivinhação utilizado. De acordo com o pensamento tradicional, qualquer pessoa com um Opelé e um livro dos Odús pode andar por aí [...]
Michelly,
Seu comentário é ótimo e concordo em genero, número e grau.
Babalawo também tem comunhão com Orisá, pode cantar pra ele, dançar pra ele, vestir o seu orisá.O que impede isso?
Apenas acrescento:
Nada impede que isso aconteça por que os Babalawos tem seus Babalorixás, assim como os Babalorixás tem seus Babalawos, ambos se completam.
Assim também é o culto a Egungun ou quando de um Axexe, quando Babalawos e Babalorixas precisam dos Alapinis e Ojês para os sacrifícios a Egungun e toda liturgia e os memos precisam de seus babalawos e babalorixás.
Mãos perfeitas e escolhidas para cada função.
“Porque nem tudo que se faz pode permancer escondido”. Máxima do Odú Ìwòrì Ogbé.
Axé.

sábado, 5 de novembro de 2011

GRANDES PERSONAGENS DO CANDOMBLÉ-PAI ADÃO




GRANDES NOMES DO CANDOMBLÉ – PAI ADÃO

Felipe Sabino da Costa - Pai Adão - (1877-1936), foi o quartobabalorixá do Terreiro Obá Ogunté também conhecido como Sitio de Pai Adão faz parte do Xango do Recife localizado em Recife,Pernambuco. Esse terreiro é a mais antiga casa de culto Nagô dePernambuco, fundado pela Tia Ignês Ifatinuké, africana, junto a grandes sacerdotes do culto nagô como Otolú Byioká, Zé Quirino, Silveirinha, Obarindê, Apary, Xangô Lary (tantos outros que não podem ser invisibilisados por suas contribuções históricas) foi tombado peloPatrimônio histórico de Pernambuco.
Conta-se ali no Sítio, que Tia Inês uma negra alforriada comprou aquele pedaço de terra para abrigar alguns necessitados e poder praticar o seu Culto Nagô, e para tanto fez construir uma pequena capela dedicada a Santa Ana e por detrás do altar cultuava os Orixás. Como também incentivou o pai de Felipe a irem a África e se aperfeiçoarem seus conhecimentos do Culto e também de lá trazerem alguns objetos e sementes de plantas sagradas como uma Gameleira branca (Iroco) ainda hoje esta no Sitio e assim Felipe quando assumiu o posto de Babalorixa deu uma personalidade totalmente diferente ao praticado nas outras casas da época, sendo que os babalorixas anteriores sempre foram de sua família, e hoje está nas mãos de seu neto, Manoel da Costa de Iemanjá Ogunté.

GRANDES PERSONAGENS DO CANDOMBLÉ - AGENOR MIRANDA



Agenor Miranda Rocha, o Pai Agenor, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 — Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalaô da Religião dos Orixás Candomblé.
Foi iniciado na cidade do Rio de Janeiro, em tenra idade, para o orixá Euá (Iyewá) pelo africano Alagbedé e posteriormente, ainda na infância para Oxalá por Mãe Aninha,Iya Obá Biyi Iyalorixá fundadora dos terreiros Axé Opô Afonjá de Salvador e do Rio de Janeiro cujo primeiro endenreço era na chamada "Pedra do Sal". Hoje o Opô Afonjá do Rio se localiza em Coelho da Rocha.
O Professor Agenor, como era conhecido, foi professor catedrático aposentado do Colégio Pedro II, nas cadeiras de matemática e latim, cantor lírico (seguindo os passos de sua mãe, o soprano Zulmira Miranda e babalaô adivinho na referida tradição religiosa candomblé, um dos ocidentais mais conhecedores de a herança e a Cultura afro-brasileira, além de talvez uma das mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do Brasil. Foi o jogo de búzios (meridilogun)do Prof. Agenor que decidiu a sucessão de importantes terreiros: Mãe Oké e Mãe Tatá, na Casa Branca do Engenho Velho; Mãe Stella, no Axé Opô Afonjá; Mãe Índia, no Terreiro do Bogun (o último grande jogo de sucessão antes do falecimento do professor). Agenor Miranda também foi poeta e musicista. Seu jogo de búzios foi um dos mais procurados do país. O velho professor foi orientador espiritual e conselheiro de personalidades de diferentes procedências religiosas e de muitos babalorixás, a exemplo do Babá Augusto César de Logunedé.
[editar]Documentário: um vento sagrado

Foi publicada no Jornal Diário de São Paulo a matéria O zelador dos orixás na tela, feita pelo jornalista Marcos Pinho - Um Vento Sagrado, do diretor e artista plástico baiano Walter Lima, o trabalho conta a história de Pai Agenor, um dos mais importantes nomes do candomblé no país. O trabalho de pesquisa consumiu mais de três anos de viagens, pesquisas e gravações no Rio de Janeiro] Salvador, São Paulo e Roma.
O filme (Brasil, 2001, 93 min.), mostra Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde imagens de São Francisco e Buda até de Oxalá e outras divindades do candomblé. É no local que ele recebe visitantes em busca de aconselhamento e joga búzios.
Suas declarações são desconcertantes. “A força do candomblé está no sangue verde das plantas e não no sangue vermelho dos animais”, comenta para condenar os sacrifícios em cultos.
Professor aposentado, poeta, ensaísta, cantor de ópera e de fado, Pai Agenor é um homem múltiplo e incomum. “Ele é talvez a última das grandes figuras do candomblé”, afirma Gilberto Gil. O retrato pintado por Walter Lima é o de um ser de personalidade instigante cujas opiniões são sempre respeitadas. Até hoje ele é convocado para escolher a mãe-de-santo nos grandes terreiros baianos.
A fita mostra ainda o biografado sendo recebido pelo Papa em Roma e inclui poemas nas vozes de atores como Alessandra Negrini, Ingrid Guimarães e Camila Amado, além da narração de Othon Bastos.
Amante da música, talvez por influência de sua mãe, a fadista portuguesa Zulmira Miranda, cuja história está registrada na Casa do Fado e da guitarra portuguesa, Agenor fez uma incursão como cantor no mundo da música. Há alguns anos foram recuperadas algumas de suas antigas gravações e hoje circula nas mãos de seus amigos e admiradores cds onde ele canta fados, canções italianas e músicas clássicas.
Amante da poesia e teve dois livros publicados ainda em vida, "Poemas Infantis", em 1999, e "Oferenda - como a flor que se oculta entre as folhas", em 1998, pela Editora Sete Letras, traduzido na Espanha e editado pela Algorán Poesia, em 2001.
Seus poemas foram muito bem recebidos por serem, além de belos, expressão de um grande conhecimento também nesta arte. Tinha muitos amigos e admiradores, muitos alunos, e para todos estes deixou ainda o livro "Caderno de Português", em 2000, escrito logo após uma intervenção cirúrgica bastante séria.
Faleceu em 2004, vitimado principalmente pelo agravamento de um simples caso infeccioso, uma vez que não conseguiu ser tratado a tempo em condições necessárias. Deixou muitos amigos e filhos em todas as partes do Brasil e no exterior, todos saudosos e consternados, principalmente por não terem podido ajudá-lo e intervir para que pudesse completar com "saúde e paz", como gostava de dizer, os seus almejados 100 anos de existência, que será,lembrado e comemorado por toda parte, com devoção, no 8 de setembro de 2007.
Dentre as homenagens que recebeu está a Medalha Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.
Sobre ele há uma primorosa biografia: "Um vento sagrado", editado pela Editora Mauad e de autoria de Muniz Sodré e Luis Filipe de Lima.
[editar]Livros

Caminhos de Odu, Pallas, 1999 - ISBN 853470273X
As Nações Kêtu, ISBN 8574780189
Desenredos, ISBN 857478060X
Biografia: Pai Agenor - Diógenes Rebouças Filho (Coleção Passagens da Memória, vol.1 / 1997)

GRANDES PERSONAGENS DO CANDOMBLÉ - MESTRE DIDI

Seu pai Arsenio dos Santos, pertencia à "elite" dos alfaiates da Bahia, mais tarde iria transferir-se para o Rio de Janeiro na época em que houve uma grande migração de baianos para a então capital do Brasil.
Sua mãe Maria Bibiana do Espírito Santo, mais conhecida como Mãe Senhora era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Yoruba. Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia, o Ilê Ase Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô. Sua esposa Juana Elbein dos Santos, é antropóloga e companheira em todas as suas viagens pelo exterior, aos países da África, Europa e Américas, de grande importância pelos intercâmbios e experiências adquiridas, e que irão contribuir significativamente para os desdobramentos institucionais de luta de afirmação da tradição afro-brasileira e pelo respeito aos direitos à alteridade e identidade própria. Sua filha Inaicyra Falcão dos Santos é cantora lírica, graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, professora doutora, pesquisadora das tradições africano-brasileiras, na educação e nas artes performáticas no Departamento de Artes Corporais da Unicamp.
[editar]Sacerdote

A igreja durante o período colonial e pós-colonial foi uma instituição de que a comunidade descendente de africanos inseriu em suas estratégias de luta pela alforria e re-agrupamento social. Didi foi batizado, fez primeira comunhão e foi coroinha. Mais tarde, já sacerdote da tradição afro-brasileira foi se dedicando inteiramente a ela afastando-se do catolicismo, embora respeitando-o como uma outra religião. Eugenia Ana dos Santos - Mãe Aninha, tratada por Didi como avó, foi quem o iniciou no culto aos Orixás e lhe deu o título de Assogba, Supremo Sacerdote do Culto de Obaluaiyê.
Arsenio Ferreira dos Santos era sobrinho de Marcos Theodoro Pimentel, o Alapini, primeiro mestre de Didi no Culto aos Egungun, os ancestrais masculinos, tradição originária de Oyo, capital do império Yoruba.
Depois de Marcos, foi Arsenio, conhecido por Paizinho quem deu continuidade a iniciação de Didi, que se confirmou Ojé com o título de Korikowe Olokotun. A herança de tio Marcos Alapini se constitui sobretudo pelo culto ao olori Egun, baba Olukotun, o mais antigo ancestral que foi trazido da África na ocasião da viagem que fez com seu pai, Marcos O Velho. Paizinho, então Alagbá, o mais antigo da tradição aos Egungun recebeu esta herança que aproximou à do terreiro Ilê Agboulá na Ilha de Itaparica.
A herança de Marcos Alapini, para seu sobrinho Arsenio Alagba passou para Didi, Ojé Korikowe Olukotun. Mais tarde Didi recebeu o título de Alapini, o mais alto do Culto aos Egungun, no Ilê Agboula e anos depois, em 1980 fundou o Ilê Asipa onde é cultuado o Baba Olukotun e demais Eguns desta tradição antiga.
Em setembro de 1970, não tendo no Brasil quem pudesse fazer sua confirmação de Balé Xangô, foi para Oyo e realiza a obrigação na cidade originária do culto à Xangô. A cerimônia foi realizada pelo Balé Sàngó e o Otun Balé do reino de Xangô de Oyo.
[editar]Artista

"Os Orixá do Panteão da Terra são os que nos alimentam e nos ajudam a manter a vida. Os meus trabalhos estão inspirados na natureza, na Mãe Terra-Lama, representada pela Orixá Nanã, patrona da agritultura". Mestre Didi
"Mestre Didi é um sacerdote-artista. Exprime, através da criação estética, uma arraigada intimidade com seu universo existencial, onde ancestralidade e visão de mundo africanos se fundem com sua experiência de vida baiana. Completamente integrado ao universo nagô de origem yorubana, revela em suas obras uma inspiração mítica, material. A linguagem nagô com a qual se expressa é o discurso sobre a experiência do sagrado, que se manifesta por meio de uma simbologia formal de caráter estético". Juana Elbein dos Santos
[editar]Obra

Yorubá tal Qual se Fala, Tipografia Moderna, Bahia, 1950
Contos Negros da Bahia, (Brasil) Edições GRD, Rio de Janeiro, 1961
História de Um Terreiro Nagô, 1.edição, Instituto Brasileiro de Estudos Afro-Asiáticos, 1962, 2.edição, Editora Max Limonad, 1988
Contos de Nagô, Edições GRD, Rio de Janeiro, 1963
Porque Oxalá usa Ekodidé, Ed. Cavaleiro da Lua, 1966
Contos Crioulos da Bahia, Ed. Vozes, Petrópolis, 1976
Contos de Mestre Didi, Ed. Codecri, Rio de Janeiro, 1981
Xangô, el guerrero conquistador y otros cuentos de Bahia, SD. Ediciones Silva Diaz, Buenos Aires, Argentina, 1987
Contes noirs de Bahia, tradução francesa de Lyne Stone, Ed. Karthale, 1987
História da Criação do Mundo, Olinda, PE, 1988 - Ilustração Adão Pinheiro
Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi: 80 anos, organizado por Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Salvador, Bahia, 1997, CD-ROM - Ancestralidade Africana no Brasil
Pluraridade Cultural e Educação
Nossos Ancestrais e o Terreiro
Democracia e Diversidade Humana: Desafio Contemporâneo

CANDOMBLÉ JEJE MAHI - GAIAKU LUIZA



Luiza Franquelina da Rocha nasceu em 25 de agosto de 1909, em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano. Sua mãe chamava-se Cecília, negra, descendente de escravos e iniciada para Yemonjá em Feira de Santana/BA, vindo a falecer com 105 anos. Seu pai chamava Miguel, negro, também descendente de escravos e foi confirmado Kpenjigàn na Roça de Ventura (Kwe Sejá Húnde), candomblé Jeje em Cachoeira, por Gaiaku Maria Ogorensì de Gbèsén. Faleceu aos 86 anos. Sua irmã carnal, Joana, foi iniciada para o vodun Azansú por Gaiaku Pararasì, na Roça de Ventura. Suas primas foram iniciadas como Ekedi por Sinha Abali, também na Roça de Ventura. A avó paterna de Gaiaku chamava-se Maria Galdência da Conceição e sua bisavó era uma negra africana chamada Malakê, filha de Sàngó, que chegou a Cachoeira em torno de 1820, amar rada em um porão de navio, para ser escrava de uma branca por nome Pombinha Rosalva, que lhe batizou com o nome de Maria Felicidade da Conceição.

Gaiaku Luiza que é bisneta de africano e foi nascida e criada dentro do candomblé aonde chegou a morar dentro da Roça de Ventura. Teve contato com as velhas tias do candomblé que lhe ensinaram muita coisa. Em 1937 Gaiaku Luiza é iniciada para Oyá na nação ketu, no Ilé Ibecê Alaketu Àse Ògún Medjèdjè, do famoso Babalorixá Manoel Cerqueira de Amorin, mais conhecido como Nezinho de Ògún, ou Nezinho da Muritiba, filho-de-santo de Mãe Menininha do Gantois. Por motivos particulares, após 2 anos Gaiaku Luiza se afasta da Roça deste ilustre Babalorixá. Foi Sinhá Abali, segunda Gaiaku a governar a Roça de Ventura, quem viu que Gaiaku Luiza deveria ser iniciada no Jeje, nação de toda sua família, e não no Ketu. Assim, encarrega sua irmã-de-santo Kpòsúsì Romaninha, de sua inteira confiança, a iniciar Ga iaku Luiza no Terreiro Zòògodò Bogun Malè Hùndo, em Salvador. Em 1944, Gaiaku Luiza é iniciada na nação Jeje sendo a terceira a compor um barco de 3 vodunsìs. Seu barco foi constituído por uma Osún, um Azansú e uma Oyá.

Gaiaku Luiza foi uma das poucas Vodunsìs, na Bahia, que ousaram abrir uma roça de candomblé jeje-mahi. Isso ocorreu em 1952, num período em que não era comum tal prática dentro do culto jeje. Na época, supõe-se que existiam somente dois terreiros jeje-mahi na Bahia, que eram o Zòògodò Bogun Malè Hùndo (Terreiro do Bogun), em Salvador, e a Roça de Ventura (Sejá Hundê) , em Cachoeira. Com a autorização e participação de sua mãe-de-santo Kpòsúsì Romaninha, dona Luiza abriu um terreiro jeje-mahi, tornando-se, então, uma Gaiaku.

A iniciação de Gaiaku Luiza foi no Bogun. Ela chegou no Bogun no dia 9 de agosto de 1944 e só voltou para casa em 1945. Segundo depoimento da própria Gaiaku Luiza, quem comandava o Bogum naquela época era Gaiaku Emiliana, pertencente ao vodun Agué.

Foi nesse contexto que Gaiaku Luiza plantou o axé do Hùnkpámè Ayono Huntoloji. Ela narrava que:

“Em 1948, minha mãe Oyá começou a reclamar que não queria que batesse candomblé ali (casa no bairro da Liberdade). Ela passou a querer uma roça onde houvesse água, árvores frutíferas e que fosse perto da linha férrea. Saí procurando uma roça para comprar, mas não encontrava. No dia 2 de novembro, eu já estava saindo para minha procura, quando minha mãe carnal falou: ‘Logo hoje, minha filha, dia de finados’ Eu respondi: ‘Quem sabe, mamãe, os espíritos de luz me ajudam?’ Saímos eu e Delza sem destino, fomos parar em Almeida Brandão. Passamos por ponte, estrada de ferro e nada de encontrar. Adiante, vi uma placa, quando chegamos perto não era uma placa de venda, dizia o seguinte: prenda sua galinha que a roça tem veneno. Delza dizia: ‘Minha velha, vamos embora, esta chuviscando e não vamos acha r nada.’ Quando estávamos voltando e já estava anoitecendo, vi uma placa, mas não conseguia enxergar porque já estava escuro, chegamos mais perto e a placa era de vende-se. Descemos até o portão velho e caído, aí apareceu uma “Dan” (cobra), eu então falei: olha Delza esta roça vai ser nossa. A roça ficava num lugar chamado Cabrito. Começamos a gritar e de repente apareceu um velho, pé hoje e pé amanhã. Ele se aproximou perguntando se queríamos comprar frutas, eu respondi que queria comprar a roça. Era tanta “Dan”, que havia na roça que você pisava e sentia elas por baixo das folhas. Deixei tudo acertado com o velho e marcamos a negociação. Foi uma venda rápida. No dia 2 de novembro a roça já era minha verbalmente. O casal de velhos ainda ficou morando na roça por algum tempo. A velha, dona Maria era de Oyá e o velho era de Azansú. Mudei para a roça em 1950. Foi muito difícil morar ali, no começo. Não conhecia ninguém, sozinha ali, jog ada, morando naquela casinha de palha. Comi uma roxura! Comendo zinco e arrotando semânio. A inauguração da roça, em 1952, sob a permissão de Gaiaku Kpòsúsì Romaninha, foi com uma festa para Azansú, o dono da casa, e foi muita gente prestigiar. A roça recebeu o nome de Humpame Ayono Huntoloji.”

Em 1962, a roça é transferida para um local denominado Alto da Levada, próximo ao bairro do Caquende, na cidade de Cachoeira, onde permanece até hoje.

Em 20 de junho de 2005, Luiza Franquelina da Rocha, ou Gaiaku Luiza de Oyá faleceu, aos 96 anos de idade. Considerada uma das mais importantes sacerdotisas do culto afro-religioso jeje-mahi do Brasil e possuidora de uma sabedoria inigualável. Faleceu em Cachoeira, na sua roça, cercada de filhos-de-santo, amigos e familiares, como ela sempre quis e costuma dizer: “Mãe-de-santo tem que morrer dentro de sua roça”. Foi determinado, ainda em vida pela falecida, que a herdeira do posto de dirigente sacerdotal do terreiro seria sua sobrinha carnal, Regina Maria da Rocha. Dofona Regina - hoje chamada Gaiakú Regina Avimajesì - foi iniciada no Hùnkpámè Hùntóloji, num barco de 3 Vodunsìs, para o Vodun Avimaje.



-Texto extraído e readaptado do livro “Gaiaku Luiza e a trajetória do jeje-mahi”, escrito por Marcos Carvalho (Mejitó Marcos de Gbèsén), filho de santo de Gaiaku Luiza.