quinta-feira, 24 de junho de 2010

ADIVINHAÇÃO NO CANDOMBLÉ O QUE É VERDADE? E O QUE É MITO..

ADIVINHAÇÃO NO CANDOMBLÉ
Nós hoje estamos no século vinte e um e ainda convivemos com culturas antigas e ao estudar não acreditamos que estamos perdendo nosso tempo, queremos nos conhecer neste presente tempo buscando nossas raízes, a maior destas é saber de onde viemos e para onde estamos nos dirigindo, todas as origens apontam para algo extremamente convergente um grupo de seres que governam os elementos da Natureza.
Encontramos informações em Civilizações muito ricas como a Grego-Romana, com seus poetas, pensadores, escritores um berço largo de sabedoria que inunda as Bibliotecas de muitas universidades, não podemos deixar de citar a Egípcia a cultura que mais habita os museus do mundo, mas mesmos estás, apesar de toda a sua Civilidade não deixam de nos trazer um grande alimento para nossa imaginação de onde viemos e para onde iremos.
Dentre tantas civilizações há aquelas que não foram tão estudas por não deixarem grandes obras ou mesmo porque são meros frutos da imaginação de outros povos como citados em autores gregos (Platão) a Civilização da Atlântida, que teria sido tragada pelo grande dilúvio, que já a ciência pelo menos na região do Mediterrâneo provou ter ocorrido, mas a busca de nossa resposta vai de encontro a vestígios que estes nos deixaram e assim acabamos encontrando rastros , destes seres que na maioria podemos unificar a um denominador comum de: chamar de Deuses, em muitas Culturas existe meios de se comunicar com Eles, os gregos em sua Mitologia, “Sabiam onde eles moravam quem era seu líder, quantificavam suas qualidades e defeitos” .
Eram eles Deuses que moravam no Olímpo, seu Supremo era Júpiter ou Zeus, eles coabitavam com os homens, e lhes impunham regras de convivência, que para serem quebradas deveriam ser consultados através de um comunicador chamado Oráculo, cujo mais famoso na história Grega era o de Delfos, estes oráculos nada mais era de que um templo onde algumas pessoas se dedicavam a uma divindade no caso desta era Apolo ou Deus Sol, E assim temos muitas Civilizações se utilizando destes instrumentos de comunicação com seus Deuses: A Civilização Chinesa é uma que se manteve, durante séculos presa a costumes rígidos de uma Filosofia baseada na família e na monarquia, ela tem a sua historia registrada no I Ching, o livro sagrado, escrito por Fu Hsi, o mais antigo sábio chinês.
Este sábio já referia a outros sábios mais antigos, dos quais aprendera tudo o que desejava deixar às gerações futuras, isso ocorreu há cerca de 5.500 anos, seus ensinamentos revelavam a relação entre o homem e a criação através de sinais e figuras formadas por linhas continuadas (Yang) e descontinuas (Yin), seus Oito trigramas que, combinados, originaram os sessenta e quatro hexagramas, seguindo este mesmo critério vamos chegar aos Odus e Omo-Odu, ou seja, dos sessenta e quatro vamos os 256 que são as bases de comunicação com os Orixás, Deuses da Cultura Yoruba-Nagô que trazidos da áfrica aqui praticam sua comunicação com seus Deuses.
O que esta certa ou errada não cabe aqui ser discutido é uma questão de fórum intimo, As artes da adivinhação, incluindo a própria Ciência, não se dispõem a resolver igualmente questões de mesma natureza, e a ciência multiplica-se em inumeráveis artes, e a que vale para uns não serve para outros, em geral recorremos a uma das artes não científicas quando as artes da ciência falham, “Temos que tentar todos os meios” é uma frase bem conhecida, e ninguém é censurado se, numa situação de grande aflição, recorre à religião e a outras instituições, por exemplo, quando há alguém desenganado pela medicina.
É com certeza, a medida da eficácia da arte da cura, está no usuário e não na “qualidade” da arte e seus mistérios, a pergunta “Você acredita nisso?” é tão tola quanto perguntar a alguém se a acredita em Deus.

As artes da adivinhação são linguagens diferentes, formas de ler o mundo, exigem codificações, termos comuns, procedimentos específicos e, sobretudo, predisposição para aceitar as leis de explicação e para se submeter à interpretação, as artes dependem de um corpo de iniciados, magos, sacerdotes ou cientistas, comprometidos com o mesmo código de decifração, o charlatão está liberto disto e não tem nenhuma importância, pois a sua arte é a arte de enganar e só dependerá de sua astúcia.
Nenhuma das artes da adivinhação se sustenta, entretanto, sem uma tradição que possa ser decifrada pelos iniciados e que suporta as descobertas sucessivas que vão sendo produzido diante de cada obstáculo da decifração e incorporado à tradição original, há momentos em que a interpretação do mundo se complica de tal sorte que todo o corpo da tradição é questionado, Mudanças radicais podem ser introduzidas nas bases que sustentam o código, o Trabalho dos iniciados é incessante, artes se refazem, outras morrem. Os paradigmas mudam.
Voltemos a nossa atenção para o oráculo do Candomblé, haja, visto que refletimos que é consenso, em varias civilizações antigas e ainda usadas por certas seitas estes oráculos, e que a própria ciência pode ser vista como um oráculo, então no candomblé nada se faz sem antes consultar os Orixás através do Oráculo, entre os povos africanos o mais importante deles é o oráculo de Orunmilá ou jogo de Opelê-Ifá, atribuição religiosa dos sacerdotes de Orunmilá, chamados Babalaôs, mas também se consultam os orixás através do jogo de búzios, consagrado originalmente a Oxum, e muito difundido no Brasil, onde já não se joga o Opelê-Ifá (pelo menos eu não os conheço), há outros jogos como os lançamentos de Obí ou Orobô ou até mesmo a Lobassa (Cebola), mas estes só quando se trata de uma pergunta com a resposta simples de: “Sim ou Não”.
A modernidade tem seu oráculo na ciência, mas não deixa de se comportar como os velhos oráculos, resumindo, felicidade, riqueza, fertilidade (sexo), saúde, e vida longa sempre foram problemas que as grandes religiões da humanidade tiveram que enfrentar, primeiro elas, depois as ciências da vida e do comportamento.

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