O HENRICÃO DA CARMINHA.
Este outro fato, que comigo ocorreu é bem interessante e possuidor de outras três pessoas, Azulão, o Testa e o Branquinho, eram os apelidos de meus mais chegados amigos da juventude esta nossa amizade começou na sétima série quando fui transferido do primeiro grau da Escola Prof. Plínio Paulo Braga, para atual Prof.ª Maria Angélica Soave, na verdade nós já nos conhecíamos antes de eu mudar de escola, por conta de morarmos no mesmo bairro, mas amizade só se tornou firme quando mudei para a mesma Escola destes meus amigos.
Assim esta amizade já contava com mais de dez anos quando este fato que irei relatar ocorreu: Precisávamos de um carro para nossa saída de sábado á noite, e o jeito foi o Álvaro pedir, o fusca novinho do seu patrão o dono da farmácia, o Álvaro dispunha da confiança do patrão e ele nos emprestou o carro, tudo combinado na casa do Testa (Ronaldo), era lá que Dª Geralda melhor nos recebia, não nada de mais é que ela só possuía filhos homens (Roberto, Ronaldo e Adauto) então a bagunça era mais tolerada.
Havíamos combinado após a novela das oito, e iríamos ao Bar Tia Redonda para azar alguém, uma vez que nenhum de nós estava namorando,l á ficamos até ás 2 horas resolvemos dar um role pela cidade e nada de bom nos aconteceu, achei que tínhamos bebido demais e que era tarde para gastar em outro lugar era muito melhor tentar no domingo lá na casa do Som, todos concordaram e assim feito tomamos o caminho de casa, quando percebemos que o cigarro estava acabando, e a esta hora não vamos voltar? Disse Eu, interrompeu o Álvaro – O Bar do pinhal! , este ficava em nosso caminho, Paramos na frente e o movimento era assustador, estava com gente até do lado de fora, aquele bar não possui as melhores referências, mas o vício é maior recolhi o dinheiro do Ministre do Azulão, o Free do Álvaro e Hollywood para o Testa e esperava ter naquela pocilga o Carlton que eu fumava. Neste momento o Álvaro sai do carro e diz – Deixa comigo? Preciso urinar! Bem lhe dei os deis cruzeiros e se foi, de repente o azulão começa a discutir com o testa que não queria dar lhe um cigarro, falei – Ei o Álvaro esta demorando não? E sai do Carro, recebi uma enorme surpresa quando um negro gordo que estava à porta do bar como se fosse um segurança grita em tom de alegria “Henricão! (Henricão da Carminha!).
Algo realmente tinha acontecido, pois neste momento deu para perceber que o Álvaro esta com um problema, ele foi trazido para fora sem os cigarros e num lance que nunca entendi tomei uma atitude inesperada e disse em tom de autoridade - Cadê os caretas? Os elementos que estavam com ele se dirigiram para mim e em tom de desculpa - Henricão! Eu só queria que o mano pagasse uma birita para nós? Retruquei de imediato - Vamos logo! Quanto é? Respondeu um deles - o troco dá! Interrompi novamente já colocando a mão no peito do Gordo nós fizemos uma fita errada e os homens tão atrás da gente! E ele Dizia algo assim - Cara volta para Boca! E eu novamente já olhando o Álvaro que entrava no carro, - Agora eu estou careta Tchau!
Dentro do carro o Álvaro se recuperava do susto, Azulão e o Testa tinham ficados brancos e eu ao velos comecei a dar risadas, esta situação só foi compartilha por meus amigos quanto já estávamos na frente da casa do Álvaro, onde me interrogavam sobre este meu desempenho de ator, a bagunça estava tão boa que seu pai nos expulsou e mandou que ele entrasse. Nunca nos esquecemos deste fato, pois ser parecido com alguém é possível até que seja confundido por varias pessoas mas, neste caso ser parecido, possuir o mesmo nome, e ter o nome da mãe já é para virar um causo.
Se desta vez os orixás estavam comigo e eu acredito que sim, talvez não os tenha percebido devido ao álcool, pois quando jovem sempre fui um duro na queda, pois poucas vezes me vi vencido pela cachaça, mas graças a nossas proteções estamos vivos para contar esta emoção aos nossos filhos.
terça-feira, 13 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O PRIMEIRO CONTATO 41 ANOS ATRÁS...
O INICIO DE TUDO
Todos os fatos relatados aqui são verdadeiros, como os vividos por mim nestes anos de convivência com a espiritualidade, principalmente dentro do Candomblé, podem afirmar que fica difícil apontar qual foi o mais incrível, mas começo relatando como foi a minha entrada nesta seita.
Acabara de chegar de mais uma internação hospitalar, e meus pais resolveram encostar minha cama na janela já que eu não podia brincar, devido à grande fraqueza que a doença me causara (insuficiência cardíaca), de repente percebi que havia uma pessoa que me observava muito estranhamente, era uma senhora morena muito bem vestida com grandes argolas em suas orelhas, com muitas pulseiras, eu viria a me encontrar com esta senhora ainda naquela semana, ela procurou à vizinha Dnª Aparecida para lhe consultar sobre a religião de meus pais, descobriu que meu pai era um devoto de Nossa Senhora Aparecida, mas pouco freqüentador de igrejas, minha mãe já transitava entre a missa católica e as reuniões de mesa branca (kardecismo) e já visitara um terreiro de Umbanda levada por minha Tia Silvia, próximo ao Cemitério do Chora Menino conhecido como terreiro do Tenente Urbano.
Com estas informações ela procurou minha mãe e lhe relatou que o que eu tinha não era só um problema de saúde, e que se meus pais autorizassem, ela iria cuidar de meu problema espiritual, ela bem que tentou explicar ao meu pai que o problema era um encosto de um egum , mas ele consentiu após ela lhe explicar que o que iria acontecer era sete dias de reza em sua casa que era nossa vizinha, solicitou que para isto seria necessário: a compra de uma roupa branca e dois lençóis brancos e virgens com uma fronha.
Estes dias começaram com minha mãe me levando no colo apesar de meus nove anos a doença havia me debilitado a ponto de não conseguir andar aqueles cinqüenta metros que separavam a minha cama da esteira em que eu iria deitar, tomei um enorme susto quando adentrei naquela casa, pois defronte a porta havia um vaso com uma cabeça com pequenos chifres e um tridente de ferro cheio de sangue e coberto de penas, aliais, o nome da senhora era Dª Maria e seu oruncó (Omin Nabela), ela me conduziu a esteira que possuía um travesseiro com a fronha branca e o lençol sobre uma esteira, colocou em meu pescoço um colar feito de palha da costa chamado mocan e me ensinou a dar o Iká , pois a esteira estava de fronte ao iba de Oxum que ao seu lado estava sendo assentado o seu êre , sem que entendesse o que ocorria, ela começou a rezar em ioruba e eu comecei a sonhar e sentir meu corpo como se houvesse sido ligado em uma tomada 220 w, mas o sonho era tranqüilo, eu me aproximava de um belo lago e ficava em sua margem brincando como a um bebe muito feliz.
Quando acordei deste sonho encontrava-me todo molhado como que eu realmente estivesse adentrado naquele lago, mas era suor ela me cobriu não só com o lençol, mas com uma colcha branca que fiquei sabendo depois por minha mãe esta colcha pertencia ao enxoval da obrigação de santo de Dª Maria e que ela havia chorado quando a colocou sobre mim, me deu de beber água da quartinha e me disse que prestasse atenção em meus sonhos foi quando lhe contei o que tinha acabado de sonhar e ela riu, minha mãe me abraçou e fomos embora.
Todos os fatos relatados aqui são verdadeiros, como os vividos por mim nestes anos de convivência com a espiritualidade, principalmente dentro do Candomblé, podem afirmar que fica difícil apontar qual foi o mais incrível, mas começo relatando como foi a minha entrada nesta seita.
Acabara de chegar de mais uma internação hospitalar, e meus pais resolveram encostar minha cama na janela já que eu não podia brincar, devido à grande fraqueza que a doença me causara (insuficiência cardíaca), de repente percebi que havia uma pessoa que me observava muito estranhamente, era uma senhora morena muito bem vestida com grandes argolas em suas orelhas, com muitas pulseiras, eu viria a me encontrar com esta senhora ainda naquela semana, ela procurou à vizinha Dnª Aparecida para lhe consultar sobre a religião de meus pais, descobriu que meu pai era um devoto de Nossa Senhora Aparecida, mas pouco freqüentador de igrejas, minha mãe já transitava entre a missa católica e as reuniões de mesa branca (kardecismo) e já visitara um terreiro de Umbanda levada por minha Tia Silvia, próximo ao Cemitério do Chora Menino conhecido como terreiro do Tenente Urbano.
Com estas informações ela procurou minha mãe e lhe relatou que o que eu tinha não era só um problema de saúde, e que se meus pais autorizassem, ela iria cuidar de meu problema espiritual, ela bem que tentou explicar ao meu pai que o problema era um encosto de um egum , mas ele consentiu após ela lhe explicar que o que iria acontecer era sete dias de reza em sua casa que era nossa vizinha, solicitou que para isto seria necessário: a compra de uma roupa branca e dois lençóis brancos e virgens com uma fronha.
Estes dias começaram com minha mãe me levando no colo apesar de meus nove anos a doença havia me debilitado a ponto de não conseguir andar aqueles cinqüenta metros que separavam a minha cama da esteira em que eu iria deitar, tomei um enorme susto quando adentrei naquela casa, pois defronte a porta havia um vaso com uma cabeça com pequenos chifres e um tridente de ferro cheio de sangue e coberto de penas, aliais, o nome da senhora era Dª Maria e seu oruncó (Omin Nabela), ela me conduziu a esteira que possuía um travesseiro com a fronha branca e o lençol sobre uma esteira, colocou em meu pescoço um colar feito de palha da costa chamado mocan e me ensinou a dar o Iká , pois a esteira estava de fronte ao iba de Oxum que ao seu lado estava sendo assentado o seu êre , sem que entendesse o que ocorria, ela começou a rezar em ioruba e eu comecei a sonhar e sentir meu corpo como se houvesse sido ligado em uma tomada 220 w, mas o sonho era tranqüilo, eu me aproximava de um belo lago e ficava em sua margem brincando como a um bebe muito feliz.
Quando acordei deste sonho encontrava-me todo molhado como que eu realmente estivesse adentrado naquele lago, mas era suor ela me cobriu não só com o lençol, mas com uma colcha branca que fiquei sabendo depois por minha mãe esta colcha pertencia ao enxoval da obrigação de santo de Dª Maria e que ela havia chorado quando a colocou sobre mim, me deu de beber água da quartinha e me disse que prestasse atenção em meus sonhos foi quando lhe contei o que tinha acabado de sonhar e ela riu, minha mãe me abraçou e fomos embora.
domingo, 4 de julho de 2010
DEDICO ESTA A TIA MÃEZINHA SAUDADE DOI
Apresento também uma pagina extraída deste mesmo livro, onde se relata uma parte da criação e de seu fundador da Roça Nagô chamada de Sítio do Pai Adão, para que nos sirva de exemplo quão é importante a nossa integração não só com o nosso orixá, mas com os nossos semelhantes dentro do culto tem que ser uma família.
“Entre os pais de terreiro, Pai Adão é, sem dúvida, o mais destacado, Todos os outros o tem em conta de um grande Babalorixá, e si em voz baixa falam mal de sua importância, não é sem grande respeito com que o cumprimentam. É Filho de africano de Lagos, e tem atualmente cerca de sessenta anos. Do seu pai Herdou os fetiches que possui e se fez Babalorixá. Desejando conhecer a pátria dos seus antepassados não mediu dificuldades: Tomou um Cargueiro para Lisboa, dali outro para Las Palmas e um barco Inglês alcançou Lagos (1906) O conhecimento da Língua que lhe fora ensinada pelo seu pai lhe fez familiar a religião e permitiu que se aperfeiçoasse na Liturgia do Culto. Não se livrou contudo do sincretismo católico. Referiu-me mesmo que em Lagos, mercê da volta de muitos antigos escravos, outros mesmo libertos já de nascença, o culto Yorubano se faz assim mesclado em muitos terreiros. De volta ao recife, tempo depois, instalou o seu terreiro. Estevê antes na Bahia e em Maceió. Seu porte é o de um grande chefe, arrogante e trata os médicos do S.H.M de igual para igual. Deixa, porem, ás vezes transparecer a sua gentileza em cumprimentos Assim “Só sinto alegria e só o dia é belo quando vejo você. Etc...
Durante o dia, sentado numa velha poltrona de jacarandá, costume de brim branco muito bem engomado, fumando bons charutos, recebe os filhos de terreiro que lhe vão pedir a bênção ajoelhada ou conselhos para resolverem negócios, etc..... Julga-se um grande sacerdote, uma figura quase sagrada e não se nivela aos demais Babalorixá, os quais critica severamente pelas indiscrições em torno dos segredos do culto. Sua restrição á divulgação de assuntos ligados ao Terreiro é tal que, sendo amigo do Senhor Gilberto Freire se negou a participar do 1º Congresso Afro-Brasileiro,. Entre os diversos pais de Terreiro do Recife foi à única exceção. Na sala onde faz seu terreiro, ordinariamente é sala de jantar. Uma longa mesa bem posta, sempre convidada presentes, o ar patriarcal que inspira o ambiente é o clima em que vive Adão. Essa casa, no chapéu de Sol, linha de Beberibe, tem um Sítio esplendido, cercado de arvores frondosas. Por detrás da casa há um Iroko, Gameleira Sagrada que é venerada como santo Iroco, disse-me Adão, é o Páo encantado. A gameleira secular tem junto ao tronco montinhos de areia sobre os quais há varias quartinhas de barro cheias de água. Ali fazem sacrifícios de animais em dias determinados do ano, que não consegui saber.
Na ordem das invocações a toada de Iroco é cantada em quinto lugar no terreiro de Adão, Em poucos terreiros, nesta cidade, há semelhante adoração. Não sei si por falta de gameleira sagrada. Diversos pais de terreiro interrogados por mim respondiam evasivamente. Ao lado da casa Adão tem a sua Capela (Dedicada a Nossa Santa Ana) ali toda cheia de santos católicos, imagens e estampas no altar que toma todo o fundo da sala, bancos de madeira dispostos como se fosse a Igreja, fazem reza e terços. O mês mariano então é muito concorrido, sendo as orações tiradas por Adão.” Os orixás cultuados neste são: Exú, Ogum, Oxossi, Otim, Iroco, Oxumarê, Abaluaê, Nana, Yewá, Obá, Oxum, Yemanjá, Yamassí, Dadá, Baìanênyn, Onanminhã(pai de xangô), Xerê, Xangô, Oyá ou Yamessan, Orixá-lá, .
E Falando sobre Exú, divindade inquietante, disse-me Adão: “Falam que nas seitas africanas se faz bruxaria adorando o diabo. Isto não é verdade. Bruxaria assim quem faz não é o negro, e o Portugues e o Índio. Veja: donde é que vem o livro da Feiticeira e o Livro de São Cipriano? Nos não adoramos o Diabo. É verdade que temos Exú, que foi como um anjo que se perverteu, justamente como na religião Católica, que representa a mesma coisa nossa para o Branco. Mas não adoramos Exú procuramos é satisfazê-lo, acalmá-lo, para que ele não venha atrapalhar as coisas, não nos faça mal.”
Agora vou abrir detalhadamente as minhas experiências dentro deste culto, sendo alguns que vivi sozinho e outros acompanhados e alguns que ouvi de outros, mas todos relacionados a
“Entre os pais de terreiro, Pai Adão é, sem dúvida, o mais destacado, Todos os outros o tem em conta de um grande Babalorixá, e si em voz baixa falam mal de sua importância, não é sem grande respeito com que o cumprimentam. É Filho de africano de Lagos, e tem atualmente cerca de sessenta anos. Do seu pai Herdou os fetiches que possui e se fez Babalorixá. Desejando conhecer a pátria dos seus antepassados não mediu dificuldades: Tomou um Cargueiro para Lisboa, dali outro para Las Palmas e um barco Inglês alcançou Lagos (1906) O conhecimento da Língua que lhe fora ensinada pelo seu pai lhe fez familiar a religião e permitiu que se aperfeiçoasse na Liturgia do Culto. Não se livrou contudo do sincretismo católico. Referiu-me mesmo que em Lagos, mercê da volta de muitos antigos escravos, outros mesmo libertos já de nascença, o culto Yorubano se faz assim mesclado em muitos terreiros. De volta ao recife, tempo depois, instalou o seu terreiro. Estevê antes na Bahia e em Maceió. Seu porte é o de um grande chefe, arrogante e trata os médicos do S.H.M de igual para igual. Deixa, porem, ás vezes transparecer a sua gentileza em cumprimentos Assim “Só sinto alegria e só o dia é belo quando vejo você. Etc...
Durante o dia, sentado numa velha poltrona de jacarandá, costume de brim branco muito bem engomado, fumando bons charutos, recebe os filhos de terreiro que lhe vão pedir a bênção ajoelhada ou conselhos para resolverem negócios, etc..... Julga-se um grande sacerdote, uma figura quase sagrada e não se nivela aos demais Babalorixá, os quais critica severamente pelas indiscrições em torno dos segredos do culto. Sua restrição á divulgação de assuntos ligados ao Terreiro é tal que, sendo amigo do Senhor Gilberto Freire se negou a participar do 1º Congresso Afro-Brasileiro,. Entre os diversos pais de Terreiro do Recife foi à única exceção. Na sala onde faz seu terreiro, ordinariamente é sala de jantar. Uma longa mesa bem posta, sempre convidada presentes, o ar patriarcal que inspira o ambiente é o clima em que vive Adão. Essa casa, no chapéu de Sol, linha de Beberibe, tem um Sítio esplendido, cercado de arvores frondosas. Por detrás da casa há um Iroko, Gameleira Sagrada que é venerada como santo Iroco, disse-me Adão, é o Páo encantado. A gameleira secular tem junto ao tronco montinhos de areia sobre os quais há varias quartinhas de barro cheias de água. Ali fazem sacrifícios de animais em dias determinados do ano, que não consegui saber.
Na ordem das invocações a toada de Iroco é cantada em quinto lugar no terreiro de Adão, Em poucos terreiros, nesta cidade, há semelhante adoração. Não sei si por falta de gameleira sagrada. Diversos pais de terreiro interrogados por mim respondiam evasivamente. Ao lado da casa Adão tem a sua Capela (Dedicada a Nossa Santa Ana) ali toda cheia de santos católicos, imagens e estampas no altar que toma todo o fundo da sala, bancos de madeira dispostos como se fosse a Igreja, fazem reza e terços. O mês mariano então é muito concorrido, sendo as orações tiradas por Adão.” Os orixás cultuados neste são: Exú, Ogum, Oxossi, Otim, Iroco, Oxumarê, Abaluaê, Nana, Yewá, Obá, Oxum, Yemanjá, Yamassí, Dadá, Baìanênyn, Onanminhã(pai de xangô), Xerê, Xangô, Oyá ou Yamessan, Orixá-lá, .
E Falando sobre Exú, divindade inquietante, disse-me Adão: “Falam que nas seitas africanas se faz bruxaria adorando o diabo. Isto não é verdade. Bruxaria assim quem faz não é o negro, e o Portugues e o Índio. Veja: donde é que vem o livro da Feiticeira e o Livro de São Cipriano? Nos não adoramos o Diabo. É verdade que temos Exú, que foi como um anjo que se perverteu, justamente como na religião Católica, que representa a mesma coisa nossa para o Branco. Mas não adoramos Exú procuramos é satisfazê-lo, acalmá-lo, para que ele não venha atrapalhar as coisas, não nos faça mal.”
Agora vou abrir detalhadamente as minhas experiências dentro deste culto, sendo alguns que vivi sozinho e outros acompanhados e alguns que ouvi de outros, mas todos relacionados a
terça-feira, 29 de junho de 2010
A MODERNIDADE NÃO PODE MUDAR OS ALICERCES DE UMA CULTURA SECULAR...
A de se salientar que tem um livro (Xangôs do Nordeste, cujo o Autor Gonçalves Fernandes) que menciona que já em 1932 onde as casas tinham que ser autorizadas pela Policia e pelo Departamento de saúde Mental, e onde deveriam possuir suas normas por escrito e bem a mão citarei aqui um exemplo desta época em que calculo não estar desatualizado apesar dos 76 anos que nos separam e o texto é original sem qualquer correção ortográfica:
SEITA AFRICANA SANTA BARBARA - FUNDADA EM 21 DE AGOSTO DE 1931.
Compromisso para os filhos: Art° 1º - Para ser filho desta seita e preciso: § 1º Estar em pleno goso social. § 2º - Não ter nodoa que desabone sua conduta moral e social e não sofrer moléstias contagiosas. § com seus superiores, Paes , Maridos e etc. Art° 2º - Ser Proposto por um filho da seita ou em reunião julgado pelos demais filhos. § 1º O Orsé da sexta-feira é obrigatório para todos os filhos; os filhos faltarem sem motivo justificado são multados em Rs.500 réis, cuja multa não há perdão, sem excepção. § 2º - Nas mesmas condições os que faltarem as obrigações e aos toques. § 3º - É dever dos filhos serem unidos respeitar uns aos outros, terem ordem quer em dias de obrigações , diversas e nos demais dias. Artº 3º - É dever dos filhos fazerem odobalé nos pés de seu Babalorixá e Ialourixá, e dar Baxuxú aos irmãos mais velhos quando chegarem e na ocasião de dansar. § 1º - Ajudar a cantar e estar sempre em atividade, junto com mai pequena. § 2º - Comprar seus trajes de acordo com as cores do seu anjo de guarda. § 3º - Não fumar no salão quando estiver em obrigações, ou diversões e evitar bebidas alcoólicas. Artº 4º - Os filhos desta seita não poderão compartilhar em outra, quer em obrigações ou diversões a não ser com a autorização do seu superior. § 1º - Os que não cumprirem, serão punidos. § 2º - É dever dos filhos, serem constantes na seita, com especialidade nos dias de quinta, sexta, sábado e domingo, e os demais dias que for necessário. § 3º - Trazerem suas cotas marcadas, pagarem suas multas quando acharem em falta, trazerem velas, arroz e o necessário para os seus anjos de guarda. Artº 5º - As datas comemoradas por esta seita: 1 e 20 de janeiro, 1,6,13, e 24 de junho, último domingo de julho, 27 e 30 de setembro, 21 e 24 de agosto, de 4 a 25 de dezembro, 23 de abril, 19 de março e o mês de maio, e os demais são extraordinários. Artº 6º - Os filhos, desta seita tem que terem paciência com todos, tratar bem e com bons modos os crentes, evitar com delicadeza os abusos dos apreciadores. § 1º - Terem crença, fé e gosto com os encantos, cumprirem os preceitos da lei. § 2º - Trajarem branco nos dias de sexta feira, não comerem carne, e não adulterar da quinta para sexta, e nem nos dias de obrigações . § 3º - Os filhos e filhas que desrespeitarem os Artº e parágrafos deste compromisso serão punidos de acordo com as suas faltas. Artº 7º - É dever dos filhos e filhas, respeitar, e fazer respeitar as salvações de Eamesan, Xangôu, Orixalá, Obaluaê, sendo que no anjo de guarda dos paes, e de Eamesan, cumpre o que manda o Artº 3º.
Ass. José Gomes da Silva, Babalourixá. Celina Anunciada da Silva, Ialourixá. Alzira Francisca Mendes, Mãe Pequena. José Vieira Passos, Tacipa.
Como vocês podem ver as normas e costumes de nossa seita permanecem, pois uma família precisa destas normas aqui colocadas: respeito aos orixás, aos nossos antepassados e seus costumes, aos nossos pais e irmãos mais velhos, as contribuições que devemos doar são para nossa manutenção e de nossa Casa, Foi desta maneira e com estas normas que nossa seita chegou até nossos dias e observe que estou buscando estes dados em um livro, portanto sabendo que nossa crença é puramente de transmissão oral dá para supor que estas normas são muito mais velhas que ora se apresentam nestes 76 anos “Epárrei Belo ia”.
SEITA AFRICANA SANTA BARBARA - FUNDADA EM 21 DE AGOSTO DE 1931.
Compromisso para os filhos: Art° 1º - Para ser filho desta seita e preciso: § 1º Estar em pleno goso social. § 2º - Não ter nodoa que desabone sua conduta moral e social e não sofrer moléstias contagiosas. § com seus superiores, Paes , Maridos e etc. Art° 2º - Ser Proposto por um filho da seita ou em reunião julgado pelos demais filhos. § 1º O Orsé da sexta-feira é obrigatório para todos os filhos; os filhos faltarem sem motivo justificado são multados em Rs.500 réis, cuja multa não há perdão, sem excepção. § 2º - Nas mesmas condições os que faltarem as obrigações e aos toques. § 3º - É dever dos filhos serem unidos respeitar uns aos outros, terem ordem quer em dias de obrigações , diversas e nos demais dias. Artº 3º - É dever dos filhos fazerem odobalé nos pés de seu Babalorixá e Ialourixá, e dar Baxuxú aos irmãos mais velhos quando chegarem e na ocasião de dansar. § 1º - Ajudar a cantar e estar sempre em atividade, junto com mai pequena. § 2º - Comprar seus trajes de acordo com as cores do seu anjo de guarda. § 3º - Não fumar no salão quando estiver em obrigações, ou diversões e evitar bebidas alcoólicas. Artº 4º - Os filhos desta seita não poderão compartilhar em outra, quer em obrigações ou diversões a não ser com a autorização do seu superior. § 1º - Os que não cumprirem, serão punidos. § 2º - É dever dos filhos, serem constantes na seita, com especialidade nos dias de quinta, sexta, sábado e domingo, e os demais dias que for necessário. § 3º - Trazerem suas cotas marcadas, pagarem suas multas quando acharem em falta, trazerem velas, arroz e o necessário para os seus anjos de guarda. Artº 5º - As datas comemoradas por esta seita: 1 e 20 de janeiro, 1,6,13, e 24 de junho, último domingo de julho, 27 e 30 de setembro, 21 e 24 de agosto, de 4 a 25 de dezembro, 23 de abril, 19 de março e o mês de maio, e os demais são extraordinários. Artº 6º - Os filhos, desta seita tem que terem paciência com todos, tratar bem e com bons modos os crentes, evitar com delicadeza os abusos dos apreciadores. § 1º - Terem crença, fé e gosto com os encantos, cumprirem os preceitos da lei. § 2º - Trajarem branco nos dias de sexta feira, não comerem carne, e não adulterar da quinta para sexta, e nem nos dias de obrigações . § 3º - Os filhos e filhas que desrespeitarem os Artº e parágrafos deste compromisso serão punidos de acordo com as suas faltas. Artº 7º - É dever dos filhos e filhas, respeitar, e fazer respeitar as salvações de Eamesan, Xangôu, Orixalá, Obaluaê, sendo que no anjo de guarda dos paes, e de Eamesan, cumpre o que manda o Artº 3º.
Ass. José Gomes da Silva, Babalourixá. Celina Anunciada da Silva, Ialourixá. Alzira Francisca Mendes, Mãe Pequena. José Vieira Passos, Tacipa.
Como vocês podem ver as normas e costumes de nossa seita permanecem, pois uma família precisa destas normas aqui colocadas: respeito aos orixás, aos nossos antepassados e seus costumes, aos nossos pais e irmãos mais velhos, as contribuições que devemos doar são para nossa manutenção e de nossa Casa, Foi desta maneira e com estas normas que nossa seita chegou até nossos dias e observe que estou buscando estes dados em um livro, portanto sabendo que nossa crença é puramente de transmissão oral dá para supor que estas normas são muito mais velhas que ora se apresentam nestes 76 anos “Epárrei Belo ia”.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
QUE ESTEJAMOS CERTO DESTA VERDADE, POIS ACREDITANDO EM SONHOS E QUE REALIZAMOS A REALIDADES
O CULTO DOS ÉGUN
Os Nagôs são as “Nações da África Ocidental” que causaram as maiores impressões culturais na Bahia. Foram os portadores de uma tradição cuja riqueza derivou das culturas individuais dos diferentes reinos de que provinham, eles trouxeram para o Brasil suas tradições e costumes, suas estruturas hierárquicas, no plano secular e religioso, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, música, literatura oral e mitologia. Acima de tudo sua religião.
Estes possuíam um bem apurado sistema de Culto aos seus ancestrais com belos ritos funerários e elaborados. Até hoje seguem cultuando não somente os ancestrais familiares, como também as grandes personalidades que fundaram os cultos na Bahia. Estas últimas, conhecidas pelo nome Ésà, são os primeiros ancestrais coletivos dos afro-brasileiros. São venerados durante o iPadê , e “assentados” , juntamente com outros ilustres mortos da seita em uma casa especial. Esta casa recebe o nome de Ilê-Ibô-Akú e fica afastada dos outros templos onde se cultua os Orixás.
Estes ancestrais que assumem formas corporais constituem os Égun ou Egungún, foi em torno destes Éguns, originários da África e trazidos para o Brasil, que se formaram os grupos de culto, os quais tiveram como contrapartida na África o culto dos Egúngúm. Deixa claro os bens organizados Terreiros de cultos aos ancestrais na Bahia, isto nos leva a duas deduções importantes:
a) Certeza quanto a origem geográfica e cultural de algumas nações que se fizeram representar na Bahia. É fato muito conhecido que o culto dos Égúngúns é especialmente forte entre os territórios Yorùbás das regiões habitadas pelos Òyó, os Égbá e os Égbadó, pois nestas mesmas se cultuavam com excelência o Orixá Xangô assim como aqui na Bahia se procedeu.
b) Nossa segunda dedução baseia-se nos estudos publicados por vários autores, relativos ao conceito da morte entre os iorubas, suas conclusões, em geral, são igualmente aplicáveis aos descendentes dos iorubas na Bahia. Apesar de os ritos funerários constituírem aspectos importantes da atividades dos Égúngún, não possu material de maior profundidade.
A cronologia dos terreiros de culto a ègún aparece na Bahia apontado por Nina Rodrigues por volta do ano de 1896 . A tradição oral, entretanto, permite-nos assinalar a presença dos égúngun na Bahia em época muito anterior a esta data apontada por este historiador pois a provas de origem de vários ‘Terreiros” fundados por africanos nos primeiros decênios do século XIX . ei los:
Terreiro de Vera Cruz, situado no povoado de Veracruz, a mais antiga paróquia da ilha de Itaparica, era dedicado ao culto dos Égúngún. Fundado por um africano de nome Tio Serafim que trouxera o égún de seu próprio pai e seu nome é Égún Okulele, Tio Serafim morreu com mais de cem anos entre 1905 e 1910 dizem que fundou este ainda muito jovem.
O Terreiro de Mocambo: foi também fundado na ilha de Itaparica, na propriedade denominada Mocambo, onde havia um grande numero de escravos. Seu chefe foi Marcos Pimentel conhecido como Marcos o Velho afim de diferenciá-lo de seu filho do mesmo nome, o qual, continuando a tradição da família , fundou um dos Terreiros de ègún mais importante da Bahia. Dizem que eles voltaram a áfrica e se aprimoraram no culto aos ancestrais e de lá trouxeram o “assentamento” do Égún Olúkótún, considerado como um dos ancestrais da verdadeira raça Yorubá. Fundaram em seguida o Terreiro de Tuntum, e conta uma história que Marcos o Velho era muito poderoso e tivera provocado a morte de uma pessoa e foi condenado á morte por tradição popular por um grupo de velhos africanos proeminentes, após sua morte e todos os ritos realizados seu espírito foi invocado como um égún. É cultuado ainda em nossos dias sob o nome de Baba Sóadè. Este terreiro sumiu por volta de 1935.
Houve o Terreiro da Encarnação também na ilha de Itaparica, há onde fora envocado pela primeira vez no Brasil o ègúm Baba Agbóulá um dos patriarcas da raça ioruba, entre os sacerdotes membros deste terreiro um dos mais destacados foi o Ójè Gregório , seu sobrinho, homem idoso continua a cultuar Égún Baba Agbóulá, que fora o principal ancestral do Terreiro da Encarnação.
O Terreiro do Corta Braço, estava situado no subúrbio da cidade de Salvador, no atual Bairro da Liberdade, quase todos seus membro eram africanos, seu Ójè era Tio òpé de nome João Boa Fama (homem de muitas histórias) que muito mais tarde juntamente com decendentes de Tio Marcos e Tio Serafim fundaram o Terreiro Ilê Agbóulá, que ainda existe em Ponta de Areia.
Há um dos muitos mitos, atribuídos a criação da Sociedade secreta dos Égúgún e como foi criada ela faz parte do Odú-Éji-Ologbon, onde narra Histórias que passaram de pai para filho, que a Sociedade secreta dos Égun, o culto dos espíritos e dos ancestrais, foi criada de acordo com a seguinte lenda:
“No começo do mundo, as mulheres intimidavam os homens desse tempo e faziam deles o que bem entediam. Devido a esta razão, Oya (Mais conhecida nos cultos afro-brasileiros sob o nome de Iyánsan) foi a primeira a inventar o segredo ou a maçonaria dos Égúngún sob todos os seus aspectos. Assim, quando as mulheres queriam humilhar seus maridos, encontravam-se em uma encruzilhada, sob o comando de Iyánsan. Ela já estava ali com um grande macaco que havia treinado, vestido com roupas apropriadas, junto ao tronco de um igi (árvore). O animal faria tudo o que fosse determinado por Iansã, por meio de uma vara que ela brandia, conhecida pelo nome de ísán. Após uma cerimônia especial, o maçado aparecia e demonstrava suas habilidades, sob as ordens de Iyãnsan. Isso se passava diante dos homens, que fugiam aterrorizados com aquela aparição. Finalmente, um dia os homens decidiram tomar medidas a fim de por um ponto final naquela vergonha de viver sob os domínios das mulheres, como vinha acontecendo. Decidiram, portanto, ir até a casa de Orúmilá (Deus do Oráculo Ifá) a fim de consultar Ifá e saber o que poderiam fazer para remediar a situação.
Apo´s consultarem o oráculo, Orúmilá explicou-lhes tudo o que estava acontecendo e o que deveriam fazer. Em seguida mandou Ógún fazer uma oferenda, ebó de galos, uma vestimenta, uma espada e um chapéu usado, colocados na encruzilada, ao pé da referida árvore, antes que as mulheres se reunissem. Em seguida, Ógún pôs a vestimenta, o chapéu e empunhou a espada. Mais tarde naquele mesmo dia, quando as mulheres chegarame se reuniram para celebrar os ritos habituais, apareceu subitamente diante delas uma forma aterrorizante. A aparição era tão apavorante, que a própria Iyãnsan, que liderava as mulheres, foi a primeira a fugir. Devido á força e ao poder que possuía, desapareceu para sempre da face da terra. Desde essa época, os homens domesticara as mulheres e são os senhores absolutos do Culto. Proibiram e continuam proibindoqualquermulherdeparticipardosegredo de qualquer sociedade do tipo maçônico. Mas, como diz o ditado, é a exceção faz a regra. Aqueles casos muitos raros ocorridos anteriormente Yoruá, em qualquer permite a participação das mulheres, continuam a existir em circunstãnciaexcepicionais.Isto explica a razão pela qual Iuânsan Oya é cultuada e venerada por todos na qualidade de Rainha e fundadora da sociedade secreta do Égúngún na terra Este mito também enfatiza a prioridade do poder feminino.
Na Bahia, no Terreiro de Égun, Oya-Igbalé é cultuada em um “assento”especial, um lugar normalmente destinado à celebração dos ritos privados dos ègun. Recebe oferendas em ocasiões predeterminadas e é cultuada nas cantigas e saudações. Seu Oriki é cantado sempre que ocorrem comemorações de grande importância .
Os òjés sentem por ela grande respeito. Adé-Ígbálè, a coroa de ìgbálè é portanto a rainha de ìgbàlé, é um dos nomes através do qual é conhecida. Um dos oriki define nitidamente a extensão de sua participação e seu papel no culto:
Forma oral Forma analítica
1) Oya Ìgbàlè Oya (Ì)gbàlè Oya Ìgbàlè
2) AlákòKo Alá(aa)KòKo Senhora do “assento” do Égun
3) Abiya LòKè Abiya(mon)Lòkè Herdeira dos altos lugares
4) Oni Láwa Oni(aso)Láwa Senhora das tiras de pano
Este oríki transmite a seguinte informação: na linha (2) somos informados que Oya ÌgbàLè é a senhora do òpákòkô, tronco da árvore àkòko, encravada na terra, a qual é o lugar do “assento” dos ancestrais alinha (3) diz que Oya Ìgbàlè é a senhora dos altos lugares. Esta referencia é feita à maneira pela qual ela conttrola o vento que sopra sobre os telhados, expressando portanto o lado agressivo de sua natureza. Este aspecto de Oya é complementado pelos seguintes dizeres:
a) Aféfé ikú – Vento da morte
b) EfùFùlèlè ti dá gi L’okè l’okè – A rajada de vento que se abate as árvores desde o cimo.
A linha (4) informa que Oya é a senhora das tiras de pano, expressão simbólica dos trajes característicos dos Baba-Égun.
Já foi dito que os Ará-òrun são também chamados na áfrica Àwon-ará-ilé habitantes da terra. São cultuados coletivamente em um lugar especial. Trata-se de um montículo de terra, ao ar livre, no topo do qual se introduz um galho de árvore especialmente preparado para tal finalidade. Este lugar é denominado Onílè é o representante coletivo dos ancestrais. Deve ser sempre o primeiro a ser cultuado e o primeiro a receber as oferendas. É também o primeiro a ser invocado. Na Bahia e na áfrica Ocidental os ritos dos Ègun são iniciados por uma homenagem prestada a ele:
1) Onílè ibà re Onílè, sois venerado
2) Onílè mo juba Onílè apresento-vos meus humildes respeitos.
Os ancestrais também recebem o nome de Imoles e são cultuados ao pé de Onílè Diz-se por esta razão que Onílè esta sempre acompanhado pelos Imole e é tido como deus da justiça.
Os juramentos são prestados e os acordos são feitos em seu nome, seus pronunciamentos são aceitos sem apelação. Acredita-se que imole seja extremamente severo em relação aos castigos que inflige àqueles que não cumpriram as promessas feitas em seu nome.
Finalmente, Ésú e òsányin são duas entidades também cultuadas pelos elegúngún. Ésù tem o dom da ubiqüidade. Move-se através do mundo dos vivos e dos mortos. Os mitos atribuem-lhe o papel de inspetor geral e referem-se ao modo pelo qual os sacrifícios e ritos devem ser conduzidos. Ele é o portador de todos os pedidos e supervisiona e informa Olòrum (O Deus Supremo) no que diz respeito a todas as oferendas. Uma análise detalhada de Ésú permite uma comparação entre entre suas características e as dos ancestrais. Ele também representa o poder dos ancestrais e encarna um de seus aspectos mais importantes: A continuidade da vida. Este último aspecto torna Ésú uma entidade propiciatória, a exemplo dos ancestrais e, juntamente com Onílè e Imole, ele tem prioridade nas invocações e sacrifícios. É “assentado” ao ar livre e protege a entrada das casas, povoados e aldeias.
Pode também ter seus “assentos” no interior das casas e nesse caso eles são preparados com múltiplos elementos, que algumas vezes podem assumir formas antropomórficas peculiares. Devido a suas qualidades ligadas a sexualidade. O pade é o nome de um rito especial, durante o qual uma oferenda propiciatória (denominado de Ipade em Yorubá) é levado para fora afim de invocar todos os ancestrais masculinos e femininos, juntamente com Exu e os demais espíritos, a fim de que eles venham receber os conteúdos de tal oferrenda, cujos componentes são simbólicos e destinados a satisfazer as entidades invocadas e delas obter os benefícios desejados, que significa que não interfiram na cerimônia.
Este ritual é levado a efeito naqueles terreiros onde os Orixás são cultuados. Toma-se o maior cuidado para que durante a invocação dos Orixás não haja interferência de seres não deificados. Da mesma forma nos terreiros antes do inicio do Ásésé, ritos funerários, o pade é realizado a fim de propiciar a realização do ritual de “assentamento” do novo espírito e sobre tudo afim de permitir que ele transcorra sem interferências. Por outro lado, no Terreiro dos Égun, onde os ancestrais são invocados, o despacho do pade não é necessário. De fato, a cerimônia do pade, de tamanha importância nas casa de culto dos Orixás, não constitui parte da liturgia do culto dos Ègun. Observe esta cantiga entoada na áfrica nos festivais dos Égúngúm:
1) ègúngún L’ a a n’se Estamos venerando Ègúngún
2) Àwa o s’òòsà Não estamos venerando os òrisà
3) K’aláso Funfun Aqueles vestidos com roupas brancas (que cultuam os òrisá)
4) Kúro L’agbo wa Devem manter-se afastados de nosso círculo.
Vamos resaltar aqui que o Ègúngún desempenha todas as funções de um Babalawo, quanto a revelação dos problemas apontando as soluções que os Kauris o Opele lhe indica, o égúngún é a voz direta do antepassado e sua voz e sacrosanta. Responde a todos os que vem consulta-lo, dando conselhos, decidindo questões legais, ordenando sacrifícios a serem feitos, prescrevendo ritos a serem executados e diferentes tipos de purificação. Na maioria da prescrições, o emprego das folhas é indicado, o que também ocorre em todos os tipos de iniciação ao culto. Dado que òsanyin é o senhor de todas as folhas, o padroeiro da medicina, sua participação nos terreiros de ègún e essencial.
Em suma, pode se dizer que em uma casa de culto ao ègun não só eles são venerados, como também Onìlé, Imole, Oya-Ìgbnalé, Exu e Ossaym.
Para definirmos oque aprendemos nestas pesquisas é que este culto quase desaparecido, possui uma essência primordia, pois nos deixa claro a sua instente busca da continuidade da vida seja ela em que estagio esteja e a onde estiver, a vida e a morte é um acontecimento que fluí initerruptamente. A vida e a morte:
Òkàn naà ni Ambas são idênticas
De fato estão eles seguros de sua imortalidade, de que são revestidos, graças ao pacto que celebrarm com a terra durante sua iniciação, serão recordados e venerados como pais ancestrais. Serão na morte, como eram em vida, os representantes inconstestes e indisputáveis da imortalidade, símbolos e memória das suas origens de sua raça.
Axé a nós todos que cremos.
Os Nagôs são as “Nações da África Ocidental” que causaram as maiores impressões culturais na Bahia. Foram os portadores de uma tradição cuja riqueza derivou das culturas individuais dos diferentes reinos de que provinham, eles trouxeram para o Brasil suas tradições e costumes, suas estruturas hierárquicas, no plano secular e religioso, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, música, literatura oral e mitologia. Acima de tudo sua religião.
Estes possuíam um bem apurado sistema de Culto aos seus ancestrais com belos ritos funerários e elaborados. Até hoje seguem cultuando não somente os ancestrais familiares, como também as grandes personalidades que fundaram os cultos na Bahia. Estas últimas, conhecidas pelo nome Ésà, são os primeiros ancestrais coletivos dos afro-brasileiros. São venerados durante o iPadê , e “assentados” , juntamente com outros ilustres mortos da seita em uma casa especial. Esta casa recebe o nome de Ilê-Ibô-Akú e fica afastada dos outros templos onde se cultua os Orixás.
Estes ancestrais que assumem formas corporais constituem os Égun ou Egungún, foi em torno destes Éguns, originários da África e trazidos para o Brasil, que se formaram os grupos de culto, os quais tiveram como contrapartida na África o culto dos Egúngúm. Deixa claro os bens organizados Terreiros de cultos aos ancestrais na Bahia, isto nos leva a duas deduções importantes:
a) Certeza quanto a origem geográfica e cultural de algumas nações que se fizeram representar na Bahia. É fato muito conhecido que o culto dos Égúngúns é especialmente forte entre os territórios Yorùbás das regiões habitadas pelos Òyó, os Égbá e os Égbadó, pois nestas mesmas se cultuavam com excelência o Orixá Xangô assim como aqui na Bahia se procedeu.
b) Nossa segunda dedução baseia-se nos estudos publicados por vários autores, relativos ao conceito da morte entre os iorubas, suas conclusões, em geral, são igualmente aplicáveis aos descendentes dos iorubas na Bahia. Apesar de os ritos funerários constituírem aspectos importantes da atividades dos Égúngún, não possu material de maior profundidade.
A cronologia dos terreiros de culto a ègún aparece na Bahia apontado por Nina Rodrigues por volta do ano de 1896 . A tradição oral, entretanto, permite-nos assinalar a presença dos égúngun na Bahia em época muito anterior a esta data apontada por este historiador pois a provas de origem de vários ‘Terreiros” fundados por africanos nos primeiros decênios do século XIX . ei los:
Terreiro de Vera Cruz, situado no povoado de Veracruz, a mais antiga paróquia da ilha de Itaparica, era dedicado ao culto dos Égúngún. Fundado por um africano de nome Tio Serafim que trouxera o égún de seu próprio pai e seu nome é Égún Okulele, Tio Serafim morreu com mais de cem anos entre 1905 e 1910 dizem que fundou este ainda muito jovem.
O Terreiro de Mocambo: foi também fundado na ilha de Itaparica, na propriedade denominada Mocambo, onde havia um grande numero de escravos. Seu chefe foi Marcos Pimentel conhecido como Marcos o Velho afim de diferenciá-lo de seu filho do mesmo nome, o qual, continuando a tradição da família , fundou um dos Terreiros de ègún mais importante da Bahia. Dizem que eles voltaram a áfrica e se aprimoraram no culto aos ancestrais e de lá trouxeram o “assentamento” do Égún Olúkótún, considerado como um dos ancestrais da verdadeira raça Yorubá. Fundaram em seguida o Terreiro de Tuntum, e conta uma história que Marcos o Velho era muito poderoso e tivera provocado a morte de uma pessoa e foi condenado á morte por tradição popular por um grupo de velhos africanos proeminentes, após sua morte e todos os ritos realizados seu espírito foi invocado como um égún. É cultuado ainda em nossos dias sob o nome de Baba Sóadè. Este terreiro sumiu por volta de 1935.
Houve o Terreiro da Encarnação também na ilha de Itaparica, há onde fora envocado pela primeira vez no Brasil o ègúm Baba Agbóulá um dos patriarcas da raça ioruba, entre os sacerdotes membros deste terreiro um dos mais destacados foi o Ójè Gregório , seu sobrinho, homem idoso continua a cultuar Égún Baba Agbóulá, que fora o principal ancestral do Terreiro da Encarnação.
O Terreiro do Corta Braço, estava situado no subúrbio da cidade de Salvador, no atual Bairro da Liberdade, quase todos seus membro eram africanos, seu Ójè era Tio òpé de nome João Boa Fama (homem de muitas histórias) que muito mais tarde juntamente com decendentes de Tio Marcos e Tio Serafim fundaram o Terreiro Ilê Agbóulá, que ainda existe em Ponta de Areia.
Há um dos muitos mitos, atribuídos a criação da Sociedade secreta dos Égúgún e como foi criada ela faz parte do Odú-Éji-Ologbon, onde narra Histórias que passaram de pai para filho, que a Sociedade secreta dos Égun, o culto dos espíritos e dos ancestrais, foi criada de acordo com a seguinte lenda:
“No começo do mundo, as mulheres intimidavam os homens desse tempo e faziam deles o que bem entediam. Devido a esta razão, Oya (Mais conhecida nos cultos afro-brasileiros sob o nome de Iyánsan) foi a primeira a inventar o segredo ou a maçonaria dos Égúngún sob todos os seus aspectos. Assim, quando as mulheres queriam humilhar seus maridos, encontravam-se em uma encruzilhada, sob o comando de Iyánsan. Ela já estava ali com um grande macaco que havia treinado, vestido com roupas apropriadas, junto ao tronco de um igi (árvore). O animal faria tudo o que fosse determinado por Iansã, por meio de uma vara que ela brandia, conhecida pelo nome de ísán. Após uma cerimônia especial, o maçado aparecia e demonstrava suas habilidades, sob as ordens de Iyãnsan. Isso se passava diante dos homens, que fugiam aterrorizados com aquela aparição. Finalmente, um dia os homens decidiram tomar medidas a fim de por um ponto final naquela vergonha de viver sob os domínios das mulheres, como vinha acontecendo. Decidiram, portanto, ir até a casa de Orúmilá (Deus do Oráculo Ifá) a fim de consultar Ifá e saber o que poderiam fazer para remediar a situação.
Apo´s consultarem o oráculo, Orúmilá explicou-lhes tudo o que estava acontecendo e o que deveriam fazer. Em seguida mandou Ógún fazer uma oferenda, ebó de galos, uma vestimenta, uma espada e um chapéu usado, colocados na encruzilada, ao pé da referida árvore, antes que as mulheres se reunissem. Em seguida, Ógún pôs a vestimenta, o chapéu e empunhou a espada. Mais tarde naquele mesmo dia, quando as mulheres chegarame se reuniram para celebrar os ritos habituais, apareceu subitamente diante delas uma forma aterrorizante. A aparição era tão apavorante, que a própria Iyãnsan, que liderava as mulheres, foi a primeira a fugir. Devido á força e ao poder que possuía, desapareceu para sempre da face da terra. Desde essa época, os homens domesticara as mulheres e são os senhores absolutos do Culto. Proibiram e continuam proibindoqualquermulherdeparticipardosegredo de qualquer sociedade do tipo maçônico. Mas, como diz o ditado, é a exceção faz a regra. Aqueles casos muitos raros ocorridos anteriormente Yoruá, em qualquer permite a participação das mulheres, continuam a existir em circunstãnciaexcepicionais.Isto explica a razão pela qual Iuânsan Oya é cultuada e venerada por todos na qualidade de Rainha e fundadora da sociedade secreta do Égúngún na terra Este mito também enfatiza a prioridade do poder feminino.
Na Bahia, no Terreiro de Égun, Oya-Igbalé é cultuada em um “assento”especial, um lugar normalmente destinado à celebração dos ritos privados dos ègun. Recebe oferendas em ocasiões predeterminadas e é cultuada nas cantigas e saudações. Seu Oriki é cantado sempre que ocorrem comemorações de grande importância .
Os òjés sentem por ela grande respeito. Adé-Ígbálè, a coroa de ìgbálè é portanto a rainha de ìgbàlé, é um dos nomes através do qual é conhecida. Um dos oriki define nitidamente a extensão de sua participação e seu papel no culto:
Forma oral Forma analítica
1) Oya Ìgbàlè Oya (Ì)gbàlè Oya Ìgbàlè
2) AlákòKo Alá(aa)KòKo Senhora do “assento” do Égun
3) Abiya LòKè Abiya(mon)Lòkè Herdeira dos altos lugares
4) Oni Láwa Oni(aso)Láwa Senhora das tiras de pano
Este oríki transmite a seguinte informação: na linha (2) somos informados que Oya ÌgbàLè é a senhora do òpákòkô, tronco da árvore àkòko, encravada na terra, a qual é o lugar do “assento” dos ancestrais alinha (3) diz que Oya Ìgbàlè é a senhora dos altos lugares. Esta referencia é feita à maneira pela qual ela conttrola o vento que sopra sobre os telhados, expressando portanto o lado agressivo de sua natureza. Este aspecto de Oya é complementado pelos seguintes dizeres:
a) Aféfé ikú – Vento da morte
b) EfùFùlèlè ti dá gi L’okè l’okè – A rajada de vento que se abate as árvores desde o cimo.
A linha (4) informa que Oya é a senhora das tiras de pano, expressão simbólica dos trajes característicos dos Baba-Égun.
Já foi dito que os Ará-òrun são também chamados na áfrica Àwon-ará-ilé habitantes da terra. São cultuados coletivamente em um lugar especial. Trata-se de um montículo de terra, ao ar livre, no topo do qual se introduz um galho de árvore especialmente preparado para tal finalidade. Este lugar é denominado Onílè é o representante coletivo dos ancestrais. Deve ser sempre o primeiro a ser cultuado e o primeiro a receber as oferendas. É também o primeiro a ser invocado. Na Bahia e na áfrica Ocidental os ritos dos Ègun são iniciados por uma homenagem prestada a ele:
1) Onílè ibà re Onílè, sois venerado
2) Onílè mo juba Onílè apresento-vos meus humildes respeitos.
Os ancestrais também recebem o nome de Imoles e são cultuados ao pé de Onílè Diz-se por esta razão que Onílè esta sempre acompanhado pelos Imole e é tido como deus da justiça.
Os juramentos são prestados e os acordos são feitos em seu nome, seus pronunciamentos são aceitos sem apelação. Acredita-se que imole seja extremamente severo em relação aos castigos que inflige àqueles que não cumpriram as promessas feitas em seu nome.
Finalmente, Ésú e òsányin são duas entidades também cultuadas pelos elegúngún. Ésù tem o dom da ubiqüidade. Move-se através do mundo dos vivos e dos mortos. Os mitos atribuem-lhe o papel de inspetor geral e referem-se ao modo pelo qual os sacrifícios e ritos devem ser conduzidos. Ele é o portador de todos os pedidos e supervisiona e informa Olòrum (O Deus Supremo) no que diz respeito a todas as oferendas. Uma análise detalhada de Ésú permite uma comparação entre entre suas características e as dos ancestrais. Ele também representa o poder dos ancestrais e encarna um de seus aspectos mais importantes: A continuidade da vida. Este último aspecto torna Ésú uma entidade propiciatória, a exemplo dos ancestrais e, juntamente com Onílè e Imole, ele tem prioridade nas invocações e sacrifícios. É “assentado” ao ar livre e protege a entrada das casas, povoados e aldeias.
Pode também ter seus “assentos” no interior das casas e nesse caso eles são preparados com múltiplos elementos, que algumas vezes podem assumir formas antropomórficas peculiares. Devido a suas qualidades ligadas a sexualidade. O pade é o nome de um rito especial, durante o qual uma oferenda propiciatória (denominado de Ipade em Yorubá) é levado para fora afim de invocar todos os ancestrais masculinos e femininos, juntamente com Exu e os demais espíritos, a fim de que eles venham receber os conteúdos de tal oferrenda, cujos componentes são simbólicos e destinados a satisfazer as entidades invocadas e delas obter os benefícios desejados, que significa que não interfiram na cerimônia.
Este ritual é levado a efeito naqueles terreiros onde os Orixás são cultuados. Toma-se o maior cuidado para que durante a invocação dos Orixás não haja interferência de seres não deificados. Da mesma forma nos terreiros antes do inicio do Ásésé, ritos funerários, o pade é realizado a fim de propiciar a realização do ritual de “assentamento” do novo espírito e sobre tudo afim de permitir que ele transcorra sem interferências. Por outro lado, no Terreiro dos Égun, onde os ancestrais são invocados, o despacho do pade não é necessário. De fato, a cerimônia do pade, de tamanha importância nas casa de culto dos Orixás, não constitui parte da liturgia do culto dos Ègun. Observe esta cantiga entoada na áfrica nos festivais dos Égúngúm:
1) ègúngún L’ a a n’se Estamos venerando Ègúngún
2) Àwa o s’òòsà Não estamos venerando os òrisà
3) K’aláso Funfun Aqueles vestidos com roupas brancas (que cultuam os òrisá)
4) Kúro L’agbo wa Devem manter-se afastados de nosso círculo.
Vamos resaltar aqui que o Ègúngún desempenha todas as funções de um Babalawo, quanto a revelação dos problemas apontando as soluções que os Kauris o Opele lhe indica, o égúngún é a voz direta do antepassado e sua voz e sacrosanta. Responde a todos os que vem consulta-lo, dando conselhos, decidindo questões legais, ordenando sacrifícios a serem feitos, prescrevendo ritos a serem executados e diferentes tipos de purificação. Na maioria da prescrições, o emprego das folhas é indicado, o que também ocorre em todos os tipos de iniciação ao culto. Dado que òsanyin é o senhor de todas as folhas, o padroeiro da medicina, sua participação nos terreiros de ègún e essencial.
Em suma, pode se dizer que em uma casa de culto ao ègun não só eles são venerados, como também Onìlé, Imole, Oya-Ìgbnalé, Exu e Ossaym.
Para definirmos oque aprendemos nestas pesquisas é que este culto quase desaparecido, possui uma essência primordia, pois nos deixa claro a sua instente busca da continuidade da vida seja ela em que estagio esteja e a onde estiver, a vida e a morte é um acontecimento que fluí initerruptamente. A vida e a morte:
Òkàn naà ni Ambas são idênticas
De fato estão eles seguros de sua imortalidade, de que são revestidos, graças ao pacto que celebrarm com a terra durante sua iniciação, serão recordados e venerados como pais ancestrais. Serão na morte, como eram em vida, os representantes inconstestes e indisputáveis da imortalidade, símbolos e memória das suas origens de sua raça.
Axé a nós todos que cremos.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
ADIVINHAÇÃO NO CANDOMBLÉ O QUE É VERDADE? E O QUE É MITO..
ADIVINHAÇÃO NO CANDOMBLÉ
Nós hoje estamos no século vinte e um e ainda convivemos com culturas antigas e ao estudar não acreditamos que estamos perdendo nosso tempo, queremos nos conhecer neste presente tempo buscando nossas raízes, a maior destas é saber de onde viemos e para onde estamos nos dirigindo, todas as origens apontam para algo extremamente convergente um grupo de seres que governam os elementos da Natureza.
Encontramos informações em Civilizações muito ricas como a Grego-Romana, com seus poetas, pensadores, escritores um berço largo de sabedoria que inunda as Bibliotecas de muitas universidades, não podemos deixar de citar a Egípcia a cultura que mais habita os museus do mundo, mas mesmos estás, apesar de toda a sua Civilidade não deixam de nos trazer um grande alimento para nossa imaginação de onde viemos e para onde iremos.
Dentre tantas civilizações há aquelas que não foram tão estudas por não deixarem grandes obras ou mesmo porque são meros frutos da imaginação de outros povos como citados em autores gregos (Platão) a Civilização da Atlântida, que teria sido tragada pelo grande dilúvio, que já a ciência pelo menos na região do Mediterrâneo provou ter ocorrido, mas a busca de nossa resposta vai de encontro a vestígios que estes nos deixaram e assim acabamos encontrando rastros , destes seres que na maioria podemos unificar a um denominador comum de: chamar de Deuses, em muitas Culturas existe meios de se comunicar com Eles, os gregos em sua Mitologia, “Sabiam onde eles moravam quem era seu líder, quantificavam suas qualidades e defeitos” .
Eram eles Deuses que moravam no Olímpo, seu Supremo era Júpiter ou Zeus, eles coabitavam com os homens, e lhes impunham regras de convivência, que para serem quebradas deveriam ser consultados através de um comunicador chamado Oráculo, cujo mais famoso na história Grega era o de Delfos, estes oráculos nada mais era de que um templo onde algumas pessoas se dedicavam a uma divindade no caso desta era Apolo ou Deus Sol, E assim temos muitas Civilizações se utilizando destes instrumentos de comunicação com seus Deuses: A Civilização Chinesa é uma que se manteve, durante séculos presa a costumes rígidos de uma Filosofia baseada na família e na monarquia, ela tem a sua historia registrada no I Ching, o livro sagrado, escrito por Fu Hsi, o mais antigo sábio chinês.
Este sábio já referia a outros sábios mais antigos, dos quais aprendera tudo o que desejava deixar às gerações futuras, isso ocorreu há cerca de 5.500 anos, seus ensinamentos revelavam a relação entre o homem e a criação através de sinais e figuras formadas por linhas continuadas (Yang) e descontinuas (Yin), seus Oito trigramas que, combinados, originaram os sessenta e quatro hexagramas, seguindo este mesmo critério vamos chegar aos Odus e Omo-Odu, ou seja, dos sessenta e quatro vamos os 256 que são as bases de comunicação com os Orixás, Deuses da Cultura Yoruba-Nagô que trazidos da áfrica aqui praticam sua comunicação com seus Deuses.
O que esta certa ou errada não cabe aqui ser discutido é uma questão de fórum intimo, As artes da adivinhação, incluindo a própria Ciência, não se dispõem a resolver igualmente questões de mesma natureza, e a ciência multiplica-se em inumeráveis artes, e a que vale para uns não serve para outros, em geral recorremos a uma das artes não científicas quando as artes da ciência falham, “Temos que tentar todos os meios” é uma frase bem conhecida, e ninguém é censurado se, numa situação de grande aflição, recorre à religião e a outras instituições, por exemplo, quando há alguém desenganado pela medicina.
É com certeza, a medida da eficácia da arte da cura, está no usuário e não na “qualidade” da arte e seus mistérios, a pergunta “Você acredita nisso?” é tão tola quanto perguntar a alguém se a acredita em Deus.
As artes da adivinhação são linguagens diferentes, formas de ler o mundo, exigem codificações, termos comuns, procedimentos específicos e, sobretudo, predisposição para aceitar as leis de explicação e para se submeter à interpretação, as artes dependem de um corpo de iniciados, magos, sacerdotes ou cientistas, comprometidos com o mesmo código de decifração, o charlatão está liberto disto e não tem nenhuma importância, pois a sua arte é a arte de enganar e só dependerá de sua astúcia.
Nenhuma das artes da adivinhação se sustenta, entretanto, sem uma tradição que possa ser decifrada pelos iniciados e que suporta as descobertas sucessivas que vão sendo produzido diante de cada obstáculo da decifração e incorporado à tradição original, há momentos em que a interpretação do mundo se complica de tal sorte que todo o corpo da tradição é questionado, Mudanças radicais podem ser introduzidas nas bases que sustentam o código, o Trabalho dos iniciados é incessante, artes se refazem, outras morrem. Os paradigmas mudam.
Voltemos a nossa atenção para o oráculo do Candomblé, haja, visto que refletimos que é consenso, em varias civilizações antigas e ainda usadas por certas seitas estes oráculos, e que a própria ciência pode ser vista como um oráculo, então no candomblé nada se faz sem antes consultar os Orixás através do Oráculo, entre os povos africanos o mais importante deles é o oráculo de Orunmilá ou jogo de Opelê-Ifá, atribuição religiosa dos sacerdotes de Orunmilá, chamados Babalaôs, mas também se consultam os orixás através do jogo de búzios, consagrado originalmente a Oxum, e muito difundido no Brasil, onde já não se joga o Opelê-Ifá (pelo menos eu não os conheço), há outros jogos como os lançamentos de Obí ou Orobô ou até mesmo a Lobassa (Cebola), mas estes só quando se trata de uma pergunta com a resposta simples de: “Sim ou Não”.
A modernidade tem seu oráculo na ciência, mas não deixa de se comportar como os velhos oráculos, resumindo, felicidade, riqueza, fertilidade (sexo), saúde, e vida longa sempre foram problemas que as grandes religiões da humanidade tiveram que enfrentar, primeiro elas, depois as ciências da vida e do comportamento.
Nós hoje estamos no século vinte e um e ainda convivemos com culturas antigas e ao estudar não acreditamos que estamos perdendo nosso tempo, queremos nos conhecer neste presente tempo buscando nossas raízes, a maior destas é saber de onde viemos e para onde estamos nos dirigindo, todas as origens apontam para algo extremamente convergente um grupo de seres que governam os elementos da Natureza.
Encontramos informações em Civilizações muito ricas como a Grego-Romana, com seus poetas, pensadores, escritores um berço largo de sabedoria que inunda as Bibliotecas de muitas universidades, não podemos deixar de citar a Egípcia a cultura que mais habita os museus do mundo, mas mesmos estás, apesar de toda a sua Civilidade não deixam de nos trazer um grande alimento para nossa imaginação de onde viemos e para onde iremos.
Dentre tantas civilizações há aquelas que não foram tão estudas por não deixarem grandes obras ou mesmo porque são meros frutos da imaginação de outros povos como citados em autores gregos (Platão) a Civilização da Atlântida, que teria sido tragada pelo grande dilúvio, que já a ciência pelo menos na região do Mediterrâneo provou ter ocorrido, mas a busca de nossa resposta vai de encontro a vestígios que estes nos deixaram e assim acabamos encontrando rastros , destes seres que na maioria podemos unificar a um denominador comum de: chamar de Deuses, em muitas Culturas existe meios de se comunicar com Eles, os gregos em sua Mitologia, “Sabiam onde eles moravam quem era seu líder, quantificavam suas qualidades e defeitos” .
Eram eles Deuses que moravam no Olímpo, seu Supremo era Júpiter ou Zeus, eles coabitavam com os homens, e lhes impunham regras de convivência, que para serem quebradas deveriam ser consultados através de um comunicador chamado Oráculo, cujo mais famoso na história Grega era o de Delfos, estes oráculos nada mais era de que um templo onde algumas pessoas se dedicavam a uma divindade no caso desta era Apolo ou Deus Sol, E assim temos muitas Civilizações se utilizando destes instrumentos de comunicação com seus Deuses: A Civilização Chinesa é uma que se manteve, durante séculos presa a costumes rígidos de uma Filosofia baseada na família e na monarquia, ela tem a sua historia registrada no I Ching, o livro sagrado, escrito por Fu Hsi, o mais antigo sábio chinês.
Este sábio já referia a outros sábios mais antigos, dos quais aprendera tudo o que desejava deixar às gerações futuras, isso ocorreu há cerca de 5.500 anos, seus ensinamentos revelavam a relação entre o homem e a criação através de sinais e figuras formadas por linhas continuadas (Yang) e descontinuas (Yin), seus Oito trigramas que, combinados, originaram os sessenta e quatro hexagramas, seguindo este mesmo critério vamos chegar aos Odus e Omo-Odu, ou seja, dos sessenta e quatro vamos os 256 que são as bases de comunicação com os Orixás, Deuses da Cultura Yoruba-Nagô que trazidos da áfrica aqui praticam sua comunicação com seus Deuses.
O que esta certa ou errada não cabe aqui ser discutido é uma questão de fórum intimo, As artes da adivinhação, incluindo a própria Ciência, não se dispõem a resolver igualmente questões de mesma natureza, e a ciência multiplica-se em inumeráveis artes, e a que vale para uns não serve para outros, em geral recorremos a uma das artes não científicas quando as artes da ciência falham, “Temos que tentar todos os meios” é uma frase bem conhecida, e ninguém é censurado se, numa situação de grande aflição, recorre à religião e a outras instituições, por exemplo, quando há alguém desenganado pela medicina.
É com certeza, a medida da eficácia da arte da cura, está no usuário e não na “qualidade” da arte e seus mistérios, a pergunta “Você acredita nisso?” é tão tola quanto perguntar a alguém se a acredita em Deus.
As artes da adivinhação são linguagens diferentes, formas de ler o mundo, exigem codificações, termos comuns, procedimentos específicos e, sobretudo, predisposição para aceitar as leis de explicação e para se submeter à interpretação, as artes dependem de um corpo de iniciados, magos, sacerdotes ou cientistas, comprometidos com o mesmo código de decifração, o charlatão está liberto disto e não tem nenhuma importância, pois a sua arte é a arte de enganar e só dependerá de sua astúcia.
Nenhuma das artes da adivinhação se sustenta, entretanto, sem uma tradição que possa ser decifrada pelos iniciados e que suporta as descobertas sucessivas que vão sendo produzido diante de cada obstáculo da decifração e incorporado à tradição original, há momentos em que a interpretação do mundo se complica de tal sorte que todo o corpo da tradição é questionado, Mudanças radicais podem ser introduzidas nas bases que sustentam o código, o Trabalho dos iniciados é incessante, artes se refazem, outras morrem. Os paradigmas mudam.
Voltemos a nossa atenção para o oráculo do Candomblé, haja, visto que refletimos que é consenso, em varias civilizações antigas e ainda usadas por certas seitas estes oráculos, e que a própria ciência pode ser vista como um oráculo, então no candomblé nada se faz sem antes consultar os Orixás através do Oráculo, entre os povos africanos o mais importante deles é o oráculo de Orunmilá ou jogo de Opelê-Ifá, atribuição religiosa dos sacerdotes de Orunmilá, chamados Babalaôs, mas também se consultam os orixás através do jogo de búzios, consagrado originalmente a Oxum, e muito difundido no Brasil, onde já não se joga o Opelê-Ifá (pelo menos eu não os conheço), há outros jogos como os lançamentos de Obí ou Orobô ou até mesmo a Lobassa (Cebola), mas estes só quando se trata de uma pergunta com a resposta simples de: “Sim ou Não”.
A modernidade tem seu oráculo na ciência, mas não deixa de se comportar como os velhos oráculos, resumindo, felicidade, riqueza, fertilidade (sexo), saúde, e vida longa sempre foram problemas que as grandes religiões da humanidade tiveram que enfrentar, primeiro elas, depois as ciências da vida e do comportamento.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
O DESCONHECIDO EM POUCAS LINHAS NÃO SE ESCLARECE MAIS SE ACENDE UMA VELA.
NAÇÃO JEJE
Esta Nação que esta inserida no Candomblé como sendo a mais misteriosa, aquela onde quer que estejamos no Brasil, “Quando se diz ele é feito de Jeje!” ao olharmos nos olhos dos presentes, se ao acaso aquele apontado como sendo feito da Nação Jeje pode se observar a cara de perplexidade ou mesmo de descrédito, se o apontado possuir menos de seus setenta anos, e porque se deve esta desconfiança, bem se você esta no meio, já cansou de ouvir “Como pode?” “Não se tem o Conhecimento?” ou outra bem comum “Cadê as Folhas?”, Ao contrario de todas estas desconfianças ainda se possuem varias Casas da Nação, e em varias partes deste Brasil, e quem sou eu para querer apontar se nesta se pratica a pureza e a integridade que seus Voduns exigem.
O que me proponho neste folhetim nada mais é de mostrar algumas informações ainda que bem simples e trazê-las ao conhecimento dos leigos e curiosos que como eu, possuo algo em comum, que nada mais é, que a verdadeira “Admiração por esta Cultura, o Candomblé seja ele Ketu, Angola, Jeje, Nagô e outros que muitos parecem divergir quanto a sua pureza como Batuque, Omoloco, Chamba etc.”
E Comunicar que já em sua primeira e única Casa dita e apontada como sendo o seu berço no Maranhão, ele já era uma mistura de Nações veja o que encontramos em seu Tombamento pelo Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo processo nº 1464-t-00 de 2002, os Voduns da Casa das Minas, de quem se conhecem os nomes de aproximadamente sessenta, agrupam-se em três famílias principais e duas que são hóspedes da casa, a saber: a família real de Davice, a que pertence o vodum dono da casa, Zomadônu e outros, que como ele são relacionados com a família real do Daomé, como Dadarrô, Doçu, Bedigá, Sepazin, Agongônu, Toçá, Toçé, jogorobossú; a família de Quevioçô(os Voduns chamados nagôs), como Badé, Sobô, Lôco, Liçá, Averequetê, Abê e outros; a família de Dambirá (que cura a peste e outras doenças), chefiada por Acossi Sakpatá e que incluí entre outros Azíli, Azônce, Polibojí, Lepon, Alôgue, Ewá, Bôça e Boçucó.
Existem ainda voduns agrupados na família de Aladanu, hóspedes de Quevioço, como Ajaúto e Avrejó e da família de Savaluno, hóspede de Zomadônu, como Agogonú e Jotim. Cada Família ocupa uma parte específica da casa e tem cânticos, comportamentos e atividades próprias.
As festas na Casa das Minas as vodunsis só recebem um vodum e só dançam quando estão incorporados, durante o transe os voduns não comem, não bebem, não satisfazem necessidades fisiológicas, cantam e dançam com os olhos abertos, conversam entre si e com devotos, dão conselhos e alguns gostam de fumar. Os toques são conduzidos em três ilús (Hum, Humpli e gumpli) batidos com as mãos ou com aguidavi, e são acompanhados pelo Gã e por cabaças revestidas por pequenas contas coloridas como nos toques nagôs, nestas festas as vodunsis em transe, usam saias lisas da cor de seus voduns ou estampadas e blusas brancas bem rendadas, uma toalha branca rendada como um pano da costa a serem usados como coringa nestas ocasiões seus fios é como um rosário de miçangas pequenas coloridas em que predominam o marrom (gonjeva) carrega na mão um lenço branco pequeno e usam sandália, algumas usam símbolos do seu vodum, como bengala, rebenque, guizos, lenço colorido no ombro e cabelos soltos.
Podemos apontar que sua origem vem da costa africana, principalmente do Estado do Daomé, que como a maioria destes povos era guerreiros, que serviram como grandes caçadores de outras tribos e que quando estes eram capturados possuíam dois destinos os jovens e mulheres eram treinadas para servir aos propósitos do Reinado e os mais velhos e guerreiros eram presos e aguardavam para servir nas grandes festas como sacrifícios humanos aos Voduns pelas vitórias conquistadas, isto ocorreu antes deles possuírem o contato com o homem branco digo (traficantes de Negro).
Este povo Jeje foi um grande fornecedor de outros de sua espécie para venda aos Traficantes,“Alias este nome Jeje advem do fato de que quando o traficante escravizou os Daomeanos e eles aportaram em solo brasileiro causou grande frisson entre os negros que já os conheciam e anunciavam aos gritos “Pou okan, Dje Dje num wa” tradução” Olhem, os jejes estão chegando” e esta gritaria era para anunciar que seus inimigos agora também estavam aqui, talvez por esta vivência anterior seja que ficou mais difícil a contaminação de sua pureza religiosa.
Mas vamos trazer um pouco de sua cultura religiosa, dentre os Daomeanos que aqui aportaram havia dentre eles uma mulher chamada de Ludivina Pessoa natural de Mahi foi ela escalada pelos Voduns para fundar três Templos na Bahia e assim esta se prontificou e fundou o terreiro para Dan “Ceja Hundé” que ficou conhecido como terreiro do ventura ou Axé Pó Zehem (Pó Zerrem), na localidade de Cachoeira de São Felix, o outro para Hevioso (Para nos do Ketu este vodum se assemelha a Xangô) “Zoogodo Bogun Male Hundô” em Salvador e o terceiro seria para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado, e assim começou no Brasil o segmento da Nação batizada de Jeje da família Mahi do Povo Fon; O Templo de Ajunsun/Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira de São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais tarde ficou conhecido por Corcunda de Ayá.
No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informações de Sergio Ferreti, ou por Mãe Andresa (Maria Andresa) informação fornecida pelo pesquisador Nunes Pereira Maranhense, que nos relata que por pouco não foi uma Casa Nagô, A Casa Grande das Minas – Quérébetan, ainda hoje se encontra instalada na Rua Senador Costa Rodrigues, 857, antiga Rua São Pantaleão, 199 em São Luiz-MA. Esta dúvida permanece nos meios acadêmicos devido à falta de material escrito. Creio que esta Casa dispensa comentários, pois é tida como a mais antiga, e com certeza a mais conhecida Casa de jeje do Brasil.
E nela a escolha de seu titular era realizada com os voduns abaixando em terra, e eles que escolhiam a mãe substituta, Maria Andresa chamava-se Roíonçama e depois de raspada passou a ser chamada de Rotopameraçuleme, essa é do segmento do Povo Jeje Mina, nascida em 1850 e foi uma grande sacerdotisa e tida como a última Princesa de linhagem direta Fon; E que morreu em 1954 com 104 anos.
Ainda no Maranhão encontramos a Casa Fanti-Ashanti fundada por Euclides Menezes Ferreira, esse é o segmento Jeje Fanti-Ashanti do Povo Akan vindo de Gana outro estado vizinho ao Daomé, no Brasil estes povos escolheram a árvore sagrada para ter em seus Ilês Axé foi a nossa Cajazeira ou Cajá-Açú, seguindo estes passos espirituais encontramos raízes Jejes em outras Nações como: Anselmo do Recife, o Babalaô Raimundo, na areia da Cruz do Cosme, e Tumba Jussara de Ciriaco no beiru, todas essas duas Casas na Bahia.
No Rio de Janeiro foi fundada por outra africana conhecida por Gaiaku Resena natural de Allada cidade do Daomé, o Terreiro do Pó Dadá, no Bairro da saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, mais conhecida como Mejitó; Dizem os mais velhos, que Mejitó ajudou muito Tatá fomitinho no começo de sua vida de santo, para que ele elevasse a nação Jeje aqui no sudeste.
Esta Nação que esta inserida no Candomblé como sendo a mais misteriosa, aquela onde quer que estejamos no Brasil, “Quando se diz ele é feito de Jeje!” ao olharmos nos olhos dos presentes, se ao acaso aquele apontado como sendo feito da Nação Jeje pode se observar a cara de perplexidade ou mesmo de descrédito, se o apontado possuir menos de seus setenta anos, e porque se deve esta desconfiança, bem se você esta no meio, já cansou de ouvir “Como pode?” “Não se tem o Conhecimento?” ou outra bem comum “Cadê as Folhas?”, Ao contrario de todas estas desconfianças ainda se possuem varias Casas da Nação, e em varias partes deste Brasil, e quem sou eu para querer apontar se nesta se pratica a pureza e a integridade que seus Voduns exigem.
O que me proponho neste folhetim nada mais é de mostrar algumas informações ainda que bem simples e trazê-las ao conhecimento dos leigos e curiosos que como eu, possuo algo em comum, que nada mais é, que a verdadeira “Admiração por esta Cultura, o Candomblé seja ele Ketu, Angola, Jeje, Nagô e outros que muitos parecem divergir quanto a sua pureza como Batuque, Omoloco, Chamba etc.”
E Comunicar que já em sua primeira e única Casa dita e apontada como sendo o seu berço no Maranhão, ele já era uma mistura de Nações veja o que encontramos em seu Tombamento pelo Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo processo nº 1464-t-00 de 2002, os Voduns da Casa das Minas, de quem se conhecem os nomes de aproximadamente sessenta, agrupam-se em três famílias principais e duas que são hóspedes da casa, a saber: a família real de Davice, a que pertence o vodum dono da casa, Zomadônu e outros, que como ele são relacionados com a família real do Daomé, como Dadarrô, Doçu, Bedigá, Sepazin, Agongônu, Toçá, Toçé, jogorobossú; a família de Quevioçô(os Voduns chamados nagôs), como Badé, Sobô, Lôco, Liçá, Averequetê, Abê e outros; a família de Dambirá (que cura a peste e outras doenças), chefiada por Acossi Sakpatá e que incluí entre outros Azíli, Azônce, Polibojí, Lepon, Alôgue, Ewá, Bôça e Boçucó.
Existem ainda voduns agrupados na família de Aladanu, hóspedes de Quevioço, como Ajaúto e Avrejó e da família de Savaluno, hóspede de Zomadônu, como Agogonú e Jotim. Cada Família ocupa uma parte específica da casa e tem cânticos, comportamentos e atividades próprias.
As festas na Casa das Minas as vodunsis só recebem um vodum e só dançam quando estão incorporados, durante o transe os voduns não comem, não bebem, não satisfazem necessidades fisiológicas, cantam e dançam com os olhos abertos, conversam entre si e com devotos, dão conselhos e alguns gostam de fumar. Os toques são conduzidos em três ilús (Hum, Humpli e gumpli) batidos com as mãos ou com aguidavi, e são acompanhados pelo Gã e por cabaças revestidas por pequenas contas coloridas como nos toques nagôs, nestas festas as vodunsis em transe, usam saias lisas da cor de seus voduns ou estampadas e blusas brancas bem rendadas, uma toalha branca rendada como um pano da costa a serem usados como coringa nestas ocasiões seus fios é como um rosário de miçangas pequenas coloridas em que predominam o marrom (gonjeva) carrega na mão um lenço branco pequeno e usam sandália, algumas usam símbolos do seu vodum, como bengala, rebenque, guizos, lenço colorido no ombro e cabelos soltos.
Podemos apontar que sua origem vem da costa africana, principalmente do Estado do Daomé, que como a maioria destes povos era guerreiros, que serviram como grandes caçadores de outras tribos e que quando estes eram capturados possuíam dois destinos os jovens e mulheres eram treinadas para servir aos propósitos do Reinado e os mais velhos e guerreiros eram presos e aguardavam para servir nas grandes festas como sacrifícios humanos aos Voduns pelas vitórias conquistadas, isto ocorreu antes deles possuírem o contato com o homem branco digo (traficantes de Negro).
Este povo Jeje foi um grande fornecedor de outros de sua espécie para venda aos Traficantes,“Alias este nome Jeje advem do fato de que quando o traficante escravizou os Daomeanos e eles aportaram em solo brasileiro causou grande frisson entre os negros que já os conheciam e anunciavam aos gritos “Pou okan, Dje Dje num wa” tradução” Olhem, os jejes estão chegando” e esta gritaria era para anunciar que seus inimigos agora também estavam aqui, talvez por esta vivência anterior seja que ficou mais difícil a contaminação de sua pureza religiosa.
Mas vamos trazer um pouco de sua cultura religiosa, dentre os Daomeanos que aqui aportaram havia dentre eles uma mulher chamada de Ludivina Pessoa natural de Mahi foi ela escalada pelos Voduns para fundar três Templos na Bahia e assim esta se prontificou e fundou o terreiro para Dan “Ceja Hundé” que ficou conhecido como terreiro do ventura ou Axé Pó Zehem (Pó Zerrem), na localidade de Cachoeira de São Felix, o outro para Hevioso (Para nos do Ketu este vodum se assemelha a Xangô) “Zoogodo Bogun Male Hundô” em Salvador e o terceiro seria para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado, e assim começou no Brasil o segmento da Nação batizada de Jeje da família Mahi do Povo Fon; O Templo de Ajunsun/Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira de São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais tarde ficou conhecido por Corcunda de Ayá.
No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informações de Sergio Ferreti, ou por Mãe Andresa (Maria Andresa) informação fornecida pelo pesquisador Nunes Pereira Maranhense, que nos relata que por pouco não foi uma Casa Nagô, A Casa Grande das Minas – Quérébetan, ainda hoje se encontra instalada na Rua Senador Costa Rodrigues, 857, antiga Rua São Pantaleão, 199 em São Luiz-MA. Esta dúvida permanece nos meios acadêmicos devido à falta de material escrito. Creio que esta Casa dispensa comentários, pois é tida como a mais antiga, e com certeza a mais conhecida Casa de jeje do Brasil.
E nela a escolha de seu titular era realizada com os voduns abaixando em terra, e eles que escolhiam a mãe substituta, Maria Andresa chamava-se Roíonçama e depois de raspada passou a ser chamada de Rotopameraçuleme, essa é do segmento do Povo Jeje Mina, nascida em 1850 e foi uma grande sacerdotisa e tida como a última Princesa de linhagem direta Fon; E que morreu em 1954 com 104 anos.
Ainda no Maranhão encontramos a Casa Fanti-Ashanti fundada por Euclides Menezes Ferreira, esse é o segmento Jeje Fanti-Ashanti do Povo Akan vindo de Gana outro estado vizinho ao Daomé, no Brasil estes povos escolheram a árvore sagrada para ter em seus Ilês Axé foi a nossa Cajazeira ou Cajá-Açú, seguindo estes passos espirituais encontramos raízes Jejes em outras Nações como: Anselmo do Recife, o Babalaô Raimundo, na areia da Cruz do Cosme, e Tumba Jussara de Ciriaco no beiru, todas essas duas Casas na Bahia.
No Rio de Janeiro foi fundada por outra africana conhecida por Gaiaku Resena natural de Allada cidade do Daomé, o Terreiro do Pó Dadá, no Bairro da saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, mais conhecida como Mejitó; Dizem os mais velhos, que Mejitó ajudou muito Tatá fomitinho no começo de sua vida de santo, para que ele elevasse a nação Jeje aqui no sudeste.
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