sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mais uma Experiência relatada no "Livro Coisas do Camdomblé"

Algumas vivências com Ominabela
Uma que presencie em sua casa foi uma grande discução entre Camarão e Daibo os dois só faltaram a se atracar, mas devido à interferência de omina não aconteceu, mas as ameaças só partiam de um lado dizia assim Camarão –Seu bosta quem você pensa que é para me afrontar? Resposta de Daibo -ele só dormiu lá em casa por falta de condução, e camarão –Sua bicha descarada quanto que estou lhe ajudando para receber esta traição! A omina tentava colocar um para fora e este era Daibo que parecia mais calmo, e assim se foi embora, mas camarão não se conformava com algo que em meus nove anos ainda não compreendia que se tratava de uma cena de ciúmes entre os dois homossexuais, e ouvi quando Camarão falou a omina sei que é seu amigo porque meu não é mais e te juro que a bicha vai morrer cagando se foi por ali que ele teve prazer é por ai que ele vai sofrer, omina tentava deçuadilo, mas imagine um negrão feio e bravo, e quando digo negro quero dizer aqueles azuis omina parecia uma criança perto dele eu acredito que batia em sua cintura ele espumava pela boca, quando proferiu a seguinte frase para você que pensa que estou brincando avise ele do que prometi, pois só vou voltar aqui depois que souber que ele Kufou[1], não lembro quanto tempo este fato demorou a acontecer, mas foi pouco tempo depois de meu aniversário de dez anos em janeiro de 1970, os vizinhos chamaram a policia, pois ele morava num cortiço ali no buraco quente e a izala [2] estava muito forte, dizem que quando a policia estourou o cômodo e cozinha ele estava morto há dias sentado na privada.
Assim foi que descobri que aquelas pessoas possuíam poderes ou conhecimento para nos ajudar como foi o meu caso ou manipular esses conhecimentos para praticarem o mal, como acabara de acontecer com o coitado do Daibo, pelo menos ao modo de ver de uma criança, quando comentei com omina ela me explicou que estes conhecimentos não são para ser usados assim, mas que quando possuímos e difícil mum momento de irá segurar, me contou que havia um rapaz que sempre subia no muro de sua casa para mexer com pai Gerson e este um dia quando ela o seguiu para a roça largou a trouxa que trazia a cabeça e dirigiu-se ao rapazola que hoje ele estava de bom humor, mas que outro dia se ele mexe-se com ele e o rapaz vise à trouxa cair o que quebrasse na trouxa assim também quebraria em seu corpo, aflito perguntei - Mãe aconteceu alguma coisa com o rapaz? –só quebrou uma perna e os dois braços! -E por quê? Disto indaguei –É que em nossa nação o poder esta na palavra proferida!
Houve o caso da vizinha que como omina vivia sozinha e que de vez enquanto recebia a visita de certo homem que numa destas visitas não a encontrou em casa e parou na casa de omina para tomar um café e o tempo se passou e a vizinha chegou e não gostou do que viu, dali passou a jogar gracinhas para omina não desconfiando que estivesse mexendo com a pessoa errada, e numa desta ela cruzou com uma ferrenha escudeira de omina a minha própria mãe que não se conteve e persegui a vizinha que acabou se enrolando numa colcha de pique que se encontrava em seu próprio varal foi o suficiente para que ela levasse uma bela surra, o que diga se de passagem não foi o suficiente, mas ouvi omina dizer que iria preparar uma zorra[3] para que ela se mudasse coisa que não demorou, mas o interessante foi que ela anunciou aos quatro ventos que na quarta-feira depois do almoço iria embora daquele inferno.
Parecia que iria acontecer algo, pois minha mãe tinha feito uma bela jarra de K’suco para nós que brincávamos a volta do caminhão e ela e omina que não tinha ido trabalhar tomavam uma cerveja ali no portão, daqui a pouco o caminha saiu e nos íamos saimos correndo a sua volta quando um grito unisso das duas nos impediu de continuar, mas deu para nós observar que na curva o caminhão havia tombado e os móveis haviam se quebrado ao cair do caminhão, minha mãe - Disse agora podem ir ajudar! Corremos lá e ela só falava que queria ir ao hospital para ver se estava tudo bem com o bebe, logo voltei para relatar o fato as duas, e ouvi seus comentários - Carmem a sorte dela foi que a bichinha esta grávida - Mas a senhora não tinha feito nada para matá-la, -Claro que não era só para que a vadia perdesse seus móveis! Disse minha mãe –Ainda que hoje seja dia de papai (Xangô o Deus da justiça) e omima respondeu –Ela ou eu tivemos muita sorte?.
Neste mesmo local onde Daibo morava havia um terreiro de Umbanda que a moça sim moça porque deveria ter uns 23 anos, linda morena, que viera acompanhada de sua mãe para um jogo de búzios e depois retornou sozinha para uma consulta com a formosa que era o erê de omina, o resultado disto e que passamos a freqüentar o Centro e a cada dia que íamos lá omina preparava alguma coisa até que chegou o dia da obrigação que foi muito linda, o santo da moça era um Oxóssi e sua saída no barracão cheio foi muito comemorada, o fato relevante aqui nesta história ocorreu quando um dia à tarde quando entramos no barracão a moça estava incorporada de êre e veio correndo se jogou aos pés de omina dizendo algo desconexo e o que pude observar seu quelê estava quebrado e todo esparramado pelo salão, enquanto me colocava atrás dela pude observar que ela dizia algumas palavras e tocava a cabeça e as curas da Iaô, neste instante adentravam algumas pessoas pelos fundos e presenciou uma cena bizarra a moça se rolava pelo chão como a um cão louco e após as pessoas pedirem que omina fizesse algo ela respondeu que Oxóssi estava batendo nela e que o orixá é soberano, nisto chamaram um homem já de meia idade que depois fiquei sabendo ser amante da jovem que tentou abraçá-la o que foi em vão ele caiu e ela agora de pé esfregava o seu lindo rosto contra a parede de cimento grosso já fazendo arranhões e o sangue descia manchando suas roupas, a mãe da moça implorou a omina que aquilo cessase, mas a resposta foi – quando parar ela pode me procurar! –Vamos Henrique que aqui não podemos fazer nada!.
Passados alguns dias lá estava à moça que não quis descer do carro, alegando sua mãe e irmã que ela não estava bem e que não era mais para omina subir no terreiro que todos inclusive o Agenor que era policial militar não tinha gostado daquilo que viu, respondeu omina –Eu só dou obrigação de quem tem orixá! E a mãe da jovem perguntou –para fazer o que fizeram no rosto de minha filha? Omina –A senhora não perguntou o que sua filha fez para que isto acontecesse! A velha calou e a irmã parecia querer falar algo, mas se conteve assim omina -disse sua filha vira aqui! e vai terminar seu preceito aqui nesta casa, já que ela disse que eu não posso ir até lá, mas veremos! Dois dias depois vi correndo pela rua como a uma criança fujona a moça com o rosto ainda marcado e entrou no corredor da casa de omina, seus familiares chegaram depois e trouxeram os apetrechos necessários para acomodar a jovem, mas sua saída de santo foi em seu barracão com omina a frente de um Oxossi digno de ser o Rei de Keto.
Outra passagem marcante com omina, e seus filhos foram quando saiu uma conversa na casa de seu Gerson o pai de santo de omina, uma história que tinha chegado aos ouvidos dele de que omina procurava outro pai de santo para dar sua obrigação de cinco anos, pois segundo a história ela tinha descoberto de que ele era feito no chamba e não no keto, nesta época este chamba era para ela uma espécie de umbanda e o que marcava esta situação era que este chamba só usava três fios de conta (Um branco, outro vermelho e o preto) Fugindo totalmente da pureza que até então ela ouvia do pai de santo que lhe tinha enganado a mandado ela fazer um ato a beira de um olho d’água que ela fez de bom coração, mas que na ora percebeu que estava era despachando sua cabocla Jurema isto lhe tinha magoado muito, mas quanto ao resto ela veio a descobrir que Quitéria era a responsável pela fofoca e esta jurava que não, mas omina chamara a estrelinha que era o erê de Nanã o orixá de Quitéria, e ela havia confirmado que seu cavalo gostava de fazer conversa com o pai velho que lhe ensinava muitas coisas.
Omina disse a minha mãe que iria cortar a indaca[4] de Quitéria para que nunca mais ela mentisse, o fato que em três meses depois de sua obrigação de um ano ela veio a falecer, sendo que lembro que ela já não conseguia se locomover pois suas pernas não se firmavam e antes ela sempre estava conosco na casa de omina, após este fato os outros filhos de santo abandonaram as suas visitas constantes principalmente as sextas-feiras dia de Oxalá ou aos sábados dia de Oxum, e sua casa passou a ser muito mais freqüentada por clientes para falar com formosa ou com Seu Boiadeiro e amigos da família do santo ou da policia os alibans[5], e já nesta época alguns políticos principalmente de Guarulhos.
Omina era avessa a aparecer em roças de pessoas que não fossem maiores que ela no santo, e principalmente em dias de Xirê[6], mas ela estava devendo a muitos convites recusados a Jô um filho de santo de Xeumã, cuja seu ori[7] Omolu[8] a quem ela possuía um grande xodó por este orixá, é seu junto[9], ela aceito ir ao um toque na roça de Xeumã que ficava em Pirituba-SP, e claro comigo a tira colo, quando chegamos o toque ainda iria começar e me adiantava para cumprimentar os mais velhos, quando ela me agarrou e me disse - Fiquemos por aqui! Respondi - Não podemos fazer isto a senhora é uma Yalorixá! Ela me enrolou, e que depois que começasse o toque ela iria até eles, e logo apontou para Genoveva - Quem é? Já emendando outra pergunta - O senhor pai de santo sabe? Respondi - Sim! É o grande esteio desta Roça, possui uma Iansã linda.
O toque começou e nós estávamos na segunda fila, até que chegou a cantiga para Iansã e só se viu Geno se debatendo e arrancando seu lenço da cabeça seus brincos, pois não tinha se afastado da porta da cozinha como que não se fosse haver um toque na casa, as ekedis a levaram para dentro e daqui a pouco esta lindamente vestida a rainha dos eguns, lá se foi cumprimentar os atabaques e deles a porta e ai aconteceu algo ela empacou diante de nós e a ekedi que a conduzia não conseguia demove La daquele lugar, interrompi aquela situação perguntando a Omina - A senhora não a tinha reconhecido, e ela veio dizer que também a reconhece! Quando Omina se levantou para abraça-lá pude ver a cara do Pai de santo saindo do salão e mandando que se prepare um lugar apropriado àquela senhora, foi uma grande vergonha que passamos, mas também uma grande lição, pois eu sei que existem varias qualidades de Orixás e mais importante é de que forma eles nascem no ori da iaô.
[1] Que a pessoa morreu
[2] Mau cheiro
[3] Feitiço/Pó
[4] Boca grande/fofoca
[5] Homens que utilizam farda/que possuem poder dado pelos homens.
[6] Festas no Candomblé/Toques/Saídas
[7] Cabeça
[8] Orixá da peste/Cura
[9] O segundo santo

Mais um capitulo de meu Livro "Coisas do Camdomblé"

Mais uma das tantas experiências já Vividas.
Foi em Março de 1986, numa sexta-feira lembro com clareza, pois estava todo de branco por ser dia de Oxalá[1]. Encontrava-me no ponto de ônibus, enfrente à Praça dos Estudantes que fica no centro do município de Guarulhos, a onde moro atualmente, mas o fato ocorreu quando eu e minha família estávamos morando no Bairro do Belém em S. Paulo-SP. Estava saindo da casa de minha namorada próximo ás 11:00hs e como todo homem apaixonado sempre pede um último beijo e perde a hora e depois sai correndo e foi assim que acabei sendo confundido com alguém que havia estado em uma briga e machucado esta pessoa.
Assim acabei me encontrando numa em rascada terrível, imaginem a cena que não sai de minha cabeça, ofegante cheguei ao ponto e fui abordado por dois elementos que cheiravam á álcool e me indagavam porque eu tinha feito aquilo, sem entender o que era, fui me preparando para uma briga, quando observei que as demais pessoas se afastavam do ponto claro elas perceberam que atravessavam a rua um bando de maloqueiros que até então se encontravam no bar conhecido como um ponto de venda de drogas, ao perceber aquela movimentação, refiz o meu pensamento quanto a sair dando bordoada, afinal às coisas tinham mudado de dois para oito e os tamanhos agora tinham configurações maiores, a conversa permanecia a mesma queriam me surrar, pois acreditavam que eu era o elemento que havia machucado seu amigo que pelo que entendi se encontrava muito bêbado.
Foi quando me dei conta que entre eles faltava alguém que iria decidir o meu destino, e porque isto não acontecia, eram eles em maior numero poderiam me surrar sem que eu pudesse oferecer qualquer perigo, ora era obvio eles pertenciam a uma gangue, e tinham que aguardar a chegada de seu líder, Enquanto me mantinha a espera deste, algo de muito estranho começava acontecer, um barulho aumentava lentamente como se estivesse aproximando, percebi que este era um toque de abertura do Xirê[2] e a toada que agora se fazia clara e me tornava em alguém com muita confiança era: Exu 3] marabo é mojuba, É Bara coché, Exu marabo é Bara lonan..., Durante esta cantiga percebi que somente eu estava á ouvindo, e me parecia que eu não estava mais naquele lugar, suas vozes tinham sumido como que eu ficara surdo, mas não estava para aquela toada, durante ela ouvi a seguinte ordem: “Não faça nada só olhe dentro dos olhos dele” esta foi repedida e quando acabou, voltei para aquela situação e eles falavam e eu já ouvia bem clara que “Julio” estava chegando um rapaz negro que apresentava possuir uns 25 anos, magro e com seu 1.80 m ele se dirigia seguido de mais dois moleques como em câmera lenta, parecia saber o que faria e eu o já fitava seus olhos grandes e negros que praticamente beijaram minha face, seu perfume carregado de desodorante barato e doce se misturavam com o cheiro de maconha e álcool, fazendo uma mistura inesquecível, mas em poucos segundos a situação desfez se como a uma nevoa, ele dera as suas costas e dava de ombros dizendo assim repetidas vezes” deixem o cara, não é o cara” e voltou-se para o bar e consigo levou todos seus comparsas que sem entender me olhavam.
Pude perceber que as pessoas não tinham ainda ido embora, pois voltavam ao ponto, mas com suas caras de espanto, com algo inacreditável, só esperavam uma pancadaria e no final não tinha acontecido nada, e para mim aqueles poucos minutos, foram uma eternidade, o ônibus passou em seguida e eu ainda me sentia com adrenalina de um atleta, e só baixou quando cheguei em casa e resolvi tomar um banho frio, e percebi quanto alguém gosta de mim em um lugar que não conheço.
Outro fato estranho: O HENRICÃO DA CARMINHA.
Este outro fato, que comigo ocorreu é bem interessante e possuidor de outras três pessoas, Azulão, o Testa e o Branquinho, eram os apelidos de meus mais chegados amigos da juventude esta nossa amizade começou na sétima série quando fui transferido do primeiro grau da Escola Prof. Plínio Paulo Braga, para atual Prof.ª Maria Angélica Soave, na verdade nós já nos conhecíamos antes de eu mudar de escola, por conta de morarmos no mesmo bairro, mas amizade só se tornou firme quando mudei para a mesma Escola destes meus amigos.
Assim esta amizade já contava com mais de dez anos quando este fato que irei relatar ocorreu: Precisávamos de um carro para nossa saída de sábado á noite, e o jeito foi o Álvaro pedir o fusca novinho do seu patrão o dono da farmácia, o Álvaro dispunha da confiança do patrão e ele nos emprestou o carro, tudo combinado na casa do Testa (Ronaldo), era lá que Dª Geralda melhor nos recebia, não nada de mais é que ela só possuía filhos homens (Roberto, Ronaldo e Adauto) então a bagunça era mais tolerada.
Havíamos combinado após a novela das oito, e iríamos ao Bar Tia Redonda para azar alguém, uma vez que nenhum de nós estava namorando,l á ficamos até ás 2 horas resolvemos dar um role pela cidade e nada de bom nos aconteceu, achei que tínhamos bebido demais e que era tarde para gastar em outro lugar era muito melhor tentar no domingo lá na casa do Som, todos concordaram e assim feito tomamos o caminho de casa, quando percebemos que o cigarro estava acabando, e a esta hora não vamos voltar? Disse Eu, interrompeu o Álvaro – O Bar do Pinhal! , este ficava em nosso caminho, Paramos na frente e o movimento era assustador, estava com gente até do lado de fora, aquele bar não possui as melhores referências, mas o vício é maior recolhi o dinheiro do Ministre do Azulão, o Free do Álvaro e Hollywood do Testa e esperava ter naquela pocilga o Carlton que eu fumava, neste momento o Álvaro sai do carro e diz – Deixa comigo? Preciso urinar! Bem lhe dei os deis cruzeiros e se foi, de repente o azulão começa a discutir com o testa que não queria dar lhe um cigarro, falei – Ei o Álvaro esta demorando não? E sai do Carro, recebi uma enorme surpresa quando um negro gordo que estava à porta do bar como se fosse um segurança grita em tom de alegria “Henricão! (Henricão da Carminha!).
Algo realmente tinha acontecido, pois neste momento deu para perceber que o Álvaro esta com um problema, ele foi trazido para fora sem os cigarros e num lance que nunca entendi tomei uma atitude inesperada e disse em tom de autoridade - Cadê os caretas? os elementos que estavam com ele se dirigiram para mim e em tom de desculpa - Henricão! eu só queria que o mano pagasse uma birita para nós? Retruquei de imediato - Vamos logo! Quanto é? Respondeu um deles - o troco dá! Interrompi novamente já colocando a mão no peito do Gordo nós fizemos uma fita errada e os homens tão atrás da gente! E ele Dizia algo assim - Cara volta para Boca! E eu novamente já olhando o Álvaro que entrava no carro, - Agora eu estou careta Tchau!
Dentro do carro o Álvaro se recuperava do susto, Azulão e Testa tinham ficados brancos e eu aos velos comecei a dar risadas, esta situação só foi compartilha por meus amigos quanto já estávamos na frente da casa do Álvaro, onde me interrogavam sobre esta minha desempenho de ator, a bagunça esta tão boa que seu pai nos expulsou e mandou que ele entrasse. Nunca nos esquecemos deste fato, pois ser parecido com alguém é possível até que seja confundido por varias pessoas, mas neste caso ser parecido, possuir o mesmo nome, e ter o nome da mãe já é para virar um causo.
Se desta vez os orixás estavam comigo e eu acredito que sim, talvez não os tenha percebido devido ao álcool, pois quando jovem sempre fui um duro na queda, pois poucas vezes me vi vencido pela cachaça, mas graças a nossas proteções estamos vivos para contar esta emoção aos nossos filhos.
[1] O senhor do pano branco/O pai dos orixás.
[2] Festa onde se toca para os orixás.
[3] O senhor dos caminhos/O orixá que tudo liga.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Continuando a Pulbicação de meu Livro...

O INICIO DE TUDO
Todos os fatos relatados aqui são verdadeiros, como os vividos por mim nestes anos de convivência com a espiritualidade, principalmente dentro do Candomblé, podem afirmar que fica difícil apontar qual foi o mais incrível, mas começo relatando como foi a minha entrada nesta seita.
Acabara de chegar de mais uma internação hospitalar, e meus pais resolveram encostar minha cama na janela já que eu não podia brincar, devido à grande fraqueza que a doença me causara (insuficiência cardíaca), de repente percebi que havia uma pessoa que me observava muito estranhamente, era uma senhora morena muito bem vestida com grandes argolas em suas orelhas, com muitas pulseiras, eu viria a me encontrar com esta senhora ainda naquela semana, ela procurou à vizinha Dnª Aparecida para lhe consultar sobre a religião de meus pais, descobriu que meu pai era um devoto de Nossa Senhora Aparecida, mas pouco freqüentador de igrejas, minha mãe já transitava entre a missa católica e as reuniões de mesa branca (kardecismo) e já visitara um terreiro de Umbanda levada por minha Tia Silvia, próximo ao Cemitério do Chora Menino conhecido como terreiro do Tenente Urbano.
Com estas informações ela procurou minha mãe e lhe relatou que o que eu tinha não era só um problema de saúde, e que se meus pais autorizassem, ela iria cuidar de meu problema espiritual, ela bem que tentou explicar ao meu pai que o problema era um encosto de um egum[1], mas ele consentiu após ela lhe explicar que o que iria acontecer era sete dias de reza em sua casa que era nossa vizinha, solicitou que para isto seria necessário: a compra de uma roupa branca e dois lençóis brancos e virgens com uma fronha.
Estes dias começaram com minha mãe me levando no colo apesar de meus nove anos a doença havia me debilitado a ponto de não conseguir andar aqueles cinqüenta metros que separavam a minha cama da esteira em que eu iria deitar, tomei um enorme susto quando adentrei naquela casa, pois defronte a porta havia um vaso com uma cabeça com pequenos chifres e um tridente de ferro cheio de sangue e coberto de penas aliais, o nome da senhora era Dª Maria e seu oruncó[2] (Omin Nabela), ela me conduziu a esteira que possuía um travesseiro com a fronha branca e o lençol sobre uma esteira, colocou em meu pescoço um colar feito de palha da costa chamado mocan[3] e me ensinou a dar o Iká[4], pois a esteira estava de fronte ao iba[5] de Oxum que ao seu lado estava sendo assentado o seu êre[6], sem que entendesse o que ocorria, ela começou a rezar em ioruba e eu comecei a sonhar e sentir meu corpo como se houvesse sido ligado em uma tomada 220 w, mas o sonho era tranqüilo, eu me aproximava de um belo lago e ficava em sua margem brincando como a um bebe muito feliz.
Quando acordei deste sonho encontrava-me todo molhado como que eu realmente estivesse adentrado naquele lago, mas era suor ela me cobriu não só com o lençol, mas com uma colcha branca que fiquei sabendo depois por minha mãe esta colcha pertencia ao enxoval da obrigação de santo de Dª Maria e que ela havia chorado quando a colocou sobre mim, me deu de beber água da quartinha e me disse que prestasse atenção em meus sonhos foi quando lhe contei o que tinha acabado de sonhar e ela riu, minha mãe me abraçou e fomos embora.
No dia seguinte, já me sentia bem melhor, mas minha mãe ainda me levou em seu colo, quando chegamos de pronta Dª Maria perguntou - Você sonhou? –Sim! - Lembra? –Sim! Contei o que havia sonhado: “Eu estava na via cruzes com uma sopeira e dentro dela havia como três pedras que à medida que Jesus se aproximava elas brilhavam, mas de repente uma delas se quebrou como um ovo e sua gema fora se transformando em sangue até cobrir as pedras”, neste dia ela não só colocou o mocan, mas vários outros fios de contas que pertenciam ao seu quele[7]·, em nosso terceiro dia ela manda avisar ao meu pai que no sábado eu irei subir o Morro do Buraco Quente que ficava de fronte as nossas casas e é uma subida em curva de aproximadamente um kilometro, e que apartir de amanhã eu poderia comer o que eu quisesse, já tinha a me acostumado a comer raspa de maça e arroz com mel.
O sábado chegou, e eu já brincava na rua com meus irmãos, quando avistei meu pai, lembrei que já devia ter tomado banho, corri e fui me preparar para me encontrar com ominabela, quando chamei , ela perguntou - Seu pai já chegou? Respondi que sim e ela já trazia nas mãos um coco seco que ela já tinha me avisado que eu iria lançá-lo bem alto, e ele iria explodir, neste dia vi meu pai chorar quando nos abraçamos, após meu retorno.
Foi assim que comecei minha nova vida, agora com um propósito de descobrir como uma pessoa podia olhar para alguém e descobrir que esta pessoa possuía uma doença que não era do corpo e sim da alma, minha vontade de conhecer tudo sobre o que era aquilo, que chegou a criar um ciúme em minha mãe, pois onde Dª Maria estava lá esta eu, aprendendo a tomar a benção até de cachorro, e bater a cabeça a qualquer um que fosse desta crença agora chamada de candomblé, e ela me ensinava tudo em uma língua africana chamada de ioruba[8].
Outro fato muito estranho foi que ela já havia me avisado que um dia eu iria fazer uma cirurgia, mas antes que fosse marcada eu deveria pedir um tipo de autorização aos Orixás, pois o aço não poderia ser utilizado para cortar qualquer parte de meu corpo ainda que fosse com minha autorização. Aquilo parecia muito estranho e até mesmo um pouco fantasioso, mas na época eu não liguei e deixei o tempo passar e vivia a minha juventude a todo vapor e evitando até mesmo de ir à casa de ominabela, pois lá se estive ocorrendo qualquer atividade seja com orixá ou um corte para Exu ela dava um jeito de me colocar de preceito[9].
Os anos passaram e eu já acumulava alguns desentendimentos com ominabela, principalmente quando eu resolvi que tinha conhecido a pessoa certa para encerrar a minha carreira de solteiro, minha noiva possuía certo temor quanto, a ominabela, mas acreditava que eu deveria cuidar da minha saúde e sendo assim prometi a ela que antes de nos casar eu iria fazer a cirurgia, só que ela não sabia da advertência espiritual, assim procurei uma maneira de efetuar a cirurgia com o seguinte pensamento se verdadeiramente tenho um orixá ele ira me proteger.
A operação foi marcada para o dia 13 de junho de 1996, neste dia solicitei que não gostaria de ver ninguém, mas a minha mulher desobedeceu a minha ordem e eu lhe contei chorando como foi o sonho que tive na noite anterior, já estava em jejum, após o almoço e quando a noite chegou me antecipei e fui me depilando todo com alguns aparelhos descartáveis tanto que quando o enfermeiro chegou já estava lendo o novo testamento em minha Bíblia e já se ia próximo a meia noite e ele terminou as minhas costas e fui me deitar sem poder tomar um gole d’água e assim venho o sono e com ele o sonho que foi o seguinte: “Estava caminhando pela av. Monteiro Lobato no centro de Guarulhos quando de repente havia uma multidão se se acotovelando para ver um bloco de afoxé[10]·, eu subi num desnível de uma loja que na época era de retalhos, e dali pude observar que eram como iaôs[11] negros numa saída quando já adochados [12] e catulados[13] com tinta branca enquanto eu os observava comecei sentir meu corpo formigar e percebi me vestido com uma roupa de ração branca e com um quipa[14]e ao meu lado estava o Chico filho da Celina muito amiga da minha mãe, que neste momento começava a se transformar numa mulher toda vestida de dourado tão brilhante que meu corpo vibrava e eu disse ó minha mãe eu não viro de santo e me ajoelhei aos seus pés quando ouvi - você pode não me considerar importante? - mas saiba que você é para mim! E, após isto um silêncio percebendo isto me levantou e só deu para ver o grupo de negros entrando na capela do Rosário, e avenida limpa para eu seguir em frente”.
Eu chorava muito, e minha esposa pensava que era medo da operação, mas não eu estava convicto que não possuía a humildade necessária para compreender os desígnios do Orixá, eu não fui a ele, mas ele veio a mim, e deixou claro nesta passagem quando após a operação eu não voltei com os dois primeiro choques para o resuscitamento.
[1] Espírito de um morto/Antepassado ou não
[2] Novo nome/Ganho após obrigação
[3] Colar feito de palha d’costa trançado
[4] Maneira masculina de se prostar diante de um mais velho.
[5] Local onde se assenta um Orixá/Vaso de cerâmica/Cabaça etc.
[6] Entidade que representa as crianças/Ibejis
[7] Conjunto de fios de contas utilizados quando da obrigação
[8] Não só a lingua, mas também um conjunto de coisas que ultrapassam até fronteiras geográficas.
[9] É uma serie de proibições que variam dependendo do ato praticado dentro dos ritos.
[10] Bloco carnavalesco próprio da Bahia.
[11] Recém iniciado no candomblé.
[12] Conjunto de folhas e outras misturas que são colocados no centro da cabeça do iaô numa de suas saídas no barracão.
[13] Pintado/Iaô quando de sua feitura.
[14] Tipo de gorro usado por pessoas do sexo masculino membro da seita.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CONTINUIDADE DA PUBLICAÇÃO DE MEU LIVRO...

A de se salientar que tem um livro (Xangôs do Nordeste, cujo o Autor Gonçalves Fernandes) que menciona que já em 1932 onde as casas tinham que ser autorizadas pela Policia e pelo Departamento de saúde Mental, e onde deveriam possuir suas normas por escrito e bem a mão citarei aqui um exemplo desta época em que calculo não estar desatualizado apesar dos 76 anos que nos separam e o texto é original sem qualquer correção ortográfica:
SEITA AFRICANA SANTA BARBARA - FUNDADA EM 21 DE AGOSTO DE 1931.
Compromisso para os filhos: Art° 1º - Para ser filho desta seita e preciso: § 1º Estar em pleno goso social. § 2º - Não ter nodoa que desabone sua conduta moral e social e não sofrer moléstias contagiosas. § com seus superiores, Paes , Maridos e etc. Art° 2º - Ser Proposto por um filho da seita ou em reunião julgado pelos demais filhos. § 1º O Orsé da sexta-feira é obrigatório para todos os filhos; os filhos faltarem sem motivo justificado são multados em Rs.500 réis, cuja multa não há perdão, sem excepção. § 2º - Nas mesmas condições os que faltarem as obrigações e aos toques. § 3º - É dever dos filhos serem unidos respeitar uns aos outros, terem ordem quer em dias de obrigações , diversas e nos demais dias. Artº 3º - É dever dos filhos fazerem odobalé nos pés de seu Babalorixá e Ialourixá, e dar Baxuxú aos irmãos mais velhos quando chegarem e na ocasião de dansar. § 1º - Ajudar a cantar e estar sempre em atividade, junto com mai pequena. § 2º - Comprar seus trajes de acordo com as cores do seu anjo de guarda. § 3º - Não fumar no salão quando estiver em obrigações, ou diversões e evitar bebidas alcoólicas. Artº 4º - Os filhos desta seita não poderão compartilhar em outra, quer em obrigações ou diversões a não ser com a autorização do seu superior. § 1º - Os que não cumprirem, serão punidos. § 2º - É dever dos filhos, serem constantes na seita, com especialidade nos dias de quinta, sexta, sábado e domingo, e os demais dias que for necessário. § 3º - Trazerem suas cotas marcadas, pagarem suas multas quando acharem em falta, trazerem velas, arroz e o necessário para os seus anjos de guarda. Artº 5º - As datas comemoradas por esta seita: 1 e 20 de janeiro, 1,6,13, e 24 de junho, último domingo de julho, 27 e 30 de setembro, 21 e 24 de agosto, de 4 a 25 de dezembro, 23 de abril, 19 de março e o mês de maio, e os demais são extraordinários. Artº 6º - Os filhos, desta seita tem que terem paciência com todos, tratar bem e com bons modos os crentes, evitar com delicadeza os abusos dos apreciadores. § 1º - Terem crença, fé e gosto com os encantos, cumprirem os preceitos da lei. § 2º - Trajarem branco nos dias de sexta feira, não comerem carne, e não adulterar da quinta para sexta, e nem nos dias de obrigações . § 3º - Os filhos e filhas que desrespeitarem os Artº e parágrafos deste compromisso serão punidos de acordo com as suas faltas. Artº 7º - É dever dos filhos e filhas, respeitar, e fazer respeitar as salvações de Eamesan, Xangôu, Orixalá, Obaluaê, sendo que no anjo de guarda dos paes, e de Eamesan, cumpre o que manda o Artº 3º.
Ass. José Gomes da Silva, Babalourixá. Celina Anunciada da Silva, Ialourixá. Alzira Francisca Mendes, Mãe Pequena. José Vieira Passos, Tacipa.

Como vocês podem ver as normas e costumes de nossa seita permanecem, pois uma família precisa destas normas aqui colocadas: respeito aos orixás, aos nossos antepassados e seus costumes, aos nossos pais e irmãos mais velhos, as contribuições que devemos doar são para nossa manutenção e de nossa Casa, Foi desta maneira e com estas normas que nossa seita chegou até nossos dias e observe que estou buscando estes dados em um livro, portanto sabendo que nossa crença é puramente de transmissão oral dá para supor que estas normas são muito mais velhas que ora se apresentam nestes 76 anos “Epárrei Belo ia”.
Apresento também uma pagina extraída deste mesmo livro, onde se relata uma parte da criação e de seu fundador da Roça Nagô chamada de Sítio do Pai Adão, para que nos sirva de exemplo quão é importante a nossa integração não só com o nosso orixá, mas com os nossos semelhantes dentro do culto tem que ser uma família.
“Entre os pais de terreiro, Pai Adão é, sem dúvida, o mais destacado, Todos os outros o tem em conta de um grande Babalorixá, e si em voz baixa falam mal de sua importância, não é sem grande respeito com que o cumprimentam. É Filho de africano de Lagos, e tem atualmente cerca de sessenta anos. Do seu pai Herdou os fetiches que possui e se fez Babalorixá. Desejando conhecer a pátria dos seus antepassados não mediu dificuldades: Tomou um Cargueiro para Lisboa, dali outro para Las Palmas e um barco Inglês alcançou Lagos (1906) O conhecimento da Língua que lhe fora ensinada pelo seu pai lhe fez familiar a religião e permitiu que se aperfeiçoasse na Liturgia do Culto. Não se livrou contudo do sincretismo católico. Referiu-me mesmo que em Lagos, mercê da volta de muitos antigos escravos, outros mesmo libertos já de nascença, o culto Yorubano se faz assim mesclado em muitos terreiros. De volta ao recife, tempo depois, instalou o seu terreiro. Estevê antes na Bahia e em Maceió. Seu porte é o de um grande chefe, arrogante e trata os médicos do S.H.M de igual para igual. Deixa, porem, ás vezes transparecer a sua gentileza em cumprimentos Assim “Só sinto alegria e só o dia é belo quando vejo você. Etc...
Durante o dia, sentado numa velha poltrona de jacarandá, costume de brim branco muito bem engomado, fumando bons charutos, recebe os filhos de terreiro que lhe vão pedir a bênção ajoelhada ou conselhos para resolverem negócios, etc..... Julga-se um grande sacerdote, uma figura quase sagrada e não se nivela aos demais Babalorixá, os quais critica severamente pelas indiscrições em torno dos segredos do culto. Sua restrição á divulgação de assuntos ligados ao Terreiro é tal que, sendo amigo do Senhor Gilberto Freire se negou a participar do 1º Congresso Afro-Brasileiro,. Entre os diversos pais de Terreiro do Recife foi à única exceção. Na sala onde faz seu terreiro, ordinariamente é sala de jantar. Uma longa mesa bem posta, sempre convidada presentes, o ar patriarcal que inspira o ambiente é o clima em que vive Adão. Essa casa, no chapéu de Sol, linha de Beberibe, tem um Sítio esplendido, cercado de arvores frondosas. Por detrás da casa há um Iroko, Gameleira Sagrada que é venerada como santo Iroco, disse-me Adão, é o Páo encantado. A gameleira secular tem junto ao tronco montinhos de areia sobre os quais há varias quartinhas de barro cheias de água. Ali fazem sacrifícios de animais em dias determinados do ano, que não consegui saber.
Na ordem das invocações a toada de Iroco é cantada em quinto lugar no terreiro de Adão, Em poucos terreiros, nesta cidade, há semelhante adoração. Não sei si por falta de gameleira sagrada. Diversos pais de terreiro interrogados por mim respondiam evasivamente. Ao lado da casa Adão tem a sua Capela (Dedicada a Nossa Santa Ana) ali toda cheia de santos católicos, imagens e estampas no altar que toma todo o fundo da sala, bancos de madeira dispostos como se fosse a Igreja, fazem reza e terços. O mês mariano então é muito concorrido, sendo as orações tiradas por Adão.” Os orixás cultuados neste são: Exú, Ogum, Oxossi, Otim, Iroco, Oxumarê, Abaluaê, Nana, Yewá, Obá, Oxum, Yemanjá, Yamassí, Dadá, Baìanênyn, Onanminhã(pai de xangô), Xerê, Xangô, Oyá ou Yamessan, Orixá-lá, .
E Falando sobre Exú, divindade inquietante, disse-me Adão: “Falam que nas seitas africanas se faz bruxaria adorando o diabo. Isto não é verdade. Bruxaria assim quem faz não é o negro, e o Portugues e o Índio. Veja: donde é que vem o livro da Feiticeira e o Livro de São Cipriano? Nos não adoramos o Diabo. É verdade que temos Exú, que foi como um anjo que se perverteu, justamente como na religião Católica, que representa a mesma coisa nossa para o Branco. Mas não adoramos Exú procuramos é satisfazê-lo, acalmá-lo, para que ele não venha atrapalhar as coisas, não nos faça mal.”

terça-feira, 20 de abril de 2010

CONTINUO A PUBLICAR MEU LIVRO...

Na África esta formula faz também seu sucesso, só que alguns que por varias razões deixaram seu pais para estudar por aqui chegaram e perceberam que tinham uma raiz aqui fincada ainda que disfarçada de muitas maneiras, e se aproveitaram de muita gente ingênua, e passaram a pregar conhecimentos que nunca possuíram, pois em seu próprio país estes Cultos hoje são Lendas, e nada puderam contribuir para a grandeza de nossa fé, não estou aqui generalizando, pois como em qualquer situação em que se lide com a figura humana sempre haverá os bem intencionados e os aproveitadores. Bem perceberam estes que no maior país Católico do Mundo antes destes irem a Missa de Domingo, já na sexta-feira acenderam sua vela, pois sexta é dia de Oxalá ou como diríamos na Bahia é dia do Senhor do Bonfim.
O Candomblé é uma família, que cresce a cada uma nova pessoa que sente a necessidade em seu íntimo de por qualquer natureza se aproximar de uma Roça seja para matar curiosidade, ou trazido por um amigo para jogar o Ifá (Jogo de Adivinhação) conhecido como jogo de Búzios, ou quando convidado a uma de nossas Festas, que na maioria de nossas Roças são em numero de 12 ao ano, exemplo: Águas de Oxalá, Festa de Oxossi, Feijoada D’ Ogum, De Yemanja, Yapete d’ Oxum, Orubajé de Omolu, De Ibejis (Cosme e Damião), Festa dos Caboclos, Festa da Casa, Do Orixá do Pai ou Mãe de santo, Muitas fazem Festa para Exu que me cabe ressaltar que nada tem a ver com o Diabo cristão, esta entidade esta mais ligada às distorções do comportamento puramente humano como as nossas falhas de caráter e nossa sexualidade, por isto é muito bem representado em seus fetiches com um pênis em riste sobre sua cabeça.
Assim a crença quando bem praticada é como uma família bem estruturada, e todos quando dela se aproximam só podem se sentir bem, assim sente que ali podem prosperar e em prosperando trazem seus amigos e ampliam esta família para uma comunidade e esta para o Mundo. Impulsionado por esta vontade de ajudar, ainda que com pequena contribuição, acreditem que todos podem doar um tijolo para esta grande obra, de criar uma consciência sobre a fé de um povo tão primitivo que não se tem conhecimento preciso de todas suas origens, estas dificuldades se devem por ser sua transmissão puramente oral e sua escrita muito pobre, e muito tonalizadas, esses acentos são muitos. Além de alguns não existirem em nossa língua como um ponto abaixo da letra torna se palavras diferentes, ainda que sua escrita seja a mesma. E neste sentido que todas as buscas são validas para que possamos a cada dia transmitir uns aos outros, conhecimentos desta riquíssima cultura que aqui apesar de se ter contaminado uma com as outras, e formarem uma nova e mais valorosa cultura para admiração do resto do Mundo.
Esses conhecimentos que aqui afirmo como curiosidades, foi adquirida nestes 38 anos de admiração a Crença maravilhosa dos Orixás, e também a leitura de vários livros dos mais diversos pesquisadores que como eu são apaixonados pelo tema. Entre esses meu querido Manoel Papai do Sítio do Pai Adão junto a Fundação Gilberto Freire, Universidade de Pernambuco, Rene Ribeiro, Reginaldo Prandi, Salami Sikura (King), em São Paulo, Pierre Verger, Roger Bastide, Agenor Miranda Rocha na Bahia, Fernandes Portugal no Rio de Janeiro e tantos como: Nina Rodrigues, Juana Elbein, Sergio Ferreti, Nunes Pereira outros que me perdoem não serem citados, ou que tão pouco aqui estou para buscar me assemelhar as estes, só bebo em seus trabalhos.
Aqui mencionarei tudo de mais comum que se tem na seita: tais como nomes de comidas e suas funções como oferendas a seus respectivos orixás, algumas de suas (ewes) folhas sagradas, Orixás e alguns de seus itas, Odu esse mistério que proporciona a seus praticantes desvendar à vida das pessoas, e palavras já integradas a linguagem de nosso dia a dia. Gostaria de salientar que em 38 anos de convivência com o Candomblé tive meus altos e baixos, como em todas as famílias, e existiram as brigas, e na minha não seria diferente e para ilustrar esses aperitivos vou lhes contar vários fatos que irei relatar no decorrer deste livro, mas primeiro gostaria de citar vários amigos que conheci nestes meus anos de paixão pelo Orixá:
Na casa de Ominabela, Camarão, Monakissimbi, Genador que vieram da Goméia, Seu Vavá Negrinha, Pai Valter de Logum-Edé, Danjita, Pai Zé do Oxossi, Pai Gerson de Iansã, Ogã Mauricio um homem que possuía uma elegância que cabe ressaltar, Omin makele, Obadoiê, Daibô, Pai Bobó de Iansã e Pai Samba de Oxum. Na casa de Xeumã muitas amigas como a Ekedi Lucia de Xangô, Mãe Sica de Oxum, Mãe Cida do Oxum, Jô de Omolu, Toninho de Logum-Edé, Genoveva de Iansã que Orixá Lindo, Ali também conheci Lojucam do Oxossi o pai de santo de Xeumã, e fui ate sua Roça Tombada em Belo Horizonte, lá conheci sua mãe de santo, Vó Lidia de Oxalá que possui sua Roça em São Caetano-BA, Sendo sua primeira mãe a finada Dachê, em sua própria roça mãe Izabel, Mariana além de muitos filhos que moravam nas proximidades de Belo Horizonte como Ronaldo de Iansã que acabou dando uma obrigação a Ekedi Lucia em sua roça.
Na casa de Pai Zé, Pai Baixinho e sua Filha de santo Nana onde toca uma bela Angola, Ogã Nicão, as Marias Helenas, Mogibe, nesta conheci uma pessoa que já nos deixou e a mim grande saudade, foi Valdelici de Nanã que tem Roça aqui em São Miguel, de seu Caboclo Tomba Serra, possui vários filhos de santo e sete filhas carnais, sendo Amélia sua continuadora, Isis de Logum tem sua própria Roça não muito distante, Eidi era ekedi na casa de Pai Zé, tem o Dida de Omulu, lá conheci o Ogã Pato Roco, Ogã Pulinho, Ogã Marlom com este tenho vários episódios muito engraçados que tem suas origens no Bate folha de salvador.
Na casa de Toninho do Oxum, conheci Pai Carlos filho de santo de Manoel Papai de Iemanjá do Sítio de Pai Adão, onde conheci tia Mãezinha, Ogã Valfrido, Dona Janda e suas netas que muita atenção me dedicaram, muitas saudades de todos. Hoje estou conhecendo o povo da Casa de Orixá Odudua (King) Salami Sikura na cidade de Santos-SP, levado por minha amiga Mãe Cidinha de Oxum Iponda que possui sua Roça em Guarulhos-SP, onde hoje conheço Nalva de Ogum, Estela de Iansã, Nil de Iansã, Ogã Romenil e Ogã Fabinho. A Família e Grande e não para de Crescer.
Outra máxima Gostaria de esclarecer que esta família para crescer forte e saudável, como em todas deve ter uma gestação que nas boas famílias demoram um pouco para acontecer, bem tenho dito, que há varias maneiras de se chegar à casa do santo, por motivo de saúde ou quando eventualmente a pessoa esta em uma visita e “ bola” no santo isto é quando o orixá toma a cabeça da pessoa é não quer ir embora, mas o comum é a pessoa passar por um período de convivência, durante este a mãe e os demais analisam as qualidades e defeitos desta, para que possam efetivamente conhecer a pessoa. Ou, seja não deve ocorrer como se vê hoje a pessoa chega à roça e quer saber quanto custa á obrigação, como se estivesse no supermercado em que esta comprando onde quer e escolhendo o produto pelo preço.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CONTINUANDO MINHA HISTORIA "livro Coriosidades do Candomblé"

Meu desejo é chamar estes que alimentam a curiosidade sobre esta minha Crença para virem a nos conhecer e saber que no mínimo somos uns ecologistas, pois, para a Crença que começa em seu primeiro mandamento a respeitar seus antepassados, e acreditando que verdadeiramente a Natureza é a mãe de tudo quanto habita neste planeta, e a prática de Fé nos Orixás necessita de Folhas e Animais, e estes para sobreviverem precisam de águas limpas e terra boa, com suas matas nativas criando assim um ecossistema integro e ativo cuja única atividade da parte humana é a de admira-la.
E foi assim que no berço do homem, onde a própria Ciência aponta ter ele surgido primeiro no continente Africano, é que creio que há milhares de anos esta civilização vislumbrou os seus “Deuses” que hoje pesquisamos como Orixás; já nestes nossos dias muito se modificou, mas, creio ainda naquele que antes via Olorum como personificação da totalidade sem a existência do bem ou do mal, acima de qualquer congequitura que possamos nos atrever, dada as nossas influências, a querer nos comparar a pureza daqueles que o definiu, assim estes mesmos foram atribuindo ou mesmo dividindo os poderes de Olorum para mais próximo de si. E dada a suas necessidades foi criando ou assemelhando forças naturais, portanto impessoais, a seus “Deuses” temos para exemplificar que antes mesmos destes passarem a possuir caráter uma qualidade puramente humana, eram eles definidos como: Raios, trovões, Tempestades que na Nação Jeje este atribuído a Hevioso ou a Xangô do Keto que nesta seria só o trovão e o Raio. A Mata como um todo estaria dividido por Ogum, Ossaim, Oxossi, e cada qual atuando de uma maneira, se Ogum a renova e revigora, Ossaim seria a cura que ela produz e Oxossi a integração da vida Mineral com a subsistência da vida Orgânica.
Mais tarde estes foram assemelhando características humanas para poderem trazer seus “Deuses” para mais próximos de si, e mesmo atribuindo a alguns antepassados a personificação de alguns destes para poderem colocá-los junto aos seus, foi ai sem dúvida que se criou o iawo ou a esposa do Orixá, que nos revela as pesquisas era uma Sociedade puramente masculina, em algumas localidades (Tribos) em outros locais a situação era puramente Familiar e só mais tarde é que se admitiu a participação feminina, esta cabe ressaltar que no Brasil ocorreu o inverso e só mais tarde é que foi admitido a iawo masculino, claro que o homem participava do Culto, mas nos cargos de Ogã, não estou querendo me aprofundar nestes, pois a origem é muito antiga e como qualquer religião sofre muitas alterações.
Não querendo contrariar aqueles que já falam de um Culto como cientistas ou pesquisadores (sem o vinculo da fé) Sociólogos e etc, portanto só se atentando no interesse da entidade já definida em um contexto humano e ai por si só possui N fatores como localizações geográficas ou mesmo sazonais pois, estas pesquisas podem ser dentro de uma Tribo ou uma Ilha ou mesmo dentro de um continente, em cada destas situações vamos nos deparar com novas informações e cada um destes irão nos trazer novidades, sem nunca admitirem que o começo em todas as partes do planeta o homem criou seus “Deuses” apartir de sua visão, do inexplicável ou sendo mais claro de seus medos, e a passar desta convivência foi confiando neles e os foi se aproximando a medida que esta crença ganhava mais adeptos.
Observemos que as grandes religiões atualmente nasceram à coisa de 2.500 anos e em locai de grande fluxo de pessoas vejamos o Budismo entre a Índia e China as duas maiores nações do mundo em população, o Judaísmo já se comemora mais de 5.000 mil anos e deste nasceram às outras três maiores religiões do mundo ocidental: o Cristianismo dividido entre Católicos e Protestantes e os Mulçumanos, todos seus fundadores utilizaram casey de sucesso, vejam os cristãos católicos quando de sua criação pregavam ser Pedro o primeiro Papa da Igreja e foram apoiados por Reis de toda a Europa, pois só eram reis depois de coroados pela a Igreja assim dominaram o mundo por 1.200 anos criando em todo os lugares seus Santos que revigoravam a fé de seus súditos, até mesmo quando Maomé instituiu a sua própria ou deu-lhe personalidade ao outro filho de Abrão e reuniu sobre a mesma todo os povos Árabes, e vemos hoje pela televisão seu marketing aos mártires que aqueles que enfrentarem os seus inimigos que são. Os infiéis de Alá, “Terão setenta virgens no Céu” é algo tentador até para nos de outras religiões, e por fim temos nos Protestantes do Século 17 entre eles Martin Lutero e Calvino para não estender a lista que prometeram aos Reis e Príncipes a máxima de “Jesus” dar a “Deus” o que pertence a “Deus” e a de “César” o que é de “César” isto os livrava dos pesados impostos cobrados pela Igreja.
A Igreja que mais cresce no mundo hoje são as protestantes, perguntemos o porque disto e a resposta e facilmente observada, nos idos dos anos setenta no berço da Civilização capitalista surgiram grandes oradores que perceberam o sucesso era levar “Deus” para o Rádio e Televisão assim Bil Gaham e muitos outros passaram a levar multidões a estádios e dela para a casa das pessoas através da televisão pregando a Bíblia dita a palavra de “Deus” hoje observamos nos paises do terceiro Mundo que a escola criada por estes pioneiros ainda é uma formula de sucesso.
Na África esta formula faz também seu sucesso, só que alguns que por varias razões deixaram seu pais para estudar por aqui chegaram e perceberam que tinham uma raiz aqui fincada ainda que disfarçada de muitas maneiras, e se aproveitaram de muita gente ingênua, e passaram a pregar conhecimentos que nunca possuíram, pois em seu próprio país estes Cultos hoje são Lendas, e nada puderam contribuir para a grandeza de nossa fé, não estou aqui generalizando, pois como em qualquer situação em que se lide com a figura humana sempre haverá os bem intencionados e os aproveitadores. Bem perceberam estes que no maior país Católico do Mundo antes destes irem a Missa de Domingo, já na sexta-feira acenderam sua vela, pois sexta é dia de Oxalá ou como diríamos na Bahia é dia do Senhor do Bonfim.
O Candomblé é uma família, que cresce a cada uma nova pessoa que sente a necessidade em seu íntimo de por qualquer natureza se aproximar de uma Roça seja para matar curiosidade, ou trazido por um amigo para jogar o Ifá (Jogo de Adivinhação) conhecido como jogo de Búzios, ou quando convidado a uma de nossas Festas, que na maioria de nossas Roças são em numero de 12 ao ano, exemplo: Águas de Oxalá, Festa de Oxossi, Feijoada D’ Ogum, De Yemanja, Yapete d’ Oxum, Orubajé de Omolu, De Ibejis (Cosme e Damião), Festa dos Caboclos, Festa da Casa, Do Orixá do Pai ou Mãe de santo, Muitas fazem Festa para Exu que me cabe ressaltar que nada tem a ver com o Diabo cristão, esta entidade esta mais ligada às distorções do comportamento puramente humano como as nossas falhas de caráter e nossa sexualidade, por isto é muito bem representado em seus fetiches com um pênis em riste sobre sua cabeça.
Assim a crença quando bem praticada é como uma família bem estruturada, e todos quando dela se aproximam só podem se sentir bem, assim sente que ali podem prosperar e em prosperando trazem seus amigos e ampliam esta família para uma comunidade e esta para o Mundo. Impulsionado por esta vontade de ajudar, ainda que com pequena contribuição, acreditem que todos podem doar um tijolo para esta grande obra, de criar uma consciência sobre a fé de um povo tão primitivo que não se tem conhecimento preciso de todas suas origens, estas dificuldades se devem por ser sua transmissão puramente oral e sua escrita muito pobre, e muito tonalizadas, esses acentos são muitos. Além de alguns não existirem em nossa língua como um ponto abaixo da letra torna se palavras diferentes, ainda que sua escrita seja a mesma. E neste sentido que todas as buscas são validas para que possamos a cada dia transmitir uns aos outros, conhecimentos desta riquíssima cultura que aqui apesar de se ter contaminado uma com as outras, e formarem uma nova e mais valorosa cultura para admiração do resto do Mundo.
Esses conhecimentos que aqui afirmo como curiosidades, foi adquirida nestes 38 anos de admiração a Crença maravilhosa dos Orixás, e também a leitura de vários livros dos mais diversos pesquisadores que como eu são apaixonados pelo tema. Entre esses meu querido Manoel Papai do Sítio do Pai Adão junto a Fundação Gilberto Freire, Universidade de Pernambuco, Rene Ribeiro, Reginaldo Prandi, Salami Sikura (King), em São Paulo, Pierre Verger, Roger Bastide, Agenor Miranda Rocha na Bahia, Fernandes Portugal no Rio de Janeiro e tantos como: Nina Rodrigues, Juana Elbein, Sergio Ferreti, Nunes Pereira outros que me perdoem não serem citados, ou que tão pouco aqui estou para buscar me assemelhar as estes, só bebo em seus trabalhos.Aqui mencionarei tudo de mais comum que se tem na seita: tais como nomes de comidas e suas funções como oferendas a seus respectivos orixás, algumas de suas (ewes) folhas sagradas, Orixás e alguns de seus itas, Odu esse mistério que proporciona a seus praticantes desvendar à vida das pessoas, e palavras já integradas a

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"COISAS DO CANDOMBLÉ" É MEU LIVRO.

Este livro não publicado é um trabalho de pesquisa e de vida dedicado a minha crença aos Orixás desde meus nove anos de idade, e como tenho visto em muitos saites e blogs tantas coisas algumas desconhecidas e outras conhecidas, é que resolvi publicarr através deste, alguns capitulos deste livro.
Antes que alguém faça isto por mim, e porque estou lhes contando isto e que andei distribuindo alguns CDs que contiam cópias deste livro, não que contenha nenhum segredo de estado, mas é a minha vida até hoje dentro do ariaxe,.

AS CURIOSIDADES DO CANDOMBLÉ DE A a Z

A Primeira coisa destas curiosidades é que a palavra candomblé não é de origem africana e sim muito provavelmente tenha sofrido um afrancesamento de uma palavra bantho “Candombe”, que tem seus registros na História antes mesmo de nosso descobrimento, ainda na África, no Congo os negros que estavam sendo catequizados não queriam abandonar suas crenças e assim criaram suas sociedades secretas às congadas adotando uma Santa de devoção neste caso Nossa Senhora do Rosário, e Candombe é um dos nomes desta sociedade. O Candomblé define uma crença que é praticada no continente Africano e nas Américas, e é uma junção de varias crenças que se fundiram quando seus povos foram extraditados para nosso continente.
Estou tentando colocar algumas velas acessas sob este manto de obscuridade que é a crença de muitos Brasileiros leigos ou iniciados, que não dispõem de pessoas dispostas a fornecer estes conhecimentos, e muitos tem mesmo receio de perguntar e passarem a serem vistas como curiosas antes do tempo, no meu caso fui levado a esta crença por motivo de doença, quando ainda criança na idade de nove anos, sem ter nenhuma noção do que se tratava aquela casa, Quero agradecer a minha mãe iniciadora Dona Maria da Paz Oliveira (Ominabela) filha de Oxum Apará, iniciada em 1966 por Pai Gerson de Iansã (Nesta época ela foi procurar Zezinho que acabou virando no futuro o Sr. Zé do Oxóssi, que fazia parte do Trio de Ouro assim composto: Pai Gerson o pé de Dança não havia quem melhor dançasse um candomblé, Zezinho o que melhor conhecia de orixá num apoti, e Danjita[1] o melhor jogador de Búzios em São Paulo) onde foi sua rombona em sua Roça na Cidade de Osasco-SP, ele criado no Chamba[2] e depois no Ketu, nesta nação foi que raspou ominabela em seus trinta e cinco anos de idade que chegava do Recife e deixava para traz um casamento e um filho para tentar a vida em São Paulo, após esta viagem de navio do Recife a Santos-SP.
Para dar sua obrigação de sete anos foi visitar e se aconselhar com mãe menininha em Salvador e recebeu o seguinte conselho procurar seu Bobó na Cidade de Guarujá-SP, com quem realizou sua obrigação de sete anos. Em sua obrigação de 21 anos foi nas águas de Pai Zé D Oxossi que tem sua Roça no bairro do jardim nordeste na zona leste, nesta estavam presente duas Yalorixas de nome Helena sendo uma de Oxum e outra de Logum-Edé o Ogã Nicão a hoje herdeira da casa Mogibe, além de muitos outros filhos desta grande Roça de Candomblé cuja raiz vem do Ilê Ilha Amarela de Salvador, por ali nesta época transitavam Monakissimbi esposa do Ogã Genador filhos de Joãozinho da Goméia do Rio de Janeiro.
Em seus últimos dias se cuidava com Pai Toninho D’ Oxum filho de santo de Dona Lidia do Recife que após sua partida passou a se cuidar com Dona Janda D’ Oxum que há poucos dias também nos deixou, mãe carnal de Manoel Papai hoje o responsável pela Roça conhecida por Sítio do Pai Adão. Roça esta que ainda jovem ominabela conheceu e freqüentou, mas só isto, Quando eu á conheci estava dando sua obrigação de três anos de santo, em sua vida carnal só teve oito filhos de santo e isto só se deve a sua exigência quanto à necessidade extrema de feitura.
Acredito que estou oferecendo uns aperitivos aquelês que tenham vontade de saborear esta Cultura trazida de tão longe por um povo que foi roubado de seus lares e aqui misturados com outros do seu mesmo continente, A sua religiosidade seus ritmos sua culinária se misturam a de seus algozes e nos deixaram esta riqueza que hoje desfrutamos, eram eles oriundos da (Nigéria, Daomé, Angola...) que em suas Tribos eram chamados de (efon,Ketus-Nagôs, povos Yorubanos e Banthos) espalhados neste nosso enorme país onde no Maranhão os Jejes criaram o Tambor de Mina, Na Bahia Ketu e Angola, Pernambuco os Nagôs, no Rio de Janeiro Omoloco. Cada qual com suas vertentes deram e dão livros e revistas. Pena não possuir mais conhecimentos dos que estou passando aqui.
[1] Era sua dijina filho de oxumare/ seu nome verdadeiro era Walter
[2] Um dos nomes do Xangô do nordeste