segunda-feira, 10 de maio de 2010

A "Quizilla quebrada do Vermelho Por Oxalá"...

O Itá de como Oxalá passou a aceitar uma coisa vermelha.

Oxalá escolhe uma senhora já velha da aldeia para cuidar de suas coisas esta se chamava Omon Oxum esta nunca teve filhos, mas criava uma menininha, desde que foram escolhidas passaram a ser odiadas, por algumas mulheres da aldeia. E passaram a procurar uma maneira, de colocar contra o velho Orixá, e nada conseguiam e o velho cada vez mais gostava da velha. Acontece que na véspera da Festa das águas de Oxalá estas criaturas observaram pelo brilho que emanava da coroa que Omun Oxum tinha lustrado para que o velho usasse na festa, resolveram roubar a coroa, eram três e cada uma tinha uma opinião, vamos jogar ao mar, outra enterrar, e outra queimar, devido ao medo resolveram que o melhor seria jogar ao mar, e assim foi feito Omun Oxum quando deu por falta ficou pensando só em se matar, mas sua filha disse mamãe porque a senhora não vai amanhã cedo à feira e compra um peixe bem grande porque foi este peixe que comeu a coroa.
A menininha insistia tanto que Omun Oxum disse que iria fazer isto, Não conseguiu dormir e logo cedo foi à feira e nada se dirigiu ao mercado e encontrou um único pescador com um enorme peixe e o comprou, ao chegar a casa não conseguia abrir sua barriga, mas sua filha enfiou uma vara e conseguiu rasgar a barriga e retirar a coroa que esta mais linda do que nunca. As invejosas não podiam acreditar e não se davam por satisfeita pela atribulação porque tivera passado Omun Oxum. Resolveram colocar um ebó na cadeira em que a vela tinha que sentar por ordem do velho Orixá. Após o almoço quando todos retornaram e o velho sentou-se no trono pediu a Omun Oxum para pegar sua coroa ela não conseguia sair da cadeira em que as invejosas tinham colocado o ebó, decidida a sair de todas as maneiras para poder atender ao velho, se viu toda manchada de sangue que é a quizila do velho, se sentiu desesperada e correu da presença de todos, indo à casa de Exú e este não acolheu pois reparou que estava toda vermelha, e sucessivamente foi à casa dos demais orixás que não a acolheram, até que chegou a casa da Oxum que lhe acolheu pois já sabia das outras invejosas. E lhe disse que usaria sua magia para transformar aquele sangue em ekodidé.
Assim foi que Oxum passou a dar festas em seu Palácio todas às noites e todos iam até lá para saber e viam Oxum linda vestida e cheia de seus ouros e Omun Oxum sentada ao seu lado e todos os quanto ali chegavam homem dava dodóbalé e retiravam uma pena e depositavam dinheiro na cuia, as mulheres davam Iká e depois de pegar o ekodidé também depositavam dinheiro na cuia. Enquanto isto as invejosas faziam de tudo para que Oxalá não ficasse sabendo, mas o velho já ouvira as próprias comentando sobre suas tramóias lhes comentou que iria com elas como damas de sua companhia a festa que ocorria no palácio D’Oxum, mas quando elas ouviram Oxalá falar desta maneira, a terra sumiu de seus pés e o remorso montou em seus cangotes, fazendo com que fugissem para nunca mais voltar ao palácio de Oxalá.
Assim oxalá dirigiu se para a Festa D’Oxum, a fim de assistir ao xirê e saber qual a causa do mesmo. Quando oxalá chegou ao palácio, mandou anunciar a sua chegada. Oxum, mais bonita do que nunca, coberta de ouro e de muitas jóias dos pés a cabeça, sentada no seu rico trono, mandou que Oxalá entrasse e continuo o xirê cantando: “Bi o ta ladê, bi o ta ladê, irú male, iya omin ta ladê, Oto Ru éfan Kobája obinrin, iya omin ta ladê” quando Oxalá entrou, ficou abismado de tanta riqueza e quando reparou bem para Oxum, que viu ao seu lado Omon Oxum, a pessoa que cuidava dele e de todas as suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido ao que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dódóbálé para Oxum, apanhando um ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha.
Oxum, quando viu o velho dar dódóbálé para ela, se levantou, cantando: “Dódó fin dódóbálé, kó binrin iya omin, ta ladê” , e foi ajudar oxalá a se levantar do chão. Depois que Oxalá se levantou, Oxum pegou Omon Oxum pela mão e entregou a Oxalá, dizendo: “Aqui está a vossa zeladora, sã e salva de todo mal que desejaram e fizeram para ela, para que ela ficasse odiada por vós”. Oxalá agradecendo a Oxum, disse “Oxum em agradecimento a tudo o que fizestes de bem e para amenizar os sofrimentos de Omon Oxum, eu Oxalá, prometo levá-la de volta para o meu palácio e de hoje em diante nunca hei de me separar desta pena vermelha que é o ekodidé e que será o único sinal desta cor que carregarei sobre o meu corpo.

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